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sábado, 27 de dezembro de 2014

                            MAIS UM NOVO ANO
Ao encerrarmos mais um ano de muitas atividades, naturalmente fazemos um balanço do que aconteceu em nossas vidas, apontando as coisas boas e as ruins,sendo que, em geral, damos ênfase a estas últimas, como fazem os canais de TV, fazendo as tais "retrospectivas", revivendo as tragédias que chocaram famílias e povos neste período.
Mas, todos esperamos que o ano novo que se inicia seja diferente, com muitas coisas boas, mesmo que, muitas vezes, sejam coisas que prejudiquem a nossa saúde, ou sejam obtidas com mais facilidade, através de atalhos. O que importa, para muita gente, é chegar lá, é usufruir de algo cobiçado, como dinheiro, por exemplo, que compra quase tudo. Só não compra a nossa paz, e muitas vezes nem a saúde. Mas só sentimos falta de paz e saúde quando as perdemos, quando vem as atribulações, e temos de enfrentar as aflições. 
Aqui neste planeta, que Allan Kardec explica ser um local de provas e expiações, jamais o homem foi verdadeiramente feliz, porque a felicidade não é deste mundo. Estando o homem em evolução, é natural que o ambiente em que viva não seja ainda um paraíso. O paraíso é reservado àqueles que já se aperfeiçoaram, para merecê-lo.
E aqui na Terra ainda estamos em fase de construção. Nossa morada planetária ainda requer muitas lapidações, muitos ajustes, tanto internos como externos, para tornar-se uma boa morada. 
E toda construção deve basear-se na rocha firme para não ser abalada. Ao longo dos tempos, e até hoje, muitos têm edificado "suas moradas" sobre a areia, que não resistem aos ventos e às águas, ou seja, não resistem às mudanças, às tribulações que todos estamos sujeitos, devidas aos nossos atos anteriores, e, cujo objetivo das provas é fortalecer-nos, é testar-nos, aferindo-nos, para que nos tornemos aptos para habitar o chamado paraíso.
Que no ano que se inicia, possamos manter nosso propósito de construção de um mundo melhor, fazendo-nos melhores trabalhadores. Que sejamos mais diligentes com a parte que nos compete nesta obra, trabalhando todos os dias, dedicando-nos e empregando os melhores materiais que a comporão. 
Como se faz nas obras materiais, temos que ter esmero nas obras espirituais, pois, é nosso Espírito que está sendo lapidado, que está sendo embelezado, para poder fazer parte de um mundo mais elevado, mais equilibrado e belo.
Se assim fizermos, em breve teremos uma casa melhor, um mundo melhor e uma vida verdadeiramente feliz.  
Que saibamos aproveitar este novo tempo que o Criador nos concede para edificarmos o bem todos os dias, trabalhando pelo nosso e pelo aprimoramento dos que dependem de alguma forma de nós. 
E o que Deus espera de nós? Ele espera que façamos todo o bem que esteja ao nosso alcance, olhando para os lados, procurando atender aos inúmeros necessitados de tantas coisas, principalmente de uma palavra, de um sorriso, de uma orientação, de uma atenção.    
Quando o dia tem 24 horas, o que são 5 ou 10 minutos do nosso tempo para darmos a alguém que está carente ou está doente? É isso que Deus espera de nós e é isso que nos elevará ao Paraíso, ou seja, à paz interior em qualquer lugar do Universo.
Façamos algo por nós no novo ano que está chegando, pensando primeiro no outro, dando-lhe uma migalha do nosso tempo.
Luiz Alberto Cunha   www.radiomundoespirita.com

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

                           MAIS UM NATAL
O Messias esperado pelos judeus já veio há mais de dois mil anos. O aniversário Dele é agora, no chamado Natal, uma data convencionada para homenageá-Lo. Parece que os homens O esqueceram ou ainda não O encontraram, pois colocaram um senhor idoso no Seu lugar na fantasiosa função de entregar presentes comprados à custa de sacrifícios desnecessários. Interessante que o aniversariante nunca incentivou o consumismo e o apego aos bens materiais, muito pelo contrário. Os próprios homens se encarregaram de criar cerimônias e rituais, ceias especiais, trocas de presentes, enfeites, etc., num flagrante distanciamento do que ensinou o Mestre nazareno, ou seja, caridade e amor.
Observamos que uma Rede de TV tem convidado milhões de telespectadores a enviarem mimos para sua árvore de natal, mas não é capaz de pedir alimentos para os famintos, roupas ou algo útil para os necessitados. Estão há semanas tratando da decoração de uma árvore, que logo será desmontada e tudo o que ela contém não será útil para ninguém. Mas o mais triste é que não disseram uma palavra sequer sobre Jesus, o único motivador do Natal. Nada falaram sobre o Seu nascimento, sobre a sua vida exemplar e, principalmente, o que Ele ensinou. Para a Rede de TV e para milhões de pessoas neste pedaço do mundo chamado de Cristão, lamentavelmente, tudo gira em torno de enfeites, comidas especiais, compras e o bondoso velhinho que não representa Jesus, mas foi colocado no Seu lugar para iludir as crianças durante um certo tempo, até que se deem conta que tudo não passa de fantasia.
E Jesus não entra em sua própria festa, pois, não tem fantasia. Sua vinda à Terra reveste-se de grande importância para todos nós. Ele não fez nada de conta. Ele não iludiu ninguém nem pediu bens materiais para que nos aproximássemos Dele. Foi simples e humilde desde a manjedoura até o último dia. 
Deixou-nos um legado de altíssimo valor. Até hoje ainda não conseguimos avaliá-lo. Até hoje ainda não abrimos o tesouro que Jesus nos legou. Ainda não tomamos posse de tão valiosa propriedade. Por quê?

Deve ser porque preferimos as coisas do mundo. Damos muito valor às aparências e aos bens que possam comprá-las para podermos nos exibir perante os outros.
E as crianças são as maiores vítimas dessa fantasia. Crescem e são incentivadas a manter uma tradição que não tem nada a ver com o Salvador, o Espírito mais avançado que já esteve aqui na Terra. Pelo que sabemos, ninguém conta a história de Jesus para as crianças, que, nesta época, são incentivadas a sentar no colo do tal  senhor de barbas brancas para tirar fotografias e que, mentirosamente, lhes trará presentes se alguém, logicamente, os comprar nas lojas. A maioria das pessoas se afundam em crediários sem fim em função de se encherem de coisas, mas ninguém lembra do Divino Aniversariante, de dar-lhe o presente que Ele tanto espera de nós. E o que Ele espera de nós? 
Ele espera de nós que abramos os nossos corações para todos os que sofrem, buscando confortar e amparar muitas pessoas que sofrem pela falta de atenção, pelo abandono dos parentes nos asilos, nos hospitais, nos orfanatos. Quantos desvalidos do mundo perambulam pelas ruas sem nenhuma chance de viverem como nós vivemos, sem alimentos, sem um agasalho ou sem um teto que os abrigue. Quantas crianças crescem sem educação, sem orientação? Nós tudo isso temos e muito mais, sem ter a noção que tudo é empréstimo de Deus e que nada nos pertence. Usufruimos egoisticamente  tudo o que está à nossa disposição, nunca lembrando de ajudar alguém para superar suas dificuldades. Nunca pensamos em manter uma criança na escola, ajudando-a a ter um bom material escolar ou,  a manter um jovem na universidade. Pensamos que somos donos de bens e valores e achamos ótimo ter tantas coisas. Só não pensamos que nada disso nos acompanhará em nossa viagem de retorno à Pátria Espiritual. Lá só entrarão os bens que distribuímos, isto é, o que fizemos em prol das pessoas. 
Interessante é que uma grande parte das pessoas age mecanicamente todos os anos, em todos os Natais. Montam pinheirinhos, enchendo-os de mimos, enfeitam suas casas, suas ruas, preocupam-se em comprar presentes para familiares e amigos, estipulam valores para os tais "amigos secretos", seguem orientações para preparar a famosa "ceia de natal", com inúmeras iguarias e bebidas, tudo isso não tendo nada a ver com o verdadeiro Natal, ou seja, o aniversário de Jesus. E o aniversariante não ganha nada. E todo o ano é a mesma coisa. Estão longe de comemorar o verdadeiro Natal.
Lógico que algumas pessoas já meditam sobre o maior evento da Cristandade. Fogem de tudo o que é exagero e tradições sem sentido, até mesmo irracionais. Algumas procuram levar alguns brinquedos para crianças pobres e alimentos para os moradores de rua. São os primeiros passos para buscarem o verdadeiro sentido do Natal. Outros, já evitam o consumismo nesta época, adotando uma postura sóbria, procurando lembrar os ensinos do Cristo e a sua importância para a Humanidade. Trabalham o ano inteiro em prol dos necessitados, isto é, participam de atividades caritativas, distribuindo alimentos e agasalhos no inverno, visitando doentes, idosos e crianças abandonadas, atendendo a inúmeras solicitações de pessoas que perderam tudo em incêndios e inundações, desempregados, etc. Para estes, o Natal é o ano todo, uma vez que já entenderam o seu significado. Na verdade, trabalham para instalar na Terra o Reino de Deus, promovendo nosso planeta para a Era da Regeneração, onde poderemos viver melhor, onde todos serão atendidos em suas necessidades básicas e onde os bons predominarão. 
Que o Senhor permita que despertemos neste Natal, com muitos abraços e reconciliações, muito amor por toda a Humanidade. Assim, comemoraremos, efetivamente, o verdadeiro Natal, que partiu da simplicidade da manjedoura, em Belém, e vai transformando o mundo em direção ao Reino de Deus.  Luiz Alberto Cunha  
Ouça as maravilhosas músicas Espíritas, mensagens e audiobooks de Allan Kardec, na Rádio Mundo Espírita, 24 horas transmitindo a Doutrina Espírita para o Mundo.
www.radiomundoespirita.com 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

