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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos

                      Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos
                            Cap. IX, O Evangelho Segundo o Espiritismo
                                           Quem é brando? Quem é pacífico?
                       Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra
                       Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus
"Sabeis que foi dito aos antigos: Não matarás e quem quer que mate merecerá condenação  pelo Juízo. Eu, porém, vos digo que quem quer que se puser em cólera contra seu irmão merecerá condenação no Juízo; que aquele que  disser a seu irmão: raca, merecerá condenação pelo conselho; e que aquele que lhe disser: és louco, merecerá condenado ao fogo do inferno".

Allan Kardec, no cap. IX, do Evangelho Segundo o Espiritismo, diz-nos:
- Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes.

                              Quem herdará a Terra?
Usamos a força bruta, no passado, porque naqueles tempos assim nos exigia a Natureza. Havia a seleção natural. O estômago estava em primeiro lugar. Como diz o Espírito Públio, “ontem, o grito de guerra a destruir e a matar. Agora, os apelos da paz para proteger e salvar. Antes, a noção da violência a produzir escravos e avassalar povos. Hoje, a compreensão de que  é necessário respeito ao direito de todos, sem exceção”.
O recado de Jesus foi dado. Aqueles que se mantiverem violentos não poderão permanecer aqui na Terra. Serão despejados do nosso planeta todos aqueles que tiverem condutas inferiores. Assim, diariamente somos testados para aferir em que grau está a nossa mansidão e a nossa pacificidade.
Pessoas há que defendem a causa dos animais, mas que são a favor da pena de morte para os humanos. Outros criticam violências praticadas por governos, contudo, em casa, espancam os próprios filhos. Há, ainda, criaturas que dão conselhos de calma para os outros, porém, desequilibram-se e tornam-se agressivas quando estão numa fila de banco ou supermercado.
Desse modo, o Mensageiro Divino compareceu pessoalmente ao nosso planeta para, com a maior brandura, transmitindo-nos muita paz, solicitar-nos atitudes mais coerentes com o ser espiritual que somos, filhos do Pai de Bondade infinita, que nos aguarda, pacientemente, há bilhões de anos, para tornarmo-nos perfeitos, isto é, seus filhos, como Ele nos criou e destinou, a fim de sermos co-criadores, partícipes de toda a Sua Obra Infinita.
E, para que o Reino se instale aqui na Terra, é necessário que seus habitantes, tanto encarnados como desencarnados, não sejam violentos, nem vingativos, nem agressivos, nem impacientes.
Para tanto, Jesus comparou a conquista do Reino “a uma rede lançada ao mar, que apanha toda a espécie de peixes. Quando está cheia, os pescadores a retiram e, sentados na praia, escolhem os bons para os cestos e o que não presta, deitam fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes”.

     Emigrações e imigrações dos Espíritos - Raças Adâmicas
Isto tem ocorrido em todo o Universo. Superados todos os prazos para a evolução moral dos Espíritos em determinado sistema planetário, e para permitir a promoção do orbe a um nível mais elevado, em que seus habitantes, encarnados e desencarnados, usufruam de novas e melhores condições para seu progresso, a Sabedoria Divina estabeleceu as emigrações e imigrações dos Espíritos entre os mundos, tal qual Allan Kardec relata no livro "A Gênese", cap. XI, publicado em Paris, em 1868.
 
