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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Estudo do Espiritismo na Universidade


Recebi esta notícia muito interessante sobre a criação da primeira Faculdade de Teologia Espírita do Brasil e, acredito, do Mundo.
É interessante porque é mais uma forma de a Doutrina Espírita ser estudada e de ser divulgada. Não me refiro ao título de bacharelado, que reputo como secundário, porém, ao estudo sério de uma Doutrina importantíssima que é considerada por todos aqueles que se aprofundaram em seus conhecimentos, a Terceira Revelação Divina.
Embora não necessitemos arcar com custos nos Centros Espíritas para estudarmos e ministrarmos o Espiritismo, onde qualquer pessoa tem acesso gratuito garantido, a Faculdade que ministrará estes mesmos conhecimentos, pelo menos exigirá frequência obrigatória para seus matriculados, como também aferirá se realmente tais disciplinas estão sendo levadas a sério através da realização de testes e trabalhos em cada semestre.
Nos Centros Espíritas, diferentemente, não se cobra nada. A liberdade é imensa e, tão grande, que as pessoas, em boa parte, tanto os neófitos como os chamados "dirigentes" e "facilitadores", não levam a sério, com muitas faltas, com muitas férias, pouquíssimas horas mensais, chegando ao absurdo de ficarem sem estudar de dezembro a abril, conforme tenho acompanhado aqui na Grande Porto Alegre. É impossível algum aprendizado dessa maneira. Por isso, constatamos, com imenso pesar, o despreparo de muitas pessoas que se dizem Espíritas, que possuem apenas conhecimentos muito rudimentares sobre a Doutrina, frequentando e colaborando nas Casas Espíritas por muitos anos, assumindo, pasmem, a direção da Casa, e, contudo, quando chega a época das provações e dos reais testes evolutivos, reagem como se fossem qualquer outro seguidor das religiões tradicionais, sem o devido preparo, pois, não têm os conhecimentos e as informações consoladoras do Espiritismo, apresentando queixas e reclamações, dando um tremendo mau exemplo de seguidor da Religião Espírita, aquela que mais prepara o ser humano para a vida física e espiritual. São cegos conduzindo outros cegos, como diz Jesus.
Sabemos que a Natureza não dá saltos, todavia, não estamos na Terra para fazermos turismo ou para levarmos na flauta, sendo displicentes, sem dar atenção ao pedido do Espírito de Verdade, quando diz no cap. VI do Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec: "Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." Temos que buscar assimilar o quanto antes as claridades dos conhecimentos que o Consolador nos traz, aproveitando o nosso tempo, lembrando a advertência do Cristo, quando diz: "andai enquanto tendes luz".
 
 
Criado o primeiro curso superior de Teologia Espírita
 
 
Começa a funcionar no ano que vem o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. O estudo da Doutrina dos Espíritos, codificada pelo educador e pesquisador francês Allan Kardec (1804-1869) há um século e meio, não será mais exclusividade dos Centros Espíritas espalhados pelo País. A partir do ano que vem os adeptos da doutrina poderão estudá-la, com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar em setembro o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR). A idéia do curso é formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do Espiritismo, diz Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo  e idealizador do curso de quatro anos.
 As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também por uma entrevista com especialistas. É uma forma de avaliarmos melhor os interessados,  assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa, explica Cruz.
 As bases da Doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias encarnações. Um dos objetivos do curso é a análise do Espiritismo em suas linhas religiosa, filosófica e científica.
 A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas.
É preciso dar massa crítica e espírito investigativo à obra de Kardec, analisa Cruz. Nicete Bruno, Espírita desde a juventude, aprova a criação da universidade. No âmbito coletivo, o estudo dos fundamentos Espíritas contribuirá para desmistificar muitos aspectos do Espiritismo. E quem se habilitar a fazer a faculdade com certeza ganhará muito em autoconhecimento, afirma a atriz.