                               ESPIRITISMO AUSENTE 
Acordei cedo e, antes de ligar o rádio, pedi a Deus uma ajuda para achar o caminho para voltar a divulgar a Doutrina Espírita através de emissoras de rádio aqui na Grande Porto Alegre, haja vista a total ausência do Espiritismo neste meio de comunicação aqui no Rio Grande do Sul.
Há vários dias estive falando com muitos músicos Espíritas de vários Estados brasileiros, uma vez que sempre estamos em busca de suas músicas para mantermos a www.radiomundoespirita.com atualizada, e, estava preocupado com alguns dados referentes às emissoras de rádio de Porto Alegre e área metropolitana, pois lembrava a eles que temos  cerca de 40 emissoras por aqui e que nenhuma delas transmite algum programa sobre Espiritismo. Na verdade, nós Espíritas é que não divulgamos a Doutrina, deixando-a escondida nas bibliotecas e nas Casas Espíritas, achando que está muito bom, que estamos fazendo o máximo pela Doutrina.
E estava passando o dial do meu pequeno rádio, contando as emissoras quando, lá pelas tantas,  perdi as contas ao passar por uma certa rádio e ouvi que algumas pessoas de determinada religião afirmavam, com base na Bíblia, que o ser humano morre e vira pó, só acordando no famigerado Juízo Final.
É a tal ressurreição dos mortos  que não tem fundamento científico e só serve para os filmes horrorosos de Hollywood, em que os cadáveres saem dos túmulos, caindo aos pedaços e atacando as pessoas. Ridícula fantasia e com absoluta impossibilidade de ocorrer. Então, fiquei pensando naquelas pessoas que ouvem uma coisa dessas e naquelas que  acreditam nestas interpretações nada racionais do texto bíblico e mais uma vez lamentei a ausência do Espiritismo nos meios de comunicação. Que explicação pobre e irracional davam eles. Bilhões de pessoas que morreram há milhares de anos viraram pó e estão esperando até hoje pelo tal juízo. Será que, sendo pó, o vento não as levou por aí? Sim, porque o pó dispersa. E nem preciso falar nos micróbios que comem os cadáveres. Ah! mas Deus como é poderoso vai juntar o pó do mundo todo e vai fazer reaparecer cada pessoa, como era antes... E por aí vai a ideia absurda de juntar o pó num passe de mágica e refazer as pessoas com a mesma aparência. É bem mais fácil estudar o Espiritismo e raciocinar sobre as ponderações feitas por Allan Kardec e os Espíritos Superiores sobre nossa origem, onde é nossa pátria original, além das leis que nos regem, como a do progresso, causa e efeito e da reencarnação, por exemplo.
Na questão 149, de "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores em que se torna a alma no instante da morte. Eles responderam que a alma retorna ao mundo dos Espíritos, isto é, volta a ser Espírito. E Kardec complementa na questão 150:  Como constata a alma a sua individualidade?  E a resposta foi: - "Ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu "perispírito."
E na questão 152 do mesmo livro, Kardec indaga  qual seria a prova da individualidade da alma após a morte e a resposta dos Espíritos foi:
- "Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Se não fosseis cegos, veríeis; se não fosseis surdos, ouviríeis, pois, frequentemente, uma voz vos fala, revelando a existência de um ser fora de vós."
Voltando à ausência do Espiritismo nas emissoras de rádio, quantas coisas ruins acontecem por aqui e no resto do mundo, por desconhecimento ou falta de conscientização do ser humano de que ele é um Espírito dentro de um corpo físico, vivendo aqui no planeta por um certo tempo?
Devido à ausência da Doutrina Espírita, bilhões de pessoas continuam desconhecendo as   leis divinas que devemos observar para vivermos em equilíbrio aqui e no Além.
Se o ser humano souber, tiver consciência, do que é e o que faz aqui na Terra, com certeza ele vai agir de maneira diferente, pois, terá uma visão bem mais ampla de tudo o que o rodeia e o papel que lhe compete realizar. Saberá lidar com todas as agruras que surgirem em seu caminho. Não ficará mais desesperado quando a doença atingí-lo ou a algum familiar. Conformar-se-á com a morte de qualquer um de seus afeiçoados, pois terá certeza de que  eles continuarão vivos no outro mundo.
Compreenderão que todos os eventos fatais e que não tiveram a sua participação,  são determinados pelo Senhor da Vida, que sempre quer o melhor para nós, embora nada compreendamos...
Não sofrerá porque não tem objetos valiosos que em nada modificam a essência de sua vida. Não perderá o tempo e a saúde na busca de coisas que não lhe trazem a verdadeira felicidade.
Sabedor de que é um Espírito, trabalhará para que, num futuro breve, esteja mais aperfeiçoado e livre das mazelas que o infelicitam, como os vícios de toda ordem.
Muitas pessoas, por falta de uma orientação racional e inteligente, diante de afirmações absurdas de representantes de muitas religiões, que não usam a razão para interpretar os textos antigos carregados de simbologia, haja vista que foram escritos para pessoas de milhares de anos atrás, passam a ser descrentes.
É que o ser humano evoluiu intelectualmente de lá para cá, deixando de ser aquela criança intelectual daqueles tempos. Assim são os conhecimentos de hoje. Quem continuar no beabá dos ensinos antigos, sem embasamento científico, sem compromisso com a racionalidade dos tempos atuais está colaborando com a descrença  e incentivando o materialismo.
Hoje temos cerca de 350 milhões de pessoas depressivas no mundo. Por quê?
O Rio Grande do Sul é o líder em suicídios no Brasil, segundo dados divulgados há poucos dias. Por quê?
Milhares se suicidam por inúmeros motivos, tudo porque não têm fé no futuro. Os religiosos disseram-lhes que virariam pó... Então, pensavam e pensam essas pessoas mal orientadas, vamos acabar com tudo, para não sofrer mais. Muitos chegam a matar a família toda para que não sofram. Não têm consciência de que são Espíritos em jornada pela Terra. Desconhecem as leis divinas que nos regem e por isso sofrem, e por isso ficam doentes, e por isso cometem desatinos.
E assim, todos os crimes, todas as violências, todos os desequilíbrios, todas as desgraças provocadas. Tudo parte de um homem sem educação moral, que não é informado do porquê da vida e da sua condição de Espírito eterno, que caminha para a perfeição. Mas, como ele é regido por leis divinas, será responsabilizado pelos excessos que cometer.  E o pior é que, muitas vezes, ele agrava tais sofrimentos ao cometer mais atos nefandos, comprometendo ainda mais o presente e o futuro. Tudo, em grande parte, porque não recebe educação moral. Tudo porque, nós Espíritas não colocamos a candeia no alto para iluminar os que carecem de luz, como ensinava Jesus.
Há mais de 158 anos que a Doutrina Espírita está na Terra. Quem a estuda passa a ter outra visão de si e de tudo o que o rodeia.
E, com certeza, o mundo não ficará melhor enquanto cada um não fizer a sua parte.
Se já obtivemos alguma luz com os conhecimentos Espíritas, não esqueçamos que milhões de pessoas andam pelo mundo feito zumbis ainda não decompostos, prejudicando-se e destruindo-se, sem saber que existe algo bem melhor do que a ignorância que os maltrata e os faz sofrer. O título de  "trabalhadores da última hora" significa que devemos trabalhar mais e melhor para merecer o salário. E a vinha ainda tem muito serviço...  Luiz Alberto 