E o Espiritismo confirma, e explica em linguagem atual, o expurgo que será feito, e diferentes religiões falam em “Juízo Final”, mas não como essas religiões imaginam, com condenação eterna, mas como algo temporário, semelhante ao acontecido há cerca de 12 mil anos em um planeta do Sistema Capela, na Constelação do Cocheiro, relatado no livro “A Caminho da Luz”, pelo Espírito Emmanuel, em que milhares de Espíritos, por não serem mansos nem pacíficos e por atrapalharem o progresso de seus irmãos lá naquele orbe distante 42 anos-luz, isto é, a sua luz leva 42 anos para atingir a Terra, reencarnaram aqui em nosso planeta, onde formaram as castas da Índia, a civilização do Egito, o povo de Israel e o grupo dos Árias, onde descende a maioria dos povos brancos indo-europeus, incluindo os latinos, os celtas e os gregos, além dos germanos e dos eslavos.
Então, para tornarmo-nos mansos e atingirmos a condição exigida por Deus para herdarmos a Terra, não existem mágicas ou um tal milagre que foge à lógica da racionalidade. Como obteremos o galardão da mansuetude e da paz? Somente através da Reencarnação, cada um de nós se livrará do “homem velho” e se transformará no “homem novo”, de que falam os Espíritas.
Explica a Doutrina Espírita a Lei de Causa e Efeito, que é aplicada para o nosso aprendizado pelas vidas sucessivas, obrigando-nos a receber de volta todo o mal praticado, eliminando os nossos impulsos primitivos. 

- O bruto renascerá em corpo mirrado.
- Quem mente, ofende, difama, ressurgirá com distúrbios vocais.
- Quem tem ódio, mágoa, rancor, renascerá com a mente torturada por mil problemas.
É dessa maneira que a Vida, pouco a pouco, eliminará a animalidade que trazemos há milhões de anos conosco.

         Quais as causas dessa atual onda de criminalidade?
O historiador mundialmente conhecido, Arnold Toynbee, opina: - “Talvez a razão principal seja a perda da Religião. Deixamos de acreditar nas formas convencionais de religião e não  encontramos novas alternativas. Vivemos num vácuo religioso. E, talvez, em grande parte por esse motivo, os padrões tradicionais e os códigos de ética perderam sua força.  Esse colapso espiritual surgiu nas duas guerras mundiais, cujos efeitos foram cumulativos. As guerras abriram as comportas da onda de violência  que hoje se derrama  sobre o Mundo.”
Entendo que, a partir do Renascimento, do Iluminismo, do Positivismo, o homem  desenvolveu a intelectualidade, amparando-se na Ciência e libertando-se da Religião, pois, a mesma já não atendia mais aos seus anseios. Criou-se, assim, um vácuo religioso, caminhando o homem em direção ao materialismo, sem saber controlar seus impulsos agressivos.
André Luiz, ao explicar o fenômeno da violência, através de Benevenuto, refere-se à “falta de preparação religiosa. Não basta ao homem inteligência apurada. É-lhe necessário iluminar os raciocínios para a Vida Eterna”.
O homem atual, devido à atual conturbação, necessita de uma religião que ilumine o seu Espírito e não de religiões de cultos externos, que nada respondam aos seus anseios transcendentais, mas uma religião que realmente o aproxime em Espírito e Verdade do Ser Maior, compreendendo-O pela razão.
Por isso Jesus previu e enviou o Consolador nestes tempos muito difíceis, onde mais e mais criaturas vivem seus dramas existenciais, suas carências e desajustes, necessitados de atenção e amparo, de esclarecimento e de amor.

Contudo, os tempos são chegados.
Creio que a grande maioria da população mundial gostaria de aqui permanecer, não ficando distante de seus parentes e amigos, sabe-se lá por quantos séculos... Somente a minoria que optou pelo Mal certamente não se preocupa com isto, nem se importa em ter que viver em outro planeta na idade das cavernas, onde muito sofrerá pela separação de seus amados e do planeta dadivoso em que iniciaram suas vidas há milhões de anos.
 
Conta o Espírito Amélia Rodrigues que, certa feita, ao anoitecer, João aproximou-se de Jesus que estava sentado na praia, meditando, e perguntou:

 - De onde procedem tantos males, que aturdem os seres humanos, Senhor? São tão diferenciadas as dores! No entanto, todos aqueles que sofrem se apresentam desesperados, em rebeldia, vencidos! Por que Mestre?