O Espiritismo surgiu na França no século XIX e tem no Brasil hoje sua maior comunidade. Segundo o último censo do IBGE são 2,34 milhões de adeptos. Como estima-se que os Espíritas assumidos em todo o planeta não passem de 15 milhões, pode-se dizer que o Brasil é o país do Espiritismo. Foi também em solo brasileiro que viveu Francisco Cândido Xavier (1910-2002), considerado o mais produtivo médium Espírita. Em sua longa vida, Chico Xavier, como era conhecido, psicografou 418 títulos sob inspiração do espírito Emmanuel. Seus livros correram o mundo e chegaram ao volume de 25 milhões de exemplares vendidos.
 Não pensem os mais afoitos, no entanto, que a escola é uma versão brasileira de Hogwarts, a escola de formação de bruxos dos livros e filmes de Harry Potter, personagem criado pela britânica J.K.Rowling. 
 A essa turma, o criador do curso Maury da Cruz manda um recado: Não vamos formar bruxos, videntes ou médiuns, muito menos ensinar a ver fantasmas, brinca ele.
A idéia fundamental é a conscientização de ser e de  viver:
como, por quê e para quê.
AGORA, A CRÍTICA
CURSO SUPERIOR DE ESPIRITISMO???? PARA QUÊ????
Permitam-me expressar minha opinião, embora possam não concordar.
Não é necessário um curso superior de Espiritismo, nem pósgraduação stricto sensu, pois pelo que observamos já temos PhDeus em número suficiente no movimento espírita.
Formiga, LCD
Teologia Espírita desvirtua finalidades do Espiritismo
Afinal, para quê criar Teólogos Espíritas?  Será preciso, ainda, reconceituar o Espiritismo no Brasil?  Perigo do profissionalismo e mercantilização do Espiritismo.
Gerson Simões Monteiro
Vice-Presidente da FUNTARSO
Operadora da Rádio Rio de Janeiro
E-mail:
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Tomamos conhecimento que começa a funcionar, no ano que vem, o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. A partir do ano que vem, os adeptos da doutrina poderão estudá-la com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar, em setembro, o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR).
As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar,também, por uma entrevista com especialistas.
POSIÇÃO DA USEERJ (ATUAL CEERJ) EM 2002
Sobre essa questão, desde 17 de dezembro de 2002, a USEERJ, hoje CEERJ, enviou uma correspondência ao Movimento Espírita, deixando bem clara a posição da sua diretoria contra o Ensino Teológico Espírita no Brasil.
No primeiro parágrafo da referida carta, destacamos a seguinte expressão de Emmanuel, coligida do livro Coletânea do Além – Dicionário da Alma, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, “A Teologia, na maior parte das vezes, é o museu do Evangelho”.
Para fundamentar a nossa posição, contrária à criação do referido Curso, destacamos, também, as seguintes considerações do Benfeitor Espiritual Emmanuel na página “Espiritismo e Nós”, publicada no Livro da Esperança:
Todas as religiões cultivam rigoroso sentido de Seita, mantendo a segregação dos profitentes. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da solidariedade.
Contudo, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, abraçarmos aventuras e distorções, em torno do ensino espírita, ainda mesmo quando inocentes e piedosas na conta da fraternidade, levantaremos novas inquisições do fanatismo e da violência contra nós mesmos (…).
Todas as religiões garantem retiros e internatos, organizações e hierarquias para a formação de orientadores condicionados, que lhes exponham as instruções, segundo o controle que lhes parece conveniente.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do esclarecimento livre (…).
Todas as religiões, de um modo ou de outro, alimentam representantes e ministérios remunerados. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da assistência gratuita.
No entanto, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, fugirmos de agir, viver e aprender à custa do esforço próprio, incentivando tarefeiros pagos e cooperações financiadas cairemos, sem perceber, nas sombras do profissionalismo religioso.