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

                            SUICÍDIO 

Diante das últimas notícias, quando foram divulgados alguns dados, logicamente incompletos, pois, na verdade, os números são bem maiores, atribuindo ao Rio Grande do Sul a liderança de algo imensamente triste, ou seja, o Estado em que mais pessoas cometem o suicídio, voltamos a tratar de um assunto em que a Doutrina Espírita tem a visão mais larga e, se fosse conhecida, tal ato não aconteceria, pois, as pessoas saberiam muito claramente o que são, o que é a vida e o que fazem aqui na Terra, bem como quais são as consequências para quem comete este ato tresloucado, haja vista que é no Espiritismo que encontram todas as respostas e explicações do porquê de seu sofrimento e o consolo para suas agruras. 
Existem inúmeros estudos que analisam as causas do suicídio, mas somente a Doutrina Espírita mostra as consequências para quem o cometeu, pois, são os próprios Espíritos infelizes que relatam suas decepções e sofrimentos após tal cometimento, além, logicamente, de todo o histórico do Espírito que vem tomando atitudes equivocadas há milhares de anos.
Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos", questão 943, pergunta aos Espíritos Superiores:
"De onde vem o desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos plausíveis?"
- Efeito da OCIOSIDADE, da FALTA DE FÉ e geralmente da SACIEDADE. Para aqueles que exercem as suas faculdades com um fim útil e segundo as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente; suportam as suas vicissitudes com tanto mais paciência e resignação quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera."
Aquele que não se ocupa certamente terá pensamentos negativos e atrairá Espíritos inferiores que contribuirão enormemente para obsessões e tragédias, e o suicídio é uma delas.
'A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas como nas grandes coisas. A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado",  ensina Kardec.
Quando valorizamos somente as conquistas materiais, ficamos saciados quando obtemos tudo o que queremos. 
Na questão 944, Kardec pergunta se o homem tem direito de dispor da própria vida, obtendo dos Espíritos a seguinte resposta: - Não, só Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei. 
E, a seguir, na questão 945, indaga o Codificador: - Que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida? E a resposta é contundente: - Insensatos! Por que não trabalhavam. A existência não lhes seria uma carga!
Hermínio C. Miranda, em seu livro “Candeias na Noite Escura”, indaga se “vale a pena suicidar-se?”, explanando: - “Deixemos de lado as causas imediatas, como problemas financeiros, amorosos ou de consciência. Isso é apenas a gota d'água que fez transbordar o cálice, toque final que acabou por romper o precário equilíbrio emocional do ser, desatando seu impulso destrutivo numa ânsia de libertação. São secundárias essas causas, embora tenham sido o fato precipitador da tragédia. Secundárias e relativas, porque um motivo, que poderia ser extremamente fútil para um, assume proporções alarmantes para outrem. Além disso, vemos o mesmo indivíduo suportar, às vezes, golpes muito mais graves e sucumbir, depois, diante de questões que um pouco mais de tolerância teriam colocado em sua verdadeira perspectiva. Muito depende pois  do seu estado emocional no momento em que lhe surge o problema pela frente. Quando penso nisso, lembro-me sempre de uma advertência que encontrei no guichê de uma loja em N. York; dizia assim: “Que diferença fará isso daqui a 99 anos?”
Aquilo que agora nos parece uma calamidade insuportável, reduz-se às proporções de mero incidente daqui a poucas horas, alguns dias ou uns escassos meses. É fácil demonstrar a veracidade da afirmação: quais foram as mágoas que nos atingiram tão fundo no ano passado? Ou há três anos? Mesmo que nos lembremos de algumas delas – as que nos parecem mais graves -, já não nos ferem como então. Com o decorrer de um pouco mais de tempo, lembrar-nos-emos delas até mesmo com certo sorriso indulgente e pensaremos: “Veja só! Isso me deu tanto aborrecimento e, afinal, nem valeu a pena...”
De outras vezes, aquilo que nos atormentou, nem sequer teve existência real; foi produto de uma imaginação exaltada, momentaneamente obscurecida pelo cansaço, pelas paixões ou pelo simples desconhecimento dos fatos. Logo a seguir, o que nos parecia tão alarmante, verificamos ser simples suspeita com aparência de realidade.
Por isso, não é necessário pesquisar as causas imediatas, que desencadeiam a tragédia do suicídio; examinemos as origens profundas do fenômeno.
Por que se mata a criatura humana? Mata-se o pobre, o aleijado, o doente, como também se mata o rico, o belo, o saudável. Por quê? Na verdade, o suicídio é, basicamente, uma fuga. O suicida quer fugir de situações embaraçosas, de desgostos, de pessoas que detesta, de mágoas que não se sente com forças para suportar, deseja, afinal de contas, fugir de si mesmo. É aí que está a gênese do seu fatal desengano; não podemos, de maneira alguma, fugir de nós próprios. Para que isto ocorresse, seria necessário que tudo acabasse com a morte; seria preciso que, ao cortar o fio da existência, tudo o que somos se dissolvesse, num instante, em nada. E não é assim que acontece; absolutamente não. Vemos, então, que o fundamento da ilusão suicida está na total ignorância do homem diante de sua própria natureza espiritual.
Há de chegar o dia em que todos compreenderão que somos Espíritos encarnados e não simples conglomerados de células materiais; que o corpo físico é um mero instrumento de trabalho e aperfeiçoamento do Espírito; acessório e não principal, na estrutura da personalidade humana.
Nesse dia não haverá mais suicidas. Suicidar-se para quê? Se apenas o organismo físico se destrói, ao passo que o princípio espiritual sobrevive?
A consciência está no Espírito que parte.  Por conseguinte, quando deixamos o corpo material, levamos nossas lembranças, sentimentos, paixões, alegrias, tristezas, esperanças, temores, angústias e sofrimentos, tal como os experimentávamos aqui na carne. O corpo não é mais do que uma vestimenta perecível do Espírito imortal. E se sofríamos aqui, sofreremos muito mais do lado  de lá da vida, se praticarmos a violência do suicídio. Não só porque nossas mágoas terrenas persistem, mas porque descobrimos, surpresos, envergonhados e terrivelmente arrependidos, que continuamos vivos, com as mesmas ideias que tínhamos, e ainda sofrendo dores muito mais agudas, porque só então nos assalta, num tremendo impacto, a amarga compreensão da loucura que praticamos.
Temos inúmeros depoimentos de Espíritos que provocaram a destruição de seu corpo físico, na trágica ilusão de que dessa forma se libertariam para sempre de seus problemas. E vêm confessar, amargurados, que o portão da morte não se abre para a escuridão vazia do nada; que a vida continua, com o corpo físico ou sem ele.
E então aquele que destruiu voluntariamente seu envoltório material chega à dolorosa conclusão de que apenas conseguiu agravar enormemente seus problemas íntimos, sem libertar-se de nenhuma de suas dificuldades. E descobre, ainda mais, que terá de voltar  à carne em outras condições, talvez ainda mais penosas e precárias, tantas vezes quantas forem necessárias, para corrigir, refazer e pacificar.
Assistimos, então, ao funcionamento inapelável da lei cármica de causa e efeito, ajudando o pobre ser derrotado e doente a tomar o amargo remédio da recuperação. E aquele que arrebentou seus próprios ouvidos com um tiro assassino, renasce com o mecanismo de audição destruído; não podendo ouvir, não aprende a falar. E daí atravessar uma existência inteira, isolado na solidão forçada, a fim de que seu Espírito compreenda, no silêncio, o verdadeiro sentido da vida e o valor inestimável dos dons que recebemos ao nascer. O que tomou venenos corrosivos, volta à carne com as vísceras deficientes, sujeitas a misteriosas e incuráveis mazelas.
Tudo isso porque não podemos ir adiante sem pagar o que devemos, e, sendo a justiça de Deus tão perfeita, não pagamos senão o que devemos, segundo diz a Lei.  Logo, o suicídio é o maior, o mais trágico e lamentável equívoco que o ser humano pode cometer. Para não suportar uma dor que deveria durar alguns instantes, buscamos, precipitadamente, outra que pode durar tanto quanto uma nova existência de aflições. 
Certamente Deus nos dá os recursos necessários à recuperação, mas o esforço da subida tem que ser nosso, para que dele decorra o mérito da ação.
Isso de dores, mágoas, sofrimentos e aflições é tudo condição transitória de seres em reajuste moral. No fundo de si mesmo, o Espírito esclarecido sabe, intuitivamente, a Razão da sua dor e se rejubila com ela, porque somente pagando o que deve poderá prosseguir para o Alto. E sabe mais: certo da perfeição da Lei, na qual não há injustiças, compreende que, se sofre, é porque deve; a Justiça Divina não cobra multas a quem não cometeu infrações; ela é infinitamente mais perfeita que a dos homens.
Dessa forma, interferindo violentamente no mecanismo das leis supremas, o suicídio agrava os problemas, em vez de resolvê-los.
A ordem é esperar com paciência, resignação e confiança, aguardando serenamente a libertação. Acima de toda mágoa, o Espírito pode pairar serenamente e até mesmo embalado por secreta alegria, pois tem a certeza de que está resgatando, com a única moeda válida – a do sofrimento -, compromissos que ainda o prendem a um passado faltoso.” 
Diante de tudo isso, que tal ajudarmos na divulgação do Espiritismo para todos os recantos do nosso Estado e do Brasil, para evitarmos este trágico equívoco, tornando-nos colaboradores de Deus na instalação do Mundo de Regeneração, contribuindo para a paz e a felicidade de milhões de pessoas? Quer ser útil, entre em contato conosco. luizalbertoespirita@gmail.com

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

    Dar gratuitamente o que gratuitamente recebestes
        Cap. XXVI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec
        Cap. XXVIII e XXXI, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec

Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. (Mateus, 10:8)
Precatai-vos dos escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos festins – que, a pretexto de extensas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa. (Lucas, 20:45)
Nesta passagem, Jesus fez alusão a muitas coisas, como em geral Suas ideias sempre são muito abrangentes. Materialmente falando, os Centros Espíritas recebem muitas doações para distribuir aos necessitados. Tudo tem que ser encaminhado às pessoas carentes. As contribuições pecuniárias que alguns associados entregam ao Centro tem que ser aplicadas na manutenção do mesmo. Infelizmente, conhecemos e temos notícias de responsáveis por algumas casas que se aproveitam da função que ocupam na diretoria para utilizarem estes donativos para si mesmos ou para alguns amigos ou familiares.
Todavia, o que mais importa para Jesus é que utilizemos os dons concedidos pelo Criador para tratarmos da saúde dos doentes de todo o gênero. Na  verdade, Deus nos dá  gratuitamente tudo. O corpo físico, o ar, o sol, a chuva e inclusive esses dons para melhorarmos as condições vitais das pessoas. Ocorre que milhares de pessoas procuram a cura de seus males ou a solução de seus problemas através de médiuns que prometem resolver seus males. O grande problema é que grande parte deles exige pagamento. Quando assim procedem, com certeza, não estão bem assistidos. Devido ao interesse pecuniário, atraem Espíritos inferiores para junto de si, sendo que, muitas vezes, são Espíritos interessados em prejudicar os próprios consulentes. Também existem médiuns que não cobram pelo atendimento, mas, por não terem conhecimentos sobre a espiritualidade, tornam-se vítimas de mistificações. Então, os Espíritos que se aproximam destes médiuns, são entidades em estágio evolutivo atrasado,  utilizando-se, para tanto, de métodos descabidos, interferindo no livre-arbítrio dos envolvidos. E, deste modo, a situação daqueles que buscavam uma solução para seus males, se agrava. 
Já os médiuns Espíritas têm todo um procedimento diferente. Por estudarem a Doutrina, sabem como atuar, orientando as pessoas para agirem com equilíbrio, sem extrapolações. O médium Espírita aprende que possui uma missão, previamente preparada antes de reencarnar e que tem dons recebidos de Deus para transmitir aos necessitados de amparo.
Em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, os Espíritos lhe explicam que o médium “nada pode sem o concurso simpático dos Espíritos; quando não obtém mais nada, não é sempre a faculdade que lhe falta, frequentemente, são os Espíritos que não querem mais ou não podem mais se servirem dele”. Dizem os Espiritos a Kardec que “o uso que ele faz da sua faculdade, é o que mais influi sobre os bons Espíritos. Podemos abandoná-lo quando dela se serve para coisas frívolas, ou com objetivos ambiciosos... Esse dom de Deus não é dado ao médium para que se divirta, e ainda menos para servir à sua ambição, mas para seu próprio melhoramento, e para fazer conhecer a verdade aos homens.
“Os médiuns interesseiros não são unicamente aqueles que poderiam exigir uma retribuição fixa; o interesse não se traduz sempre pela  esperança de um sonho material, mas também pela intenção ambiciosa de toda natureza sobre as quais se pode apoiar esperanças pessoais; aí está ainda um flanco que sabem muito bem agarrar os Espíritos zombeteiros e o qual aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notável, embalando com enganosas ilusões aqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda fazer deles estribo para alcançar o que quer que seja, que não responda aos objetivos da Providência”. (O Livro dos Médiuns, Cap. XVIII)
                                 Mediunidade Gratuita
Os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem  e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister pra que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos Superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom-senso repele semelhante ideia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? É fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos para responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição pra se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material. 
A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente  incerta de receitas, de natureza a poder  faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e, que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantir a obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que põe a preço de moeda. Essa ideia causa instintiva repugnância. Foi esse  tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou  a mediunidade à categoria de missão.
A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto  de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluído, por vezes até a sua saúde. Podem por-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.
Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVI)