Lembrando o cego de nascença que chamara a atenção de todos, Jesus lhe disse:

- João, o Espírito tem a sua origem no silêncio dos tempos passados, e avança através de experiências  corporais sucessivas. O nascimento na carne é continuação da vida, assim como a morte é prosseguimento em outro nível de vibração. Em cada etapa se adquire conhecimento ou sentimento, avançando sempre, a esforço do amor ou da aflição. Quando erra e se compromete, retorna à mesma situação para aprender a reparar. O sofrimento é o educandário que o disciplina e corrige, impulsionando-o para a frente, sem solução de continuidade, até quando, depurado, adianta-se sem chaga e deixa que brilhe a luz do bem que em todos jaz.

- E por que sofrem os bons, enquanto os maus parecem progredir?

- Aqueles que hoje vemos como bons são  as mesmas pessoas que antes exerceram a maldade, quando poderiam ser nobres; que optaram pelo crime e agora recomeçam o caminho, alquebrados pelo sofrimento; que compreendem a necessidade de elevar-se, embora a contributo das aflições... eles serão consolados.  Enquanto isto sucede, o Pai Amantíssimo proporciona, aos outros, oportunidades de ação dignificante, que preferem utilizar prejudicialmente, gerando os efeitos tormentosos que advirão no futuro...  O tempo é um suceder infinito de horas, e como não há pressa na evolução, todos se elevarão mediante a escolha pessoal. Eu tenho ensinado o amor, por ser o único processo de viver sem sofrer, sem promover futuras aflições para si mesmo. Todavia, os homens, preferindo ignorar a verdade, desejam a saúde para desperdiçá-la; a alegria para atirá-la fora; a paz para convertê-la em conflito. Na sua insensatez, não se detêm a meditar na realidade transitória da vida física pensando na outra Realidade, a do ser eterno...

- Como, porém, mudar essa situação?

- A única solução para o encontro da felicidade é não fazer a outrem o que não gostaria que este lhe fizesse... E a alternativa é vir a mim todos os que se encontram cansados e aflitos, tomando sobre os ombros o meu fardo, recebendo o meu jugo, pois só assim eu os consolarei...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tragédias

Tragédias - Mortes Coletivas
Acidentes Aquáticos, Aéreos e Automobilísticos
Desabamento de Prédios, Incêndios, Inundações, Vulcões, Terremotos, Tsunamis


Por que Deus permite  essas tragédias? Qual a explicação da Doutrina Espírita?

A grande maioria das pessoas somente enxerga a tragédia, a catástrofe, a desgraça. Muitos acreditam em má sorte, outros que é obra do acaso e, uma terceira parte, que é castigo.
O Espiritismo explica que somos regidos por leis divinas. Jesus já havia ensinado que “a cada um segundo as suas obras”, significando que todos os nossos atos são pesados na balança da Vida, em cada reencarnação. Portanto, não há sofrimento inocente ou desnecessário no contexto das Leis Divinas. Segundo “O Livro dos Espíritos”, “a fatalidade existe apenas pela escolha que, ao encarnar-se, tenha feito o Espírito para suportar esta ou aquela prova”.(Q. 851)
Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel, pois, desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a Lei de Causa e Efeito. Ante tragédias como essas a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade.
O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741.

Em “Obras Póstumas”, Allan Kardec formula a questão relativa às Expiações Coletivas:

O Espiritismo explica perfeitamente a causa dos sofrimentos individuais, como consequências  imediatas das faltas cometidas na existência precedente, ou como expiação do passado; mas, uma vez que cada um só  é responsável pelas suas próprias faltas, não se explicam satisfatoriamente as desgraças coletivas que atingem as aglomerações de indivíduos, às vezes, uma família inteira, toda uma cidade, toda uma nação, toda uma raça, e que se abatem tanto sobre os bons, como sobre os maus, assim sobre os inocentes, como sobre os culpados. 
Eis a resposta, assinada pelo Espírito Clélia Duplantier:
Todas as leis que regem o Universo, sejam físicas ou morais, materiais ou intelectuais, foram descobertas, estudadas, compreendidas, partindo-se do estudo da individualidade e do da família para o de todo o conjunto, generalizando-as gradualmente e comprovando-se-lhes a universalidade dos resultados. Outro tanto se verifica hoje com relação às leis que o estudo do Espiritismo dá a conhecer. Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer indo a encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até à reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
Três caracteres há em todo homem: o do indivíduo, do ser em si mesmo; o de membro da família e, finalmente, o de cidadão. Sob cada uma dessas três faces pode ele ser criminoso e virtuoso, isto é, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão e reciprocamente. Daí as situações especiais que para si cria nas  suas sucessivas existências. Salvo alguma exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que numa existência vêm a estar reunidos por uma tarefa comum já viveram juntos para trabalhar com o mesmo objetivo e ainda reunidos se acharão no futuro, até que hajam atingido a meta, isto é, expiado o passado, ou desempenhado a missão que aceitaram.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provações que não decorrem dos atos da vida presente, porque reconheceis que elas são o resgate das dívidas do passado. Por que não haveria de ser assim com relação às provas coletivas? Dizeis que os infortúnios de ordem geral alcançam assim o inocente, como o culpado; mas, não sabeis que o inocente de hoje pode ser o culpado de ontem? Quer seja ele atingido individualmente quer coletivamente, é que o mereceu. Depois, como já dissemos, há as faltas do indivíduo e as do cidadão; a expiação de umas não isenta da expiação das outras, pois que toda a dívida tem que ser paga até à última moeda. As virtudes da vida privada diferem das da vida pública. Um, que é excelente cidadão, pode ser péssimo pai de família; outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. Essas faltas coletivas é que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se encontram de novo reunidos, para sofrerem juntos a pena de talião, ou para terem ensejo de reparar o mal que praticaram, demonstrando devotamento à causa pública, socorrendo e assistindo aqueles a quem outrora maltrataram. Assim, o que é incompreensível, inconciliável com a justiça de Deus, se torna claro e lógico mediante o conhecimento dessa lei.
A solidariedade, portanto, que é o verdadeiro laço social, não o é apenas para o presente; estende-se ao passado e ao futuro, pois que as mesmas individualidades se reuniram, reúnem e reunirão, para subir juntas a escala do progresso, auxiliando-se mutuamente. Eis aí o que o Espiritismo faz compreensível, por meio da equitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres.
O Espírito Humberto de Campos, relata no livro Cartas e Crônicas, com a psicografia de Chico Xavier, o motivo pelo qual que, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, com idades diversas, que reuniram-se para dolorosa expiação em comovedora tragédia num circo. Eles foram os responsáveis que, no ano de 177, queimaram cerca de mil crianças e mulheres numa arena de um circo romano na Gália, hoje região francesa.
No livro Ação e Reação, de André Luiz, há o caso de dois Espíritos que, em existência anterior, costumavam empurrar seus inimigos de cima de penhascos. Após muitos séculos, para eliminar de suas consciências tais delitos que os impediam de maiores progressos, planejaram, desse modo, participar dos primeiros testes de avião, sofrendo os efeitos de um desastre aéreo, espatifando-se no solo.