A PROPOSTA DO CURSO AO MEC
A Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – SBEE, originalmente denominada Agrupamento Espírita Afonso Penna, com sede na Rua 29 de Junho nº 504, em Curitiba, PR, é uma instituição filantrópica e beneficente criada em 1953, reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal, tendo como proposta a criação de uma massa crítica na interpretação e divulgação do Espiritismo sob uma nova visão à luz da Ciência, Filosofia e Religião, a teor das informações inseridas no seu site virtual.
Sob a ótica dessa proposta, a entidade pleiteou e conseguiu junto ao Ministério da Educação a autorização para implementar o primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita no Brasil, a ser ministrado por estabelecimento educacional então criado, qual seja a Faculdade Dr. Leocádio José Correia, manutendida pelo Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, braço assistencial da Sociedade em questão.
Debalde a autorização ministerial para o funcionamento do curso em comento datar de setembro de 2002, já em agosto do mesmo ano, portanto um mês antes, a Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas editou Proposta da Portaria nº 2501 (30.08.2002) instrumentalizando as ações e diretrizes cursivas, com curriculum pleno, especialização do corpo docente abrangendo ética, sociologia, antropologia, transdisciplinaridade, filosofia, estudos das religiões etc., número de vagas, duração, inscrições e outras instruções, além da compulsória grade com as disciplinas por período e carga horária.
ANÁLISE DA PROPOSTA
A Proposta básica do Curso de Bacharelado em Teologia Espírita, como apresentada pela SBEE, é a de possibilitar o estudo sistemático e acadêmico, da Doutrina dos Espíritos, no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil.
Ora, reconceituar no sentido etimológico da palavra, quer significar conceituar novamente, isto é, formar novo conceito, nova classificação, nova consideração etc. Assim, a proposta da SBEE, na estrita observância do vocábulo, visa dar novo conceito ao Espiritismo no Brasil, o que será possível – ainda segundo o entendimento da entidade – graças à experiência de coordenadores de grupos que vêm estudando os fundamentos da Doutrina dos Espíritos há quase 50 anos.
A empreitada proposta pelo Curso ora autorizado é temerária e imprudente, na medida em que a Doutrina Espírita, por Verdade Eterna advinda da Nova Revelação, não admite novos conceitos senão aqueles que nos chegaram através da Espiritualidade Superior, ou interpretações outras que não aquelas fundamentadas pelo Codificador, Allan Kardec, no pentateuco espírita, coletânea fruto do intercâmbio com o Mundo Maior.
Falar-se assim em reconceituar o Espiritismo é, na pior das hipóteses, considerar que tudo aquilo que aprendemos, sentimos e aplicamos no tríplice aspecto da Revelação – ciência, filosofia e religião – se encontra ultrapassado e desatualizado merecendo, pois, ser repensado, reescrito e reestudado.
Esquece-se, porém, a SBEE que os ensinamentos doutrinários, base do Espiritismo, não se encontram assentados sobre dogmas ou pontos irreversíveis que fazem hoje grande número de incrédulos; ao contrário, a verdade espírita solidificou-se e perpetuou-se sobre a fé raciocinada, que se apóia sobre fatos e lógica, não deixando atrás de si qualquer obscuridade (ESE, Cap. XIX, item 7).
Assim, sob os aspectos de conveniência e oportunidade, não vê a União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro – USEERJ qualquer alcance prático, pedagógico ou esclarecedor quanto à temática cursiva ora proposta. Ao contrário, esse tipo de tentativa pedagógica, que se lastreia basicamente na idéia de reconceituar o Espiritismo, pode levar a uma indesejável desvirtuação dos verdadeiros objetivos da Doutrina Espírita que, como Cristianismo Redivivo (Cristianismo do Cristo), deve se pautar pela mais absoluta pureza da verdade evangélica, ou seja, a prática doutrinária não pode e nem deve romper a simplicidade recomendada por Jesus de “dar de graça o que de graça recebemos”.