                                                   No Hospital dos Médiuns
Uma das maiores surpresas com que me deparei no Além foi o convite que o irmão Odilon Fernandes me formulou para conhecer o Hospital dos Médiuns... – Hospital dos Médiuns?! – redargui, basbaque. – Sim, Ramiro, o hospital em que muitos de nossos irmãos que se complicaram no exercício da mediunidade se recolhem para tratamento... E lá fomos nós. No prédio imenso, edificado próximo a um bosque, dezenas de companheiros eram albergados pela Misericórdia Divina. Extremamente difícil descrever o que presenciei no ambiente, que, em quase tudo, se compara aos nossos sanatórios.
Impossível definir a emoção que me possuiu quando, num dos aposentos, deparei-me com a figura de conhecido médium... Vivera no Rio de Janeiro e as suas atividades se tornaram conhecidas em quase todo o Brasil. Paciente do referido hospital, ali internado havia mais de um lustro, entramos a conversar. Como é que você veio parar aqui?! – perguntei, desejando externar-lhe solidariedade. 
– Ah! Ramiro, vim parar aqui por ter extrapolado... 
– Mas você serviu à mediunidade como poucos serviram!...
 – Mas usei-a também em benefício próprio...
 – Na minha modesta opinião, você fez muito pela Doutrina... Você foi longe...
Fixando-me o olhar melancólico, o companheiro complementou-me as palavras, imprimindo-lhes sentido contrário à intenção com que as proferira:
- Fui, fui longe demais e, se muito fiz pela Doutrina, esqueci-me de fazer melhor!... 
Fui além de minhas possibilidades e fiquei aquém de minhas necessidades... 
(Lindos Casos de Além-Túmulo-Espírito Ramiro Gama-Carlos Bccelli)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

         O PROGRAMA ESPÍRITA NO RÁDIO E A COLABORAÇÃO DOS ESPÍRITAS
                                                                           
                                                                             Por que tantas tragédias?
                                                                      Por que não vivemos em paz?

                                                               Por que há muita violência?

                                                        Por que temos problemas de doenças?

                                                 Por que uns nascem pobres e outros ricos?

                                          Por que muitas pessoas estão na miséria?

                                   Por que milhões de pessoas praticam o aborto?

                            Por que grande parte das pessoas são desonestas

                     Por que as pessoas ficam viciadas em drogas, sexo, bebidas?

              Por que coisas ruins e coisas boas ocorrem neste Mundo?

       Por que nada dá certo para mim ou por que sou infeliz?
Por que algumas crianças nascem com defeitos físicos e outras com deficiência mental?
E milhares de outros “porquês”.
O Espiritismo tem respostas para todos os problemas humanos. Basta que o estudemos.
O Espiritismo nos ajuda a compreender o porquê do sofrimento humano.
O Programa Espírita tem por objetivo colaborar com as pessoas, levando os conhecimentos que o Espiritismo propicia para que o maior número possível delas, que escutam rádio, pois o rádio atinge milhares de pessoas numa vasta região.
Em nosso Programa Espírita no rádio, fazemos comentários sobre todos os temas que envolvem o ser humano, a fim de mostrar a todos que a Doutrina Espírita veio à Terra por ordem do Ser Supremo e, já havia sido prevista por Jesus há dois mil anos, quando Ele falou, na última ceia, que não poderia ser mais claro, pois as pessoas não estavam preparadas intelectualmente para compreendê-Lo, mas que pediria ao Pai Supremo para enviar aos homens o Consolador, que explicaria o que Ele não pode explicar e que traria, também, novos conhecimentos.
E o Espiritismo está aí para ajudar a melhorar o Mundo. Existem inúmeros Centros Espíritas, baseados em Allan Kardec, espalhados por quase todas as cidades brasileiras e em outros países. Mas estes Centros Espíritas ainda são insuficientes, pois, milhões de pessoas desconhecem a Doutrina Espírita e a mensagem consoladora que ela traz por falta de uma maior divulgação dos seus postulados. Temos, então, que reunir recursos para a divulgação dos ensinos dos Espíritos Superiores através de, pelo menos, alguma emissora de rádio.
Precisamos da solidariedade das pessoas de Boa Vontade para este trabalho. Todos aqueles que já têm noção de que nada nos pertence, pois tudo pertence ao Senhor do Universo, facilmente entenderão que qualquer ajuda financeira contribuirá para que, a mensagem vinda do Alto, atinja a muitas pessoas e elas se transformem em criaturas melhores, mais honestas, mais trabalhadoras, mais respeitadoras, mais cumpridoras dos seus deveres. Esta será a nova Terra, regenerada e direcionada para tornar-se, mais adiante, um mundo feliz.
Certa vez perguntaram a Allan Kardec o que ele faria se tivesse bastante dinheiro, e ele respondeu que empregaria tudo na divulgação do Espiritismo.
Mais recentemente, o Espírito Emmanuel salientou o seguinte pensamento: 
"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade - a caridade da sua própria divulgação".
Jamais solucionaremos os problemas da violência, da criminalidade, da desonestidade, etc., com qualquer tipo de repressão, colocando um guarda em cada esquina, construindo mais presídios, eliminando os criminosos. Não. Só resolveremos toda esta problemática com a Educação Moral. E Jesus é o Mestre Incomparável, que ensina o Caminho da Verdadeira Vida. 
E a nossa existência é bem curtinha. Quando nos dermos conta, terminou. E agora? Sempre é bom lembrar do “choro e do ranger de dentes”. É a consequência das vidas dos egoístas, como a história do homem rico contada por Jesus, sendo que, no final, Deus lhe diz:
“Esta noite pedirão a tua alma, e o que amontoaste, de quem será?”
Por isso estamos empenhados em levar o Espiritismo através do rádio e da internet à milhões de pessoas que, indiscriminadamente, nas cidades e nos campos, muitas delas residentes em locais bastante afastados, para que recebam tais informações pelo rádio, um meio de comunicação que ainda é o mais comum, que está ao alcance de praticamente qualquer pessoa, de qualquer nível sócio-econômico.
Não podemos cruzar os braços e deixar tudo como está ou que piore ainda mais. Recebemos de Deus todos os talentos, ou seja, os recursos materiais e intelectuais para o nosso crescimento e o crescimento dos nossos irmãos, que estão na mesma estrada. Não podemos reclamar de um Mundo ruim se não movimentamos um músculo sequer para modificá-lo, para melhorá-lo.
Portanto, faz-se mister que, se já nos contamos entre os homens de Boa Vontade, levemos a nossa contribuição para alavancarmos a causa da Espiritualidade Maior. Se temos alguns recursos, eles nos foram emprestados para alguma causa nobre e não somente para nos deleitarmos, nos regalarmos, como o homem rico da parábola contada por Jesus. Temos que somar energias e recursos para transformarmos o nosso Mundo conturbado num Mundo de regeneração, como está previsto pela Espiritualidade. Contudo, a paz não virá por decreto divino, sem o nosso esforço individual e coletivo, pois Deus não faz mágicas. Ele, o Senhor Supremo, quer que nós construamos o nosso próprio Mundo Melhor, de Paz. É necessário que cada um faça uma pequena parte. Devemos contribuir com nossa parcela, não importa o tamanho dela. O que realmente importa é que o façamos com Amor. Não percamos mais esta oportunidade.
E aqueles que assim o fazem, experimentam imediatamente o sabor da felicidade, e uma alegria imensa os invade, pois, tudo isto vem do Alto, vem de Deus, para recompensar, já aqui mesmo, na Terra, todos os que fazem a Sua vontade, amparando os mais necessitados. E, além disto, jamais faltarão recursos para aquele que distribui a mancheias. Sim, quando entendemos qual é a vontade de Deus e colocamos em execução o que está ao nosso alcance para colaborar com Ele, nossos recursos se multiplicam e nunca escasseiam. Temos que nos entregar ao Pai de Infinito Amor.
Isto tudo é confiar no Supremo Senhor do Universo e entender que, sem Ele, nada seríamos, nada teríamos e nada faríamos.
Para aqueles que já se tornaram Espíritas de verdade, bastaria este pensamento do Dr. Bezerra de Menezes:
"Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos".
Luiz Alberto

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segunda-feira, 21 de julho de 2014

                                            SOBRE O "PAI NOSSO"