Pela mediunidade de Divaldo Franco, temos notícias sobre as vítimas do tsunami de 2004. Segundo Joanna de Ângelis, a mentora do médium, elas fizeram parte de antigas legiões de bárbaros que destruiram parte da Europa e de outros povos, quando Alarico I e seus exércitos dominaram vários países com crueldade, conquistaram Roma, saquearam-na e a queimaram durante seis dias, no ano 410 d.C.
Certa ocasião, há cerca de dois mil anos, em Jerusalém, nas proximidades do tanque de Siloé, uma torre desabou, matando 18 pessoas. Jesus foi procurado por inúmeras pessoas para que desse sua opinião a respeito, afirmando Ele:
- Acreditais que esses galileus fossem mais pecadores do que todos os outros, por sofrerem assim? Digo-vos que não. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos da mesma forma. Ou esses dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, pensais que foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, eu vos digo; mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
Isto significa que todos podemos passar por sofrimentos semelhantes. Jesus enfatiza a necessidade de arrependimento, isto é, é necessário que transformemos nossos pensamentos e maneiras de agir, que contribuem para atitudes desequilibrantes. Vivemos num mundo de provas e expiações. Temos todos os tipos de violências. Enquanto não adotarmos uma conduta cristã, ou seja, fazendo a vontade Deus, como Jesus claramente explicou, fazendo aos outros tudo o que gostaríamos que nos fosse feito, a Terra não será regenerada e nós estaremos sujeitos a tudo o que se passa por aqui. Deus, através dos Bons Espíritos, ampara, ajuda, inspira a todos os homens. Os que se submetem às Leis Divinas, obtêm proteção da Espiritualidade, enfrentando apenas o que está programado, distantes das experiências dolorosas.
Calamidades-Joanna de Angelis
Com freqüência regular a Terra se faz visitada por catástrofes diversas que deixam rastros de sangue, luto e dor, em veemente convite à meditação dos homens.
Conseqüência natural da lei de destruição que enseja a renovação das formas e faculta a evolução dos seres, sempre conseguem produzir impactos, graças à força devastadora de que se revestem. Cataclismos sísmicos e revoluções geológicas que irrompem voluptuosos em forma de terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, obedecem ao impositivo das adaptações, acomodações e estruturação das diversas camadas da Terra; no seu trânsito de "mundo expiatório" para "regenerador". Tais desesperadores eventos impõem ao homem invigilante a necessidade da meditação e da submissão à vontade divina, do que resultam transformações morais que o incitam à elevação. Olhados sob o ponto de vista espiritual esses flagelos destruidores têm objetivos saneadores que removem as pesadas cargas psíquicas existentes na atmosfera, que o homem elimina e aspira, em contínua intoxicação.
Indubitavelmente trazem muitas aflições pelos danos que se demoram após a extinção de vidas, arrebatadas coletivamente, deixando marcas de difícil remoção, que se insculpem no caráter, na mente e nos corpos das criaturas.
Algumas outras calamidades como as pestes, os incêndios, os desastres de alto porte são resultantes do atraso moral e intelectual dos habitantes do planeta, que, no entanto, lhes constituem desafios, que de futuro podem remover ou deles precatar-se. (À véspera havia irrompido, em São Paulo, o incêndio do Edificio Joelma, que arrebatou mais de 170 vidas e revelou alguns heróis. Descrito e analisado no livro Éramos seis)
As endemias e epidemias que varriam o planeta no passado, continuamente, com danos incalculáveis, em grande parte são, hoje, capítulo superado, graças às admiráveis conquistas decorrentes da "revolução tecnológica" e da abnegação de inúmeros cientistas que se sacrificaram para a salvação das coletividades. Muitas outras que ainda constituem verdadeiras catástofres, caminham para oportunas vitórias do engenho e da perseverança humana.
Há, também, aquelas resultantes da imprevidência, da invigilância, por meio das quais o homem irresponsável se autopune, mediante os rigores dos sofrimentos decorrentes das desencarnações precipitadas, através de violentos sinistros e funestas ocorrências ...
Pareceriam desnecessárias as aflições coletivas que arrebatam justos e injustos, bons e maus, se olhados os saldos precipitadamente. Conveniente, todavia, refletir quanto à justeza das leis divinas que recorrem a métodos purificadores e liberativos, de que os infratores e defraudadores das Leis e da Ordem não se podem furtar ou evitar.