Muito embora o aspecto religioso da Doutrina Espírita tenha, de fato, um conteúdo teológico, o seu ensino no tríplice aspecto – ciência, filosofia e religião -, não deve ser objeto de profissionalização, pois que o estudo acadêmico implica necessariamente em remuneração pecuniária, o que levaria o Espiritismo a incorrer no mesmo erro cometido pelas religiões formalistas. Em tal caso, o Espiritismo, em seu aspecto religioso, passaria a formar com essas religiões mais uma escola teológica a nível acadêmico, o que resultaria no estabelecimento de hierarquias no campo doutrinário, a exemplo do que aconteceu com tais religiões, as quais, por isso, perderam conteúdo ao se afastarem da verdade contida no Cristianismo, conforme nos ensina o Espírito da Verdade (ESE, Cap. VI, item 5):
“No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”.
Destarte, devemos ter em mente, sempre, a lição de Emmanuel que, pela pena do Irmão-Amor Francisco Cândido Xavier, nos ensinou que:
“Todas as religiões são credoras de profundo respeito e de imensa gratidão pelos serviços que prestam à Humanidade.
Nós, porém, os espiritas encarnados e desencarnados, não podemos esquecer que somos chamados a reviver o Cristianismo puro, a fim de que as leis do Bem Eterno funcionem na responsabilidade de cada consciência”.
Entendemos que a re-conceituação do Espiritismo, como proposta pela Faculdade Dr. Leocádio José Correia, é quimera semântica que objetiva simplesmente arregimentar curiosos a um curso regular em que se apreciará os aspectos teológicos da religião espírita.
Como o apóstolo Paulo asseverou em sua primeira carta aos Tessalonicences: examinai tudo e retende o bem, é necessário que cada um de nós, individualmente, analise, investigue e critique a presente Proposta para verificar se essa se enquadra às necessidades de aperfeiçoamento do Espiritismo e dos seus seguidores, porquanto, o verdadeiro Espírita, conhecido através de características pessoais, abstém-se formalmente do profissionalismo religioso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS CONTRÁRIAS A CRIAÇÃO DO CURSO
O Espiritismo, doutrina consoladora, lança luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideradamente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessiva e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-las sair das sombras (…) Se, pois, os Espíritos não dizem ainda tudo ostensivamente, não é porque haja na doutrina mistérios reservados a privilegiados, nem que coloquem a candeia sob o alqueire, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo oportuno (ESE, Cap. XXIV, item 7)
Assim qualquer reconceituação do Espiritismo, na acepção ampla do vocábulo, deverá chegar-nos no momento e tempo certos, pela via da Espiritualidade Superior. Só ela, mercê de Deus, é fonte apta a tal instrução, se assim for julgado necessário.


 

Jesus, o Mestre Incomparável


Temos, no Espiritismo, uma visão muito mais completa e interessante sobre Jesus. Esta visão diferente e de imensa profundidade não seria por mera disputa entre religiões ou por exibicionismo nosso, mas pela riqueza de informações que nos chegam, pelos Espíritos encarregados da Codificação, orientando Allan Kardec, e, posteriormente, nestes últimos 154 anos (18 de abril de 1857-data da publicação de "O Livro dos Espíritos"), com manifestações psicográficas e trabalhos inspirados através de inúmeros colaboradores, habitantes dos dois mundos, o de cá e o de lá.
Inicialmente, na Questão 625 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores "qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?".

E eles responderam: Jesus.

E Kardec comenta: "Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar a Humanidade da Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que Ele ensinou é a mais pura expressão de Sua lei, porque Ele estava animado pelo Espírito Divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra".