Quando o Espírito de Verdade disse a Allan Kardec que deveríamos amarmo-nos e instruirmo-nos, constante do Cap. VI de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (Paris, 1860), Ele advertia-nos da necessidade imperiosa de assim agirmos para a nossa transformação, de criaturas ignorantes das verdades eternas, para seres iluminados e conhecedores da Verdade que liberta, tomando posse do nosso quinhão divino e transformando o mundo num verdadeiro paraíso, onde reine a paz e a concórdia.
Todos os que já aceitamos o Espiritismo como a Terceira Revelação, com todo o seu conteúdo consolador e descortinador do Mundo Espiritual, informando-nos a nossa condição de Espíritos em evolução em direção ao Criador, revelando assim as Leis que regem o Universo, sendo, portanto, o Cristianismo Redivivo, trazido na sua simplicidade tal qual Jesus o legou à Humanidade, não podemos prescindir de mergulharmos nestes conhecimentos, com seriedade e como prioridade, a fim de que os assimilemos e os apliquemos em nossas vidas, espalhando-os a todos que estiverem em nosso caminho.
Assim, observamos que, por falta de dedicação ao conhecimento da Doutrina Espírita, são cometidos muitos equívocos por não tê-la estudado devidamente, ficando muitos somente na superficialidade, quase nada contribuindo para a sua efetiva divulgação e consequente transformação do planeta em que vivemos. Infelizmente, grande parte das pessoas que se dizem Espíritas não têm feito um aprofundamento maior da Doutrina, ocasionando a disseminação de crendices e deturpações que não fazem parte dos seus postulados. Vários autores espirituais e encarnados têm nos admoestado a cerca desta problemática. Todavia, como a leitura é pouca e o estudo quase nenhum, muitos seguem ignorando os conteúdos Espíritas que foram trazidos pelos Espíritos Superiores para que possamos inaugurar na Terra a Nova Era ou a fase da Regeneração.
Uma destas deturpações, por exemplo, embora pareça sem importância, é a "Oração Dominical" ou "Pai Nosso", ensinado por Jesus aos discípulos, numa sequência de ensinamentos relativos ao contato diário com o Criador, fonte absoluta de todas as coisas no Universo. Tenho visto pessoas e representantes de Entidades Espíritas nas chamadas Redes Sociais, como nas próprias Casas Espíritas, divulgarem um "Pai Nosso" adulterado por religiosos do passado e mantidos até hoje, num claro objetivo de desvirtuar o real sentido das palavras do Cristo. Por certo alguns dirão que estamos exagerando. Contudo, juntando isto com outras tantas deturpações, como livros orientais e livros de conteúdos totalmente fora da Codificação, tanto de autores encarnados como de desencarnados, percebemos tristes infiltrações na Doutrina Espírita que, lamentavelmente, primam por desvios de seus postulados e pelo desrespeito a Allan Kardec, que traçou suas diretrizes junto com a Espiritualidade Superior.
Por cerca de dezoito séculos os ensinos de Jesus foram deturpados, sendo os Evangelhos adulterados e interpolados. Agora, pessoas encarnadas e desencarnadas procuram fazer o mesmo com a Doutrina Espírita. Como disse, muitos Espíritas corajosos, cientes das nossas responsabilidades de divulgar uma doutrina consoladora e esclarecedora, vinda de Mais Alto, estão chamando a nossa atenção para trabalharmos pela sua pureza. Mas, se entendermos que tudo isso é bobagem, que já sabemos o suficiente, que está tudo bem assim, que não venhamos a lamentar quando a "casa cair". Sim, várias Casas Espíritas têm ido a baixo por não estudarem com seriedade as obras de Allan Kardec. Muitas só se preocupam em estudar livros complementares e até livros que nada tem a ver com os postulados básicos, traçados pelo Codificador. E os "cupins" continuam a corroer a estrutura. Lembram da advertência do Cristo, quando falou da casa construída sobre a areia? Ela é bem clara. Até hoje muitos preferem as ilusões e não querem conhecer a Verdade. E por isso sofrem. Os corpos que morrem, as coisas da Terra em geral que são destruídas ou levadas pelos ladrões, tudo isso causa sofrimento aos que não querem espiritualizar-se.
Não contentes em transformar as Casas Espíritas em igrejas, focadas em somente um dos três aspectos que a configuram, certos dirigentes portam-se como beatos, ou, então, adotam uniformes brancos, como se os trabalhadores Espíritas fossem atendentes hospitalares, além de fazerem uso de macas para tratamento de saúde, transformando os Centros Espíritas em espécies de Postos de Saúde, destoando de sua finalidade que é INSTRUIR E AMAR.
Isto apenas para citar algo que há muito tempo temos observado nos Centros Espíritas pelo país a fora. Em algumas destas Casas, filiadas à Federação Espírita, aqui no Rio Grande do Sul, em que ousamos lembrar o que realmente é o Espiritismo, tivemos como prêmio o desligamento sumário da lista de palestrantes.
Não podemos permitir, como ocorre em larga escala, uma certa condescendência para com as pequenas deturpações. Como diz o Dr. Ary Lex, essa condescendência é rotulada como tolerância cristã. Porém, as deturpações são como os cupins: vão corroendo sorrateiramente. Quando se dá pela coisa, a madeira já está podre. Assim agem as deturpações.
Tudo bem que católicos e evangélicos nada percebam das interpolações dos Evangelhos e do Pai Nosso. Isso é problema deles lá. Mas nós, Espíritas, aqui, que professamos uma religião com fé raciocinada, não podemos nos deixar ludibriar, aceitando tudo que colocam no papel, menosprezando a nossa inteligência.
Se já sabemos e estamos conscientes de que o Espiritismo é o Cristianismo Redivivo, com toda a sua pureza e simplicidade transmitida por Jesus, compete-nos seguir-lhe os passos, sem deturpar-lhe a obra. Por isso, não podemos deixar de meditar e buscar o que o Espírito de Verdade nos pede: INSTRUIRMO-NOS. E o Espiritismo é uma doutrina que tem de ser estudada, sob pena de nada entendermos e sermos pedra de tropeço, causando danos à obra.
Então, vejamos as diferenças entre a oração que Jesus ensinou das adulterações feitas pelos tais religiosos da igreja dominante, para, entre outras coisas, afastar das pessoas as ideias reencarnacionistas, mantendo-as na ignorância.
Conta-nos o Espírito Humberto de Campos, no livro Boa Nova, psicografado por Chico Xavier que, após ter explicado a Pedro e aos demais discípulos várias questões relativas à comunhão com Deus, e a pedido de um dos filhos de Alfeu (Tiago e Levi), "Jesus, elevando o seu Espírito magnânimo ao Pai Celestial e colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:
- "Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome." E, ponderando que a redenção da criatura nunca poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou: - "Venha a nós o teu reino." Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou: - "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céus." Esclarecendo que todas as possibilidades de saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte sagrada da proteção divina, prosseguiu: - "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje." Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações e que cada um precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro pela exemplificação sublime do amor, acentuou: - "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." Conhecedor, porém, das fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade: - "Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja."
Levi, o mais intelectual dos discípulos, tomou nota das sagradas palavras, para que a prece do Senhor fosse guardada em seus corações humildes e simples. A rogativa de Jesus continha, em síntese, todo o programa de esforço e edificação do Cristianismo nascente. Desde aquele dia memorável, a oração singela de Jesus se espalhou como um perfume dos céus pelo mundo inteiro." 
Luiz Alberto

                                                          Estranha Moral
                                          Cap. XXIII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo

"Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." (Lucas, 14:25-27, 33)
"Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (Mateus, 19:29)
"Disse a outro: Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro, eu vá enterrar meu pai. Jesus retrucou: Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos; quanto a ti, vai anunciar o reino de Deus. (Lucas, 9:59-60)
"Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; e o homem terá por inimigos os de sua própria casa." (Mateus, 10:34-36)