Comparsas de hediondas chacinas; grupos de vândalos que se aliciam na desordem e usurpação; maltas de inveterados agressores que se indentificam em matanças e destruições; corsários e marinhagens desvairados em acumpliciamentos para pilhagens criminosas; soldadesca mercenária, impiedosa e avassaladora, que se refestela, brutal, na inocência imolada selvagemente; incendiários contumazes de lares e celeiros, em hordas nefastas e contínuas; bandos bárbaros de exterminadores, que tudo assolam por onde passam; cúmplices e seviciadores de vítimas inermes que lhes padecem as constrições danosas; pesquisadores e cientistas impenitentes, empedernidos pelas incessantes experiências macabras de que se nutrem em agrupamentos frios; legisladores sádicos e injustos que se desforçam nas gerações débeis que esmagam; conquistadores arbitrários, carniceiros, que subjugam cidades nobres, tornando suas vítimas cadáveres insepultos, enquanto se banqueteiam em sangue e estupor; mentes vinculadas entre si por estranhas amarras de ódio, ciúme e inveja que incendeiam paixões, são reunidos novamente em vidas futuras, atravessando os portais da Imortalidade, através de resgates coletivos, como coletivamente espoliaram, destruíram, escarneceram, aniquilaram, venceram os que encontravam à frente e consideravam impedimentos à sua ferocidade e barbaria, vandalismo e estroinice, a fim de que se reajustem, no concerto Cósmico da Vida, servindo também de escarmento para os demais, que, não obstante se comovem ante as desgraças que os surpreendem, cobrando-lhes as graves dívidas, prosseguem, atônitos e desregrados, em atitudes infelizes sem que lhes hajam constituído lições valiosas, capazes de converter-se em motivo de transformação interior.
Construtores gananciosos que se fazem instrumento para cobranças negativas, maquinistas e condutores de veículos displicentes, que favorecem tragédias volumosas, homens que vendem a honradez e sabem que determinadas calamidades têm origem nas suas mentes e mãos, embora ignorados pela Justiça humana não se furtarão à Consciência Divina neles mesmos insculpida, que lhes exigirá retorno ao proscênio em que se fizeram criminosos ignorados para tornarem-se heróis, salvando outros e perecendo, como necessidade purificadora de que se alçarão, depois, à paz.
Não constituem castigos as catástrofes que chocam uns e arrebatam outros, antes significam justiça integral que se realiza.
Enquanto o egoísmo governe os grupos humanos e espalhe suas torpes sementes, em forma de presunção, de ódio, de orgulho, de indiferença à aflição do próximo, a Humanidade provará a ardência dos desesperos coletivos e das coletivas lágrimas, em chamamentos severos à identificação com o bem e o amor, à caridade e ao sacrifício.
Como há podido pela técnica superar e remover vários fatores de calamidades, pelas conquistas morais conseguirá, a pouco e pouco, suplantar as exigências transitórias de tais injunções redentoras.
Não bastassem as legítimas concessões do ajustamento espiritual, as calamidades fazem que os homens recordem o poder indômito de forças superiores que os levam a ajustar-se à sua pequenez e emular-se para o crescimento que lhes acena.
Tocados pelas dores gerais, partícipes das angústias que se abatem sobre os lares vitimados pela fúria da catástrofe, ajudemo-nos e oremos, formando a corrente da fraternidade santificante e, desde logo, estaremos construindo a coletividade harmônica que atravessará o túmulo em paz e esperança, com os júbilos do viajor retomando ditoso à Pátria da ventura.
O Espírito Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele:
“Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”.
. Como explica Manoel Philomeno de Miranda no livro “Transição Planetária”: “Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações, em relação àquelas que foram vitimadas(...)
“As criaturas que persistirem na acomodação perversa da indiferença pela dor do seu irmão, que assinalarem a existência pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo conduta egoísta, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de permanecer na Terra, sendo exiladas para mundos inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.”