Grande parte dos homens desconhece que Jesus é um Espírito Puro, que tem bilhões de anos à nossa frente e que já atingiu o ápice da evolução permitida a todos os seres. Para muitos, Ele é o cordeiro de Deus que derramou o seu sangue para redimir a humanidade, lembrando antigas cerimônias judaicas, em que bodes eram sacrificados para depurar os pecados da comunidade. Há os que o confundem com o próprio Deus, embora Ele tenha afirmado sempre que era filho de Deus, como nós o somos... Outros imaginam que basta dizerem-se cristãos para, sem obras, terem garantido o paraíso, sem o merecerem. Para outros, levianos, Ele foi um revolucionário que foi morto pelos romanos por tentar subverter a ordem estabelecida, e, mais recentemente, em livros e filmes, Ele teria sido amante de Maria de Magdala, tendo deixado uma descendência. Uma grande parte da Humanidade nunca ouviu falar de Jesus, como os muçulmanos, além de outros povos com outras crenças.
Em dois mil anos de Cristianismo, o que os homens conseguiram fazer com a Doutrina do Cristo?
Quantos massacres, quantas perseguições, quantas deturpações das ideias do Cristo ao longo deste período! Inúmeras guerras denominadas de Cruzadas, por séculos,  e a malfadada "santa Inquisição", deixaram quilométricos rastros de sangue por vários países, massacrando pessoas em Seu nome. Jesus, por ser um Espírito de alta envergadura, que atingiu o máximo da perfeição que todos poderemos atingir um dia, já sabia do que os homens seriam capazes e avisou os apóstolos, na última ceia, que, mais tarde, pediria ao Pai para enviar o Consolador, a fim de que explicasse melhor Suas ideias e trouxesse ao Mundo novos conhecimentos, pois, a Humanidade daquela época ainda necessitava de mais tempo para poder entender muitos dos conhecimentos que Ele somente repassava ao grupo reduzido de seguidores.
E foram precisos muitos séculos para que isto ocorresse. Então, a partir de 1857, com o advento da Doutrina Espírita ou Doutrina dos Espíritos Superiores, soou para a Humanidade terrestre os clarins da Nova Era. Foram quase dois mil anos de espera pelo amadurecimento da Humanidade terrestre, para que tivéssemos prontidão a fim de que pudéssemos absorver conhecimentos mais abrangentes sobre a nossa real essência.
Hoje, grande parte dos habitantes deste planeta, já têm condições de compreender que, embora os entraves que existam para as novas ideias, como ensina o Espiritismo, somos todos seres criados simples e ignorantes, que entramos no Mundo material para progredirmos, mas que retornamos ao Mundo Espiritual após cada experiência na matéria para reavaliações e preparação de novas experiências futuras no mundo das formas.
Com a contribuição do Mundo Espiritual, por exemplo, tomamos conhecimento através do Espírito Emmanuel, narrado no livro "A Caminho da Luz", de que Jesus pertence à Comunidade dos Espíritos Puros, não sendo, portanto, um filho único de Deus, como dizem há séculos religiosos que se dizem seus representantes. Diz-nos, ainda, Emmanuel, que este mesmo Espírito denominado de Jesus, há 4 bilhões e 500 milhões de anos atrás, foi o Sábio responsável pela montagem e construção do nosso planeta, bem como pela implantação de toda a vida primitiva, trazendo os germes do Espaço e acompanhando todo o processo, por milhões de anos, para o desenvolvimento de todos os seres vivos que aqui iniciaram a sua trajetória evolutiva. Vejam que Jesus nos conhece a todos, e nos acompanha, desde o nosso princípio, como protoplasmas, até a fase em que nos encontramos, já seres pensantes, reencarnando e assumindo responsabilidades.
Então, quando tomamos conhecimento de tudo isto, fica mais fácil percebermos porque Ele é o caminho da Verdade e da Vida, pois Ele já trilhou todos os caminhos que O levaram à esta condição, por ter sido criado muito antes de todos nós que aqui vivemos. Ele é um dos Espíritos, dentre milhões de seres, que já atingiu a perfeição a que todos nós, também filhos de Deus, estamos destinados. Por isso que Jesus é denominado e conhecido pela Comunidade Espiritual do Sistema Solar como, além de membro permanente, como o Governador da Terra.