Allan Kardec reuniu no Cap. XXIII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, vários pensamentos atribuídos à Jesus. Alguns chocaram as pessoas e até os próprios discípulos, uma vez que eram ideias novas para aqueles tempos, exigindo do Cristo maiores esplanações após o atendimento das multidões. Outras ideias que lhe atribuem, não se coadunam com a sua conduta e amor ao próximo. Como os Evangelhos foram escritos após sua morte, é bem provável que o fundo do seu pensamento não foi apreendido, ou, o que Ele havia expressado sofreu inúmeras alterações, ao passar de uma língua para outra.
- Odiar os pais - Este pensamento nada tem a ver com a conduta e o amor ao próximo apregoado por Jesus, sendo totalmente contrário ao espírito do que ensinou.
- Abandonar pai, mãe e filhos - Kardec lembra que, neste caso, antes de se discutir as palavras, Jesus quis dizer que "os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas", estando conforme a sua doutrina de amor ao próximo. Aqui mesmo na Terra as pessoas não partem para defender seus países, nos confrontos infelizes que ainda ocorrem, abandonando seus familiares? Os filhos não saem de casa para formar outras famílias? Por vários motivos as pessoas têm de afastar-se de casa. Nem por isso as afeições se rompem. Kardec enfatiza que este pensamento tinha por objetivo mostrar "quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura."
- Deixar os mortos o cuidado de enterrar seus mortos - Kardec explica que este pensamento tem "um sentido profundo, que só o conhecimento mais completo da vida espiritual podia tornar perceptível." E até hoje muitas pessoas, como desconhecem ou estão esquecidos da vida espiritual, não compreendem esta ideia. Todos os dias vemos na TV, ouvimos no rádio, acompanhamos nas Redes Sociais, pessoas preocupadas com cadáveres, com funerais, sofrendo pela morte de seus afetos, como se esta vida material e passageira fosse a mais importante. Querem os restos mortais como se significassem alguma coisa. O corpo físico é como uma veste. Quando fica rota, ela não nos serve mais. Somos gratos a Deus pelo seu empréstimo, que foi valioso para o nosso progresso enquanto esteve animado. Quando o corpo perece, decompõe-se. Os átomos voltam à Natureza. O Espírito segue para a Pátria Espiritual, mais vivo do que nunca, mais pleno, sem as dificuldades que a vida física impõe aos habitantes do planeta. Aquele homem que disse a Jesus que, para seguí-lo, primeiro precisava enterrar seu pai, segundo Kardec, o que ele precisava aprender era: "Não te preocupes com o corpo, pensa antes no Espírito; vai ensinar o Reino de Deus; vai dizer aos homens que a pátria deles não é a Terra, mas o Céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida."
Ainda hoje as pessoas estão apegadas mais à matéria do que ao Espírito. É muito grande o culto aos mortos, aos cadáveres. É muito grande o sofrimento quando alguém parte para o Além. Tudo porque as pessoas estão esquecidas de que vieram de lá. Estão absorvidas pelo mundo das ilusões. Não têm orientação espiritual. Não são esclarecidas. Ainda predomina o obscurantismo em questões espirituais aqui na Terra. Por isso, todos os dias estamos assistindo nas mídias grupos de pessoas querendo "justiça", quando morrem seus afeiçoados em acidentes aéreos e terrestres, em incêndios ou qualquer outra tragédia que causa comoção. Elas não sabem lidar com a morte, faltando-lhes uma "Educação para a Morte", como ensinava o Professor Herculano Pires. Estes são os mortos que enterram seus mortos, pois, ainda não perceberam que o mais importante é o Espírito, que sobrevive a tudo. E continua amando aqueles que ficam na retaguarda.
- Não vim trazer a paz, mas a divisão - Aqui, segundo Allan Kardec, o significado é: "Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão  querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungí-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja  mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a Verdade."
"Toda ideia nova encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas. Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a ideia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus..."
"Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam quanto à interpretação das palavras do Mestre, veladas, as mais das vezes, pela alegoria e pelas figuras da linguagem. Daí o nascerem, sem demora, numerosas seitas, pretendendo todas possuir, exclusivamente, a verdade e o não bastarem dezoito séculos para pô-las de acordo." Esqueceram o mais importante: caridade, fraternidade, amor ao próximo. As seitas mais fortes esmagaram as mais fracas, afogando-as em sangue, torturando-as e aniquilando-as nas fogueiras. Os cristãos, de perseguidos que eram, fizeram-se perseguidores. As cruzadas e demais guerras religiosas foram mais crueis e causaram mais vítimas do que as guerras políticas.
E Jesus nada tem a ver com isso. Nunca mandou maltratar ou matar alguém. Sempre afirmou que todos os homens são irmãos. Ensinou que amássemos uns aos outros, que perdoássemos os nossos inimigos, que fizéssemos o bem a quem nos perseguisse. E ainda advertiu que quem matasse pela espada, pela espada pereceria. Mas, a responsabilidade dos crimes não são dele. São dos homens, devido à sua inferioridade que caminha lentamente para a luz.

Conta o Espírito Humberto de Campos que, quando Jesus ensinou que "todos os homens que não estivessem decididos a colocar o Reino de Deus acima de pais, mães e irmãos terrestres, não podiam ser seus discípulos, Pedro, interpelando-o, disse:
- Mestre, como conciliar estas palavras tão duras com as vossas anteriores observações, relativamente aos laços sagrados entre os que se estimam?
Sem deixar transparecer nenhuma surpresa, Jesus esclareceu: - Simão, a minha palavra não determina que o homem quebre os elos santos de sua vida; antes exalta os que tiverem a verdadeira fé para colocar o poder de Deus acima de todas as coisas e de todos os seres da criação infinita. Não constitui o amor dos pais uma lembrança da bondade permanente de Deus? Não representa o afeto dos filhos um suave perfume do coração? Tenho dado aos meus discípulos o título de amigos, por ser o maior de todos. O Evangelho não pode condenar os laços de família, mas coloca acima deles o laço indestrutível da paternidade de Deus. O Reino do Céu no coração deve ser o tema central de nossa vida. Tudo mais é acessório. A família, no mundo, está igualmente subordinada aos imperativos dessa edificação. Já pensaste, Pedro, no supremo sacrifício de renunciar? Todos os homens sabem conservar, são raros os que sabem privar-se. Na construção do Reino de Deus, chega um instante de separação, que é necessário se saiba suportar com sincero desprendimento. E essa separação não é apenas a que se verifica pela morte do corpo, muitas vezes proveitosa e providencial, mas também a das posições estimáveis no mundo, a da família terrestre, a do viver nas paisagens queridas, ou, então, a de uma alma bem-amada que preferiu ficar, a distância, entre as flores venenosas de um dia!...
Ah! Simão, quão poucos sabem partir, por algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor ao Reino que é o tabernáculo da vida eterna! Quão poucos saberão suportar a calúnia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do Céu para que se afastem tranquilamente!... Como são raros os que sabem ceder e partir em silêncio, por amor ao Reino, esperando o instante em que Deus se pronuncia! Entretanto, Pedro, ninguém se edificará, sem conhecer essa vontade de Deus, no momento oportuno, compreendendo a sublimidade de seus desígnios. Por essa razão, os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar onde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do Céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do Espírito!..." (Boa Nova, psicografia de Chico Xavier)
Para o Espírito Públio, "abandonar pai e mãe, deixar filhos, não sepultar o corpo morto de um ente querido, amar mais a Deus do que aos seres queridos da Terra, preparar-se para a luta e o sofrimento, pois sua jornada levantaria a dor e a divisão, são conceitos que, na visão estreita da moral mesquinha e imediatista, ligada aos conceitos transitórios da matéria e das convenções sociais, representam uma agressão ao bom senso do mundo das ilusões. Um mundo que aceitou transformar-se em uma vitrine mentirosa, onde os valores mais profundos se vêem trocados pelo brilho das aparências enganadoras. Um mundo onde se pregam conceitos de religiosidade, mas se faz vista grossa para as desgraças morais. Onde governos falam de paz, produzindo armamentos, onde se censura a licenciosidade, mas se utiliza da nudez para vender produtos, onde se descobrem os males causados pelos vícios, mas se estimula o povo a mantê-los através de propagandas e publicidades. Um mundo onde todos querem ganhar mais trabalhando sempre menos, onde a alegria dos que possuem é se sentirem superiores aos despojados, onde as pessoas se tratam com base no que vestem, onde se disputam marcas e etiquetas pagando-se preços exorbitantes para desfilá-las como sinal de status social, enquanto pessoas famintas vasculham detritos para que não morram.
Estranha esta moral dos homens que produziram empresas para terem mais empregos e estão padecendo da falta de trabalho, que desenvolveram aparelhos e remédios para curar doenças e estão cada vez mais enfermos, que aperfeiçoam as cidades e se tornam mais cultos para se matarem mais cruelmente, tornando-se mais indiferentes uns aos outros. Diante de tais discrepâncias, a moral de Jesus, considerada estranha pelos homens de todos os tempos, está a dizer que, em verdade, muito estranhos são os próprios homens." (Relembrando a Verdade, psicografia de André L. Ruiz)

quarta-feira, 4 de junho de 2014

                      RECADO AOS SEGUIDORES DESTE BLOG

                                                       Queridos Amigos

Primeiramente, quero agradecer a todos pela bondade de participarem deste nosso humilde blog, onde, com nossos poucos recursos cognitivos, procuramos repassar às pessoas alguns conhecimentos trazidos por Allan Kardec, os Espíritos Superiores e também os colaboradores encarnados do Espiritismo. Em geral, trazemos textos de autores consagrados pela seriedade e baseados nas diretrizes estabelecidas pelo insígne Codificador Allan Kardec, resumindo-os, para facilitar o entendimento de quem porventura acessar esta página. Algumas vezes, damos nossa opinião sobre certos temas que temos facilidade ou recebemos inspiração de Amigos Espirituais, que estão sempre nos amparando.
Em segundo lugar, fico imensamente feliz ao constatar que milhares de pessoas já acessaram este blog, que é voltado exclusivamente para a Doutrina Espírita. Conforme dados divulgados pelo Google, mais de dezenove mil acessos a esta página foram realizados. 
Desse modo, quero dizer a todos que a nossa Rádio Mundo Espírita - www.radiomundoespirita.com, que roda as melhores músicas Espíritas existentes em nosso país, agora também está com centenas de mensagens espalhadas por toda a programação, 24 horas. Temos a pretensão de divulgar muito mais a Rádio Mundo Espírita para que, através das belíssimas músicas e mensagens Espíritas, atinjamos um público cada vez maior. Isto significa espalhar a Doutrina Espírita para milhares de pessoas que nada sabem sobre esta doutrina consoladora.
Todos os seguidores, se assim o desejarem, poderão enviar para nosso e-mail(luizalbertoespirita@gmail.com) suas fotografias para abrilhantarem ainda mais nossa webradio.
Quem quiser divulgar nosso blog e a Rádio Mundo Espírita nas Casas Espíritas ou em qualquer lugar, fique à vontade, bastando entrar em contato que enviaremos material de divulgação gratuitamente.
Por estarmos totalmente envolvidos nesta doutrina consoladora, aceitamos convites para palestras em qualquer lugar do Brasil ou Exterior, o que fazemos, também, gratuitamente. 
Finalmente, quero lembrar a todos que o estudo e a divulgação da Doutrina Espírita é crucial para nos melhorarmos e, assim, transformarmos a Terra em Mundo de Regeneração, conforme está previsto pela Espiritualidade Superior. Mas o mundo só vai chegar lá com a colaboração de cada um de nós.
Lembrando o valoroso médico Albert Schweitzer, que "aquele a quem o sofrimento pessoal  é poupado, deve sentir-se chamado a diminuir o sofrimento dos outros", podemos dizer que aquele a quem o Espiritismo já beneficiou, informando e consolando, deve sentir-se chamado a minorar o sofrimento alheio, colaborando com os Espíritos Superiores. A luz é para todos. Não percamos tempo, nem desperdicemos nossos recursos com coisas supérfluas. Como já disse o Espírito Emmanuel (Emanuél, como Joel, Isabel, Gabriel), "o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade: a caridade da sua  própria divulgação".
Vamos juntos, queridos Amigos, trabalhar pela Nova Era. Jesus nos espera há muito tempo. Que o Senhor nos abençoe!
Luiz Alberto


segunda-feira, 26 de maio de 2014

                              Fora da Caridade Não Há Salvação
                                     Cap. XV, de O Evangelho Segundo o Espiritismo
                           Questões 886 a 889, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

                                      O de que precisa o Espírito para ser salvo
Ora, quando o filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, sentar-se-á no trono de sua glória; reunidas diante dele todas as nações, separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas, e colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos foi preparado desde o princípio do mundo; porquanto, tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e me fostes ver.
Em verdade vos digo: todas as vezes que faltastes com a assistência a um destes mais pequenos, deixastes de tê-la para comigo mesmo.

