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domingo, 17 de junho de 2012


O Programa Espírita no Rádio e a Atitude do Espírita
Justificativa  da Divulgação da Doutrina Espírita pelo Meio de Comunicação Mais Abrangente e Acessível que Existe no Brasil


                                                                         Por que tantas tragédias?

                                                                     Por que não vivemos em paz?

                                                                 Por que há muita violência?

                                                             Por que temos problemas de doenças?

                                                        Por que uns nascem pobres e outros ricos?

                                                    Por que muitas pessoas estão na miséria?

                                                Por que milhões de pessoas praticam o aborto?

                                            Por que grande parte das pessoas são desonestas

                                        Por que as pessoas ficam viciadas em drogas, sexo, bebidas?

                                   Por que coisas ruins e coisas boas ocorrem neste Mundo?

                               Por que nada dá certo para mim ou por que sou infeliz?

               Por que algumas crianças nascem com defeitos físicos e outras com deficiência mental?

                                                                  E milhares de outros “porquês”.

O Espiritismo tem respostas para todos os problemas humanos. Basta que o estudemos.
O Espiritismo nos ajuda a compreender o porquê do sofrimento humano.
Você sabia que, aqui no Rio Grande do Sul, temos pouquíssimos programas Espíritas em rádio? E você sabia que o programa “Espiritismo na Metrópole”, AM 1570, ou, www.radiometropoleam.com é o que atinge maior público, cobrindo um raio de 150 km, a partir da Grande Porto Alegre, na Região Central, na Serra, no Sul e no Litoral do nosso Estado?
O Programa Espírita tem por objetivo colaborar com as pessoas, levando os conhecimentos que o Espiritismo propicia para que o maior número possível delas, que escutam rádio, pois o rádio atinge milhares de pessoas numa vasta região, saibam por que estão aqui na Terra e o porquê do sofrimento humano.
Em nosso Programa Espírita no rádio, fazemos comentários sobre todos os temas que envolvem o ser humano, a fim de mostrar a todos que a Doutrina Espírita veio à Terra por ordem do Ser Supremo e, já havia sido prevista por Jesus há dois mil anos, quando Ele falou, na última ceia, que não poderia ser mais claro, pois as pessoas não estavam preparadas intelectualmente para compreendê-Lo, mas Ele disse que pediria ao Pai Supremo para enviar aos homens o Consolador, que explicaria o que Ele não pode explicar e que traria, também, novos conhecimentos.
Assim, baseado nas obras Espíritas básicas e outras complementares, levamos ao ar, infelizmente por apenas uma hora semanal, conhecimentos importantíssimos para instruir as pessoas que desconhecem o real sentido da Vida. Inúmeras pessoas, desse modo, têm a oportunidade de, com um programa desse gênero, ouvir explicações racionais sobre o porquê da vida, de onde viemos, para onde vamos e o que temos de fazer neste planeta, além de simplesmente sobrevivermos.
Explicamos, no Programa Espírita, porque temos de ser honestos, porque temos que trabalhar, porque temos que estudar, porque temos que ajudar, porque não podemos matar, nem abortar, nem nos suicidar, porque existem leis divinas que regulam nossas atitudes, sejam quais forem elas. Baseados na Doutrina Espírita, levamos ao conhecimento das pessoas o Evangelho de Jesus, com explicações racionais sobre cada frase sua, dando-lhe o seu verdadeiro sentido sob a ótica dos Espíritos Superiores que, desde abril de 1857 vêm orientando os homens, primeiramente com Allan Kardec, ao editar “O Livro dos Espíritos”, primeiro livro básico do Espiritismo, orientado pelos Espíritos Superiores e, posteriormente, milhares de livros psicografados por centenas de médiuns espalhados pelo Mundo.
Levamos, neste Programa, ao conhecimento das pessoas uma série de informações para que elas compreendam o porquê da vida, porque nascemos neste planeta e as leis que regem todos os nossos atos e pensamentos.
Mostramos às pessoas, pelos ensinos Espíritas, que tudo está sob o controle da Inteligência Suprema do Universo, ou simplesmente de Deus, e que o homem vive num mundo conturbado devido ao seu estágio evolutivo, mas que deve fazer esforços para melhorar-se, melhorando desse modo o seu Mundo.
Nosso Programa Espírita é ricamente ilustrado com músicas Espíritas de ótimo nível melódico e informativo, compostas por artistas Espíritas, sublimemente inspirados, transmitindo, através de suas canções, os conhecimentos Espíritas em seus três aspectos de ciência, de filosofia e de religião.
São centenas de músicas Espíritas de grande valor que, em ritmos diversificados, como reggae, mpb, samba, rock, pop, etc, embalam as mentes, levando-lhes mensagens com alegria e com profundidade, incentivando-as a transformarem-se em criaturas melhores, renovando o mundo para a Nova Era que está sendo instalada.