Então, na segunda reunião da Comunidade dos Espíritos Puros, aqui nestas imediações siderais, foi decidido que Ele viria, pessoalmente, trazer à este planeta, a Segunda Revelação do Supremo Senhor, tendo em vista que já era o momento de mostrar à Humanidade terrestre que o Altíssimo tinha traçado algo bem melhor para todos os homens, além desta vida, ensinando que os verdadeiros tesouros estão dentro de nós, nas virtudes, e que nada nem ninguém poderia destruí-los ou tirá-los daqueles que os conquistassem. Ele trouxe-nos uma nova visão sobre Deus e a Sua Justiça, mostrando-nos, durante a sua estada aqui na Terra, que o sacrifício mais agradável ao Pai do Universo é tratarmos todos os seres como nossos irmãos, independente de qualquer situação ou que fizéssemos aos outros tudo o que gostaríamos que os outros nos fizessem, uma vez que estamos de passagem pelo planeta Terra, sendo que nada que aqui existe realmente nos pertence. Que recebemos os recursos, desde o nosso próprio corpo e todos os bens que passam por nossas mãos, como empréstimos por algum tempo, e que devemos administrá-los em nosso benefício e dos que nos cercam, sem nos escravizarmos a eles, devendo devolvê-los e prestar contas do seu emprego após o término de cada existência na matéria.
Desse modo, Jesus, o Espírito mais elevado que já pisou neste planeta, desde pequenino, não aprendeu nada com ninguém, nem com os essênios e muito menos com pessoas da Grécia ou da Índia, como dizem alguns erroneamente, sem noção da Sua grandeza.
Quando estudamos a Doutrina Espírita ficamos sabendo que ninguém retroage na sua caminhada evolutiva, e, principalmente, aqueles Espíritos que atingiram o último grau da evolução, como Jesus e outros tantos, que detêm todo o conhecimento possível do Universo, jamais, quando aqui estiveram encarnados, necessitaram aprender com os seres inferiores que aqui se arrastam.
Conta Humberto de Campos, também pela mediunidade de Chico, no livro Pontos e Contos, que o velho Simeão tomou Jesus bebê nos braços e perguntou-lhe:
- Celeste Menino, por que preferiste a palha humilde da manjedoura? Já que vens representar os interesses do Eterno Senhor da Terra, como não vestiste a púrpura imperial? Como não nasceste ao lado de Augusto, o divino, para defender o povo de Israel? Longe dos senhores romanos, como advogarás a causa dos humildes e dos justos? ... Mas, tu? Não te ligaste aos príncipes, nem aos juízes, nem aos sacerdotes... Não encontrarias outro lugar, além do estábulo singelo?
Jesus menino escutou-o, mostrando-lhe sublime sorriso... Depois de outras ponderações e de longo intervalo, Simeão, em lágrimas, indagou: - Dize-me, ó Divina Criança, onde representarás os interesses de nosso Supremo Pai?
O menino tenro ergueu, então, a pequenina destra e bateu, muitas vezes, naquele peito envelhecido que se inclinava já para o sepulcro...
Nesse instante, aproximou-se Maria e o recolheu nos braços maternos. Somente após a morte do corpo, Simeão veio a saber que o Menino Celeste não o deixara sem resposta.
O Infante Sublime, no gesto silencioso, quisera dizer que não vinha representar os interesses do Céu nas organizações respeitáveis, mas efêmeras da Terra. Vinha da Casa do Pai justamente para representá-Lo no coração dos homens.
Assim, através do Espiritismo, temos oportunidade de verdadeiramente conhecermos Jesus, um Espírito Puro, que conquistou a perfeição há bilhões de anos e, que, como Colaborador de Deus, veio a este Mundo para trazer uma mensagem de amor e de redenção. Ele não veio fundar nenhuma religião, como dizem por aí. A missão de Jesus não começou em Belém, nem terminou no Calvário. Ele veio para o que era Seu e os seus não O reconheceram, com diz João.