                                           O Mandamento Maior
Mas os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca aos saduceus, se reuniram e, um deles, que era doutor da lei, foi propor-lhe esta questão para o tentar: - Mestre qual o grande mandamento da lei? Jesus lhe respondeu: - Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Esse o maior e o primeiro mandamento. E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos. (Mateus, 22:34-40)
                                         Parábola do Bom Samaritano
Então, levantando-se, disse-lhe um doutor da lei, para o tentar: Mestre, que preciso fazer para possuir a vida eterna? - Respondeu-lhe Jesus: - Que é o que está escrito na lei? Ele respondeu: - Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, com todas as forças e de todo o teu espírito, e a teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe Jesus: - Respondeste muito bem; faze isso e viverás. Mas o homem, querendo parecer que era um justo, disse a Jesus: - Quem é o meu próximo? E Jesus lhe diz: - Um homem que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões, que o despojaram, cobriram de ferimentos e se foram, deixando-o semimorto. Aconteceu em seguida que um sacerdote, descendo pelo mesmo caminho, o viu e passou adiante. Um levita, que também veio àquele lugar, tendo-o observado, passou igualmente adiante. Mas, um samaritano que viajava, chegando ao lugar onde jazia aquele homem e tendo-o visto, foi tocado de compaixão. Aproximou-se dele, deitou-lhe óleo e vinho nas feridas e as pensou; depois, pondo-o no seu cavalo, levou-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os deu ao hospedeiro, dizendo: Trata muito bem deste homem e tudo o que despenderes a mais, eu te pagarei quando regressar. Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que caíra em poder dos ladrões? O doutor respondeu: - Aquele que usou de misericórdia para com ele. - Então, vai, diz Jesus, e faze o mesmo. (Lucas, 10:25-37)
Allan Kardec explica que "toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinos, ele aponta essas duas virtudes como sendo as que conduzem à eterna felicidade. Caridade e humildade, tal a senda única da salvação. Egoísmo e orgulho, tal a da perdição. Não podendo amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo, todos os deveres do homem se resumem nesta máxima: Fora da Caridade não há Salvação".
Na questão 886, de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: - Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? E a resposta foi: - Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Ensina o Espírito Públio que "na figura do samaritano repudiado pelos seus irmãos de raça, Jesus encontrou o padrão objetivo límpido para ensinar que não basta ser juiz, nem sacerdote, nem qualquer coisa que represente alguma posição de respeito se, no momento da necessidade e da dor alheia, os indivíduos bem postos fingem que não vêem ou conhecem aquele caído ao longo do caminho. Aqueles que assim se conduzem, naturalmente, não conseguirão sequer salvar-se a si próprios, quanto mais encontrar a salvação perante Deus. A caridade que negaram aos que os rodeavam, caridade essa que vai mais longe do que a simples entrega de moedas ou bens, mas que precisa chegar à doação pessoal em tudo o que se faça, agora lhes fará falta perante a aduana da salvação espiritual, indicando ao funcionário da alfândega divina que o recém-chegado não possui os documentos que o habilitem a receber aquilo que pleiteia pelos cinco minutos de arrependimento e devotamento tardio, à beira do abismo da morte inadiável. Tal é a importância do gesto de arrebatamento caridoso, que Jesus o coloca acima das convenções clericais, das conveniências sociais, erigindo o odiado Samaritano que, sem obrigações sacerdotais, religiosas ou familiares, atendeu o irmão vitimado pelos ladrões, considerando-o digno de elogios, acima dos mentirosos e fingidos Levita e Sacerdote que, por dever de ofício, teriam que ter socorrido o homem caído no caminho mas nada fizeram." (Espírito Públio-Relembrando a Verdade-André L. Ruiz)
                                                  A Voz do Evangelho
Esparramado na poltrona, João Lício pensava. Sem dúvida, fora feliz nos negócios. Enriquecera. Seu nome nos bancos indicava créditos de milhões. Que aceitava o Espiritismo, aceitava. Nenhuma Doutrina mais consoladora. Mas daí a espalhar o que havia ajuntado, isso é que não. Meditava, assim, por haver recebido na véspera a solicitação de duzentos mil reais, da parte de amigos, para salvar grande obra periclitante. Para o montante do que possuía, a importância referida expressava migalha; entretanto, segundo refletia, já havia feito o possível. Dera grandes somas. Custeara a compra de vasto material. Cumprira com os preceitos da cooperação e da caridade. Sentia-se exonerado de quaisquer compromissos. Ainda assim, ouvira dizer que o Evangelho respondia a consultas e resolveu experimentar. Levantou-se. Procurou o Novo Testamento e, após recolhê-lo, tornou a sentar-se. Abriu indiscriminadamente. E caiu-lhe aos olhos a sentença de Jesus, no versículo dezenove do capítulo seis, das anotações do apóstolo Mateus:
"Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam..."
Como se houvesse recebido um choque, ponderou que o trecho não apresentava significação para ele, porque sempre dera e dera muito a todas as instituições de caridade. Abriria outra vez. O Livro Divino, decerto, lhe reservava alguma consolação. Repetiu o movimento anterior e as páginas lhe mostraram o versículo dez do capítulo 17 dos apontamentos de Lucas, em que Jesus assim se expressa:
"Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer."
Surpreendeu-se mais ainda. O Evangelho como que o chamava a brios. Nervoso, inquieto, consultou pela terceira vez. E o livro aberto exibiu o versículo 20 do capítulo 12, igualmente das anotações de Lucas, em que a voz do Senhor solta esta frase:
"Louco, esta noite pedirão tua alma... E o que tens ajuntado para quem será?"
João Lício fechou o volume com mãos trêmulas. Espantado, tangido no íntimo, encerrou a consulta. E, tomando o chapéu, saiu, procurando os amigos, de modo a ver como poderia ajudar. (Espírito Hilário Silva-A Vida Escreve-C.Xavier-W.Vieira)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

