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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

                                         PRECES E REZAS
O Espiritismo, quando estudado seriamente, mostra-nos que a prece é todo ato que fazemos com amor na vida, em casa, no trabalho, na rua. Deus percebe tudo. Tudo o que fazemos em benefício dos outros já é uma prece, pois Deus já sabe o que vai no nosso íntimo. E, naturalmente, tudo flui melhor para aquele que assim age, uma vez que está indo ao encontro da vontade do Pai Supremo. Naturalmente, os Bons Espíritos estarão ao lado daqueles que pensam e fazem o Bem, amparando-os e concedendo-lhes maiores recursos, tal como a parábola dos talentos contada por Jesus.
Muitas pessoas, por desconhecerem este mecanismo, costumam pedir aos outros que orem por elas. Lógico que podemos e devemos orar pelos outros, contudo, não precisamos estar pedindo às pessoas para orarem por nós. Todos temos capacidade de dirigir ao Pai Maior todos os nossos pensamentos e sentimentos, tanto de amparo como de agradecimento.  Somos seus filhos. Não precisamos de intermediários para falar com nosso Pai Celestial, e, muito menos, pagar alguém para solicitar-lhe alguma coisa, como era muito comum há algum tempo. Normalmente, quem assim age, não demonstra nenhum fervor, tendo em vista que entrega a terceiros este encargo. 
Com a vinda do Espiritismo, para aqueles que querem ver, que querem aprender, são descortinadas muitas coisas. Uma delas é que não adianta ficar repetindo rezas, rosários intermináveis, dizendo preces decoradas, como até hoje se observa por incentivo de religiosos atrasados e que mantêm seus seguidores no atraso. Deus ouve quem fala de dentro de si e não apenas pela boca, sem sentir o que diz. As tais rezas repetitivas não chegam a Deus, porque são da boca para fora e não de dentro da alma. Não partem do coração, como se diz. 
Em poucos segundos podemos elevar o nosso pensamento ao Criador e dizer-lhe algo de que necessitamos ou de gratidão a Ele. Não há necessidade de muito falar, como faziam os fariseus nas sinagogas lá na Palestina antigamente. 
Nós que nos dizemos cristãos, é bom lembrarmos que Jesus disse, certa vez, que não deveríamos nos assemelhar aos hipócritas que "oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens". Também disse que não deveríamos pedir muito nas preces, como faziam os pagãos, que imaginavam que seriam atendidos pela multiplicidade das palavras. Jesus conclui dizendo que "vosso Pai sabe do que tendes necessidade, antes que lho peçais". 
E, nos dias atuais, nas redes sociais,  muitas pessoas, pelo visto,  que nunca estudaram os evangelhos à luz do Espiritismo, que nunca estudaram nenhum livro de Allan Kardec, lamentavelmente, ficam  a pedir "amens" para tudo, como se fossem resolver alguma coisa. Quem quer o bem dos outros basta pensar, desejar o bem delas, se não puder fazer nada concretamente, diretamente. Mas não existem palavras mágicas com poderes ditos sobrenaturais, como os tais mantras que certos povos de regiões asiáticas  utilizam.  
O homem tem o poder de realizar inúmeras coisas. Como somos filhos de Deus, Espíritos por Ele criados, sabemos que, quanto mais evoluirmos, mais descobriremos que nossa mente é poderosa e que deve ser utilizada para construir, para ajudar, para sermos úteis em qualquer lugar do Universo. 
Assim, quando pedirmos algo a Deus, os Bons Espíritos virão para auxiliar-nos a encontrarmos o melhor caminho, pois Deus não atende diretamente os seus filhos. Para tanto, existem bilhões de Espíritos em níveis diferentes para realizarem a Sua vontade. Para tudo, os Bons Espíritos  atendem em nome de Deus, conforme o nosso merecimento e a nossa necessidade. Como explica Allan Kardec, "o que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os Bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: 'ajuda-te que o Céu te ajudará'."
Mas existem outras questões que dizem respeito à prece, como o perdão, por exemplo. Não podemos nos dirigir a Deus quando temos mágoa dentro de nós porque alguém nos feriu, nos prejudicou. Como endereçar pedidos ao Criador com ódio no coração? Por isso mesmo que Jesus, lá no seu evangelho, lembra: "Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos Céus, também vos perdoe os vossos pecados. Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos Céus, também não vos perdoará os pecados". 
Veja mais detalhes do pensamento de Jesus, à luz do Espiritismo, sobre este e  outros temas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec. 
 Luiz Alberto Cunha

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