Como afirma Leon Tolstói em sua obra denominada "Leon Tolstói por ele mesmo", que nada há, nos textos evangélicos que comprove que o Cristo teria fundado uma igreja. É sabido que a palavra "igreja" aparece somente duas vezes nos textos evangélicos. A primeira, quando Pedro fala, certa vez. sob influência de Espíritos Elevados, que Jesus "é o Cristo, o filho do Deus vivo", então Jesus diz-lhe que edificaria a sua igreja sobre ele, Pedro, isto é, sobre a faculdade mediúnica Ele edificaria a sua doutrina. Essa ligação com o Alto fluiu até o século IV, quando a Igreja declarou que a mediunidade era obra do demônio ou pura ilusão.
A segunda, Jesus utilizou a palavra igreja, também, no sentido de assembléia, de reunião: "se teu irmão pecar contra ti, vai arguí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda a palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também à igreja, considera-o como gentio e publicano". Mais tarde, a Igreja Católica se valeu de interpretação equivocada para consolidar o seu reinado, fazendo a seguinte interpolação no texto evangélico: "Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado no céu". E aqueles que criaram a Igreja atreveram-se a tachar de hereges todos aqueles que não pensavam da mesma forma, finaliza Tolstói.
Durante os trezentos primeiros anos da propagação do Cristianismo, os apóstolos e seguidores de Jesus eram orientados pela Espiritualidade Superior nas suas atividades diárias. Do quarto século em diante, as trevas começaram a tomar conta da tal igreja que o Cristo não fundou, iniciando a sua decadência com o seu "casamento" com o Império Romano, ou seja, com o poder e as riquezas.
Em seguida, por decreto, foi proibido falar com os Espíritos, determinando-se que a única fonte de profecias deveria vir da igreja, sendo perseguidos e amaldiçoados todos os que entrassem em contato com os Espíritos.
Até o século V, a reencarnação era aceita com muita naturalidade pelos membros da igreja primitiva. Contam alguns autores que, por ter sido prostituta, a imperatriz Teodora, esposa do imperador Justiniano, era motivo de orgulho por parte de suas ex-colegas. Para acabar com os falatórios, Teodora mandou eliminar todas as prostitutas de Constantinopla. Cerca de quinhentas mulheres foram mortas. Como naquela época o povo acreditava na reencarnação, passou a chamá-la de assassina e a dizer que deveria ser assassinada, em vidas futuras, por quinhentas vezes, que era o seu carma por ter mandado assassinar as suas ex-colegas prostitutas. O certo era que Teodora passou a odiar a doutrina da reencarnação, passando a influenciar o imperador que, por decreto, em 543, condenou a doutrina de Orígenes sobre a preexistência da alma, desestruturando a reencarnação. Em 553 o imperador Justiniano convocou o V Concílio Ecumênico de Constantinopla, em que o papa Virgílio não compareceu. Em 554, o papa foi obrigado a ratificar a determinação do Concílio de que a alma era criada no momento do nascimento. Assim, atribui-se ao imperador Justiniano e à sua esposa, Teodora, a descrença dos católicos e demais religiões ditas cristãs, até os nossos dias, ao conhecimento da Lei da Reencarnação, muito embora eles todos tenham reencarnado inúmeras vezes nestes séculos de obscurantismo.
A partir de então, a igreja afastou-se totalmente da pureza evangélica, muito embora, o próprio Cristo tenha enviado inúmeros Espíritos iluminados, que reencarnaram com a missão de reconduzi-la ao caminho inicial de simplicidade, da humildade e do amor ao próximo, não tendo obtido êxito até o presente, apesar de todos os esforços da Espiritualidade Superior, sempre com a orientação do Mestre Jesus.