                                   Páscoa e Espiritismo

Quando comemoramos a Páscoa, mais uma vez nos defrontamos com cerimônias e posturas que não se coadunam com o homem moderno, do século XXI. Sempre é a mesma coisa, sempre estão acentuando o lado sanguinolento de um evento que ocorreu há cerca de dois mil anos. Ninguém lembra da mensagem de amor do Cristo, em que Ele mostra-nos que somos herdeiros do Altíssimo, que devemos crescer e compreender uns aos outros. Que devemos tolerarmo-nos e caminhar para o Alto. A mensagem continua esquecida. Os homens se prendem a questões externas, sem atentar para o conteúdo moral do exemplo deixado por Ele.
É interessante saber que a origem da Páscoa nada tinha a ver com a crucificação de Jesus, mas tinha a ver com a gratidão dos povos primitivos pela colheita de trigo, ou seja, a "festa dos ázimos", e, posteriormente, a partir de 1441 a.C., ao êxodo do povo judeu do Egito, retornando à Palestina.
As igrejas atuais incorporaram muitas práticas e cerimônias do judaísmo e de outras culturas.
Assim, os religiosos, passados poucos séculos da morte física de Jesus, criaram a tal "semana santa", insistindo na hipótese de o Cristo ter subido ao Céu com o corpo físico, num flagrante descaso com as leis da Natureza.
Ainda hoje, nesta festa chamada Páscoa, entre outras coisas, continuam a passar ideias que Jesus jamais ensinou, como a de não comer carne vermelha e a obrigatoriedade de ingerir somente peixe ou, ainda, de ter que jejuar nesta chamada "sexta-feira santa".
Em nenhum lugar dos textos evangélicos encontramos Jesus jejuando ou não comendo este ou aquele alimento. Ensinava Ele que "o mal não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca do homem", pois, os judeus observavam muitas regras obsoletas.
O Espiritismo afirma ser impossível alguém ir viver no Mundo Espiritual com o corpo material, pois, lá é outra dimensão, onde vivem os seres espirituais, que não ingerem alimentos grosseiros como os nossos. A Espiritualidade é um estágio superior ao da materialidade, onde as leis são próprias daquela condição, sendo, portanto, diferentes das que regulam o mundo físico.
No passado, religiosos impuseram uma série de condutas que eram aceitas porque as pessoas não podiam contrariar a igreja dominante, que tinha poder de vida e morte sobre todos.
Pouco mais de quinhentos anos depois do retorno de Jesus aos planos espirituais elevados, suas ideias já não eram mais seguidas pela igreja dominante. Teólogos deste período criaram dogmas que não podiam ser contestados, desfigurando a Doutrina de Amor e Perdão do Messias.
A visão Espírita sobre a Páscoa é bem diferente da que observa por aí, pois não tem dogmas, nem rituais, ou quaisquer cultos externos, explicando racionalmente o Evangelho  do Cristo.
Assim, a Páscoa, do ponto de vista dessas igrejas, está envolvida num contexto negativo de culpa. Pela ótica judaico-cristã, nós, os habitantes deste planeta que nos denominamos cristãos, somos culpados por Jesus ter padecido na cruz para "nos salvar" dos nossos erros e dos erros dos nossos ancestrais, em especial Adão e Eva. Estes personagens bíblicos não passam de uma lenda, haja vista que a história da evolução do homem terrestre na realidade é bem mais longa e complexa do que afirmam os textos bíblicos. As pesquisas científicas demonstram que o homem vive na Terra há dezenas de milhares de anos, bem diferente do que consta no chamado livro sagrado.
Por outro lado, paralelamente, nesta festa-drama, dita religiosa, que se tornou a Páscoa, se bem analisada, verificaremos que são cerimônias primitivas e sempre repetitivas, nada tendo a ver com o Enviado Celeste, que afirmava ter vindo para que tivéssemos vida.
Nesta festa temos o comércio e o consumo de produtos acrescentados nos últimos séculos. A obrigatoriedade do consumo de peixe, por exemplo, na sexta-feira, entre outras práticas, raia ao absurdo. Ao longo dos séculos isto foi introjetado nas pessoas ditas cristãs e, até hoje, vemos dificuldade de muitos em perceber que isso nada tem a ver com a crucificação de Jesus e, principalmente, com a Sua mensagem.
O que tem a ver a carne de qualquer animal com o massacre do Cristo?
O que pensa Jesus a respeito disso nos dias atuais?
Acredito que deve lamentar as bobagens que temos inventado, tornando tortuosos os caminhos para encontrá-Lo e seguí-Lo.
E quanto às cerimônias tristes da chamada Via Sacra e o desfecho final, o que pensa Jesus?
Será que Ele está magoado conosco? Daí vem a culpa inventada por judeus e os ditos cristãos, seguidores nada esclarecidos do Cristo que, menos de trezentos anos depois da Sua partida, criaram uma série de mortificações, sacrifícios e dogmas, despejando, por séculos, goela abaixo em milhões de criaturas, que até hoje nada entenderam da vinda do Messias à Terra, repetindo coisas absurdas.
Por isso que ainda hoje se vê a repetição desse drama, e que continua sendo alimentado por igrejas que não prestaram atenção à mensagem do Cristo e muito menos possuem noção da realidade espiritual.
Na verdade, estas religiões estão paradas no tempo. Não aceitaram e continuam não aceitando a Terceira Revelação, que traz maiores esclarecimentos para a Humanidade.
Por isso volto a perguntar: Estaria Jesus chateado conosco porque não O entendemos e O massacramos há dois mil anos?
Quando Ele retornou, ao terceiro dia, e passou a encontrar-se com os apóstolos, em nenhum momento queixou-se dos seus carrascos ou dos próprios seguidores que o abandonaram em suas últimas horas de vida física.
E quanto a Judas? Jesus ficou magoado com ele?
Mas, se o Cristo sabia que Judas o trairia, por que permitiu que tal ocorresse? Por que entregou-se, deixando tudo se consumar?
Muito interessante o que escreveu Pedro de Camargo, em seu livro "Na Escola do Mestre". Ele lança inúmeros argumentos que vão desde a escolha de Judas como apóstolo, sua personalidade, e o conhecimento do Cristo a cerca do que faria.
O Espírito Amélia Rodrigues, no livro "Trigo de Deus"(psicografia de D. Franco), relata detalhes da visita de Jesus a Judas no Umbral, poucas horas depois da crucificação, dando-lhe amparo e consolo, dizendo-lhe que não o condenava. Vejam que o Cristo jamais se contradisse ao ensinar o perdão.
Contudo, o que temos assistido nestes vários séculos de obscurantismo, determinado pelos ditos "seus" representantes? Nada em favor de Judas, sempre sendo lembrado como a pior criatura do mundo, segundo esses religiosos. Sempre sendo malhado há mais de dois mil anos.
Assim, caberia ao Espiritismo, o Consolador, primeiro lembrar e interpretar a mensagem de Jesus que consta no Evangelho, segundo, trazendo os próprios personagens que viveram a história, como o próprio Judas, que em conversa com o Espírito Humberto de Campos, no livro "Crônicas de Além-Túmulo"(psicografia de C. Xavier), esclarecendo sua atitude na época da crucificação, comentando sobre suas reencarnações expiatórias até o século XV, encerrando sua evolução neste planeta e, desde aquela época, convivendo com Jesus no Mundo Espiritual.
E as pessoas aqui na Terra a maldizê-lo por centenas de anos, demonstrando uma ignorância tamanha.
Nós, Espíritas, encaramos a Páscoa como a derradeira lição de Jesus para a Humanidade, demonstrando a todos que devemos enfrentar nossas agruras sem revoltas e, provando a todos que a morte não existe, ao retornar no terceiro dia como havia prometido, continuando a orientar seus seguidores e a todos nós até hoje.

Luiz Alberto Cunha

terça-feira, 1 de abril de 2014

                                                    ABRIL, MÊS DO LIVRO ESPÍRITA 
TENDO EM VISTA QUE "O LIVRO DOS ESPÍRITOS" FOI LANÇADO EM 18 DE ABRIL DE 1857, INAUGURANDO NA TERRA A NOVA ERA, REVELANDO AS LEIS QUE REGEM O MUNDO ESPIRITUAL E A SUA ASCENDÊNCIA SOBRE O MUNDO MATERIAL, E MUITO MAIS, TODOS QUE ESTUDAMOS A DOUTRINA ESPÍRITA, INCENTIVAMOS A LEITURA E O ESTUDO DAS OBRAS BÁSICAS DO ESPIRITISMO, ESCRITAS POR ALLAN KARDEC SOB A SUPERVISÃO DOS ESPÍRITOS SUPERIORES. Infelizmente, muitas casas que levam o nome de "espíritas" ainda não acordaram para a imperiosa necessidade de estudar as obras básicas escritas por Allan Kardec. Mesmo as que são ligadas às federações, preferem estudar outras obras que não têm a profundidade das que o Codificador nos legou. Vejamos a opinião dos grandes estudiosos da Doutrina, como assinala Doris Gandres, do Correio Fraterno:
“Com este livro, a 18 de abril de 1857, raiou para o mundo a Era Espírita (...) "O Livro dos Espíritos" é o código de uma nova fase da evolução humana. É exatamente essa a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente.” - Introdução de José Herculano Pires na edição comemorativa dos cem anos do lançamento de "O Livro dos Espíritos".
Herculano Pires, como é conhecido, escritor e filósofo espírita de renome no meio e no Movimento Espírita, com dezenas de livros publicados e vasta atuação no cenário espiritista e laico, não poderia ter definido melhor a importância desse livro basilar que, para todo adepto sério e sinceramente interessado na Doutrina, não pode jamais ser relegado a segundo plano. Herculano ainda nos diz: “Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da Doutrina Espírita. Ele é a pedra fundamental do Espiritismo, o seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo”.
E é verdade – nele, toda a doutrina de forma condensada e concisa, sem que, no entanto, se perca a clareza e haja qualquer prejuízo para o bom entendimento dos temas e princípios doutrinários; todos os demais livros que compõem a codificação ali estão contidos: "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu e o Inferno" e "A Gênese". Basta uma análise um pouco mais criteriosa e facilmente os detectamos no contexto de determinadas partes e questões. É muito comum vermos companheiros de ideal de boa-vontade se dedicarem à leitura e ao estudo, com entusiasmo e assiduidade, por exemplo, dos livros de André Luiz, os quais, ressaltamos, trazem muitos esclarecimentos compatíveis com os princípios espiritistas – mas é preciso conhecer-se o corpo doutrinário para poder distinguir essa qualidade... Aliás, basicamente, o que se vê é o estudo do Nosso Lar repetido seguidamente em várias Casas Espíritas... O que se vê, ainda, em muitas ocasiões, é uma atração quase irresistível por títulos novos, por romances e livros até algo sensacionalistas ou de autoajuda, alguns trazendo implicitamente promessas de transformação interior fácil mediante certas posturas externas... Hoje, o mercado transborda de todo tipo de livros ditos espíritas... O que se percebe lamentavelmente é um interesse muito mais evidente com relação a diversos outros livros “bonitos e emotivos” em detrimento dos livros kardecianos, que são os que sustentam efetivamente nosso aprendizado quanto às leis da vida. Certamente que, uma vez conhecedores dos livros chaves da codificação, os acima enumerados, podemos, e até devemos, estender a nossa Cultura Espírita, buscando esclarecimentos em outros tantos livros sérios, notadamente entre os clássicos da nossa literatura doutrinária. O que não podemos, e até não devemos, é sair ‘correndo atrás’ de todo e qualquer livro que surja no mercado, com belo título, bela capa, alguns com nomes difundidos, outros não, a maioria repetitivos, sem nada acrescentar ao nosso entendimento da vida – então quando se trata de autor desencarnado, seja quem for, é quase uma febre coletiva... Os encarnados, ainda que reconhecidamente esclarecidos doutrinariamente e esforçados no que se refere à sua postura fraterna e edificante, ficam esquecidos nas prateleiras de livrarias e bibliotecas – quantas são as Casas Espíritas onde se encontram com facilidade livros de Deolindo Amorim, do citado Herculano Pires, de Herminio Miranda, de Carlos Imbassahy, de Ernani Guimarães e outros... Alguns desses mencionados hoje já estão desencarnados, mas deixaram obras valiosíssimas enquanto aqui caminhavam conosco...
Mas, tudo isso só pode ser devidamente avaliado a partir de UM livro, quando estudado, refletido e compreendido em profundidade e com respeito, para não dizer veneração, pois é a viga mestra, a pedra angular da Cultura Espírita – esse um é "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"!