No final do século XIV, Jesus e seus colaboradores, em visita ao planeta e verificando que Seus ensinos continuavam deturpados, determinou que o Mundo fosse renovado com a descoberta de novas terras pela nação portuguesa, que encontrava-se em péssima situação econômica já naquela época, que renascessem, então, na região das Américas, criaturas renovadas, fixando ao norte o cérebro e, concentrando mais ao sul, o coração do Mundo. E, nesta região, uma mistura especial de raças, preparadas no Mundo Espiritual, com indígenas, africanos e europeus, formando um povo especial, aqui receberia o Seu Evangelho e trabalharia pela sua exemplificação no Mundo, haja vista as deturpações que Sua mensagem sofrera nos séculos anteriores, tanto na Palestina quanto no resto do planeta.
Recebeu o solo brasileiro, então, um povo especial, mais dócil e mais humano, embora ainda com muitas imperfeições, para desempenhar a missão elevada e renovadora da mensagem cristã. Ainda não somos a Pátria do Evangelho, como diz Emmanuel, pois, dependerá de nossos esforços em fazê-la de verdade o Coração do Mundo. Contudo, Jesus e seus mensageiros continuam nos amparando para que assimilemos o mais breve possível a Boa Nova, divulgando-a exemplificando-a em todas as direções, a fim de que a paz definitivamente reine no Mundo.
Por isso é de extrema urgência que, todos aqueles que já tenham compreendido e assimilado as ideias de Jesus, se somem a todos os demais que desenvolvem a tarefa de transmiti-la às demais pessoas de todas as comunidades terrestres, uma vez que o Evangelho ou Boa Nova do Mestre Incomparável é o único caminho que leva à paz e à felicidade, pois, é através dele que aprendemos a ser humildes de coração, a vermos todas as pessoas como nossas irmãs, a tornarmo-nos pequenos para crescermos verdadeiramente aos olhos de Deus.
Sabemos que demora um pouco para vencermos o nosso inimigo número um: nós mesmos. Sim, os nossos verdadeiros inimigos não estão na rua, no exterior, nas pessoas que se relacionam conosco, como imaginamos. Os nossos verdadeiros inimigos estão nas nossas imperfeições, na visão distorcida que temos do Universo que nos cerca, levando-nos a viver egoisticamente ao invés de compartilharmos as coisas boas que temos, e que na verdade nos são emprestadas pelo Supremo Proprietário de tudo, com todos os que estão à nossa volta. Este é o teste.
Esta é uma prova que não temos tido sucesso, uma vez que, apesar de termos inúmeras oportunidades, de termos recebido ao longo das existências advertências e orientações, ficamos absorvidos pelas coisas do Mundo, tornando-nos escravos dessas coisas que aqui ficam, deixando-nos com o amargo sabor da perda de mais uma grande oportunidade. Está aí o porquê de termos que, na maioria das vezes, vivermos de salário contado, de enfrentarmos o desemprego, de encontrarmos as panelas vazias, de termos inúmeras insatisfações, de quase nunca realizarmos os nossos sonhos, sem mencionar os que renascem com deficiências físicas e mentais, bem com quaisquer outras dificuldades que surgem ao longo de cada existência, todos passando por provações e, também, muitas vezes, por expiações por não termos, até agora, tido olhos de ver, ouvidos de ouvir, para as advertências e orientações contidas na mensagem do Senhor Jesus.
E, tudo isso, jamais pode ser chamado de castigo do Pai de Amor Infinito, pois, Ele é somente Amor. E, acima de tudo, justo. E um Pai de sua magnitude não pune seus filhos. Ele os reeduca, propiciando-lhes sempre novas situações de aprendizagem, a fim de que, no momento adequado de sua maturidade, reconheçam que Ele, o Criador, tudo fez e tudo faz, ao longo dos milênios para dar a melhor parte da herança aos Seus filhos. Basta que tenhamos olhos de ver.
Precisamos superar os inúmeros equívocos que inventamos ao longo dos séculos e assumir as nossas responsabilidades, compreendendo que Jesus é nosso irmão mais velho, que veio a este mundo para nos ensinar a viver como filhos de Deus. Da humilde manjedoura ao sacrifício na cruz, Jesus exemplificou suas lições, legando-nos um roteiro capaz de nos orientar a vida inteira.