A sociedade somos nós. Não podemos colocar a culpa das desgraças que nos assolam somente nos governantes, que são o espelho da própria sociedade. Eles não conseguem resolver tudo. Os órgãos públicos não podem estar presentes em cada esquina. Cada um de nós pode e deve fazer algo para tornar as nossas casas, as nossas ruas, os nossos bairros, as nossas cidades melhores. Todos podemos ajudar de alguma forma, nem que seja com duas moedinhas, como a viúva pobre que foi enaltecida por Jesus, salientando que, aos olhos de Deus, foi ela a maior doadora, acima de todos os ricos que lá depositaram quilos de ouro. De fato, a quantia não importa, principalmente, se queremos ajudar e não temos recursos amoedados, mesmo porque os talentos que recebemos do Criador não se resumem apenas ao dinheiro, mas ao conjunto de órgãos que podem servir de instrumentos preciosos, como a inteligência, os olhos, os ouvidos, a fala, as mãos, os pés, etc.
Este é o sacrifício mais agradável a Deus, ou seja, o sacrifício do coração, dado com sentimento. E o Espiritismo está aí a nos mostrar que um bom sentimento ou uma boa ação jamais se perdem.
As boas ações são contabilizadas como créditos para aqueles que agem positivamente em prol dos seus irmãos. Além disso, parentes e amigos espirituais dos que são ajudados, passam a interceder pelos que se importaram com os caídos, com os desafortunados, com os que precisavam de uma palavra, de uma orientação, de um alento e que receberam as boas ações, que foram amparados, atendidos e amenizados os seus sofrimentos.
E o Espiritismo está aí para ajudar a melhorar o Mundo. Existem inúmeros Centros Espíritas, baseados em Allan Kardec, espalhados por quase todas as cidades brasileiras e em outros países. Mas estes Centros Espíritas ainda são insuficientes, pois, milhões de pessoas desconhecem a Doutrina Espírita e a mensagem consoladora que ela traz por falta de uma maior divulgação dos seus postulados. Temos, então, que reunir recursos para a divulgação da mensagem dos Espíritos Superiores através de emissoras de rádio.
Bom seria se tivéssemos a nossa própria emissora. E lutaremos para que um dia isto seja realidade. Por enquanto, vamos divulgando esta Doutrina Consoladora em doses homeopáticas, aguardando pela chegada dos trabalhadores da última hora, que estão a despontar de todos os cantos, bastando que os convidemos para integrar o Colégio de Servidores de Jesus neste final dos tempos.
Quando uns poucos perceberem a grandiosidade da nossa missão aqui na Terra, com certeza avançaremos e espalharemos a mensagem do Consolador para todos os quadrantes do nosso pequeno, mas maravilhoso planeta.
Nós, que já compreendemos o que seja o Espiritismo e já o assimilamos, temos o compromisso de divulgá-lo, de mostrá-lo para as pessoas, assim como os primeiros seguidores de Jesus fizeram, sendo multiplicadores da Boa Nova. Posteriormente, Paulo foi o responsável pela difusão do Evangelho aos demais povos que habitavam as regiões ditas estrangeiras.
Passados mais de dois mil anos, temos mais uma Revelação trazida à Terra por ordem do Ser Supremo, sendo necessário levá-la às demais pessoas, para que seja assimilada. Só que os tempos são outros e não podemos prescindir das tecnologias modernas para difundir as ideias Espiritistas. Ao contrário do passado, Deus pede-nos poucos sacrifícios para lhe servirmos. Materialmente falando, o Criador solicita-nos apenas uma parcela dos nossos recursos financeiros para que levemos a Sua palavra aos homens.
Precisamos da solidariedade das pessoas de Boa Vontade para este trabalho. Todos aqueles que já têm noção de que nada nos pertence, pois tudo pertence ao Senhor do Universo, facilmente entenderão que qualquer ajuda financeira contribuirá para que, a mensagem vinda do Alto, atinja a muitas pessoas e elas se transformem em criaturas melhores, mais honestas, mais trabalhadoras, mais respeitadoras, mais cumpridoras dos seus deveres. Esta será a nova Terra, regenerada e direcionada para tornar-se, mais adiante, um mundo feliz.
Certa vez perguntaram a Allan Kardec o que ele faria se tivesse bastante dinheiro, e ele respondeu que empregaria tudo na divulgação do Espiritismo.
Mais recentemente, Emmanuel salientou na obra "Estude e Viva", psicografia do Chico, o seguinte pensamento: "Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade - a caridade da sua própria divulgação".
Jamais solucionaremos os problemas da violência, da criminalidade, da desonestidade, etc., com qualquer tipo de repressão, colocando mais guardas em cada esquina, construindo mais presídios, eliminando os criminosos. Não. Só resolveremos toda esta problemática com a educação moral. E Jesus é o Mestre Incomparável, que ensina o Caminho da Verdadeira Vida. Alguém tem alguma dúvida disso?
As pessoas pensam em guardar dinheiro, de investir nisto, investir naquilo, em passear, se divertir, mas não pensam em investir na Previdência Divina. Temos que ter uma poupança no Céu, como ensinava Jesus, ao pedir-nos que não guardássemos os tesouros da Terra, pois as traças e a ferrugem os destruiriam, bem como os ladrões os roubariam. Ele pedia que ajuntássemos os tesouros do Céu, que ninguém teria acesso e valeriam muito mais. Quando analisamos esta questão, verificamos que podemos viver bem com muito menos e, que, tudo o que excede ao que necessitamos, só nos traz preocupações, tirando o nosso sossego.
E o grande médium Chico Xavier certa feita comentou que “sabemos que precisamos de certos recursos, mas o senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje ao Mundo Espiritual. Tudo o que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão...”
Sim, porque a nossa vida aqui na Terra é passageira. Não precisamos de muitas riquezas sem utilidade que por aí ficam, para que os herdeiros disputem cada moeda, cada pedaço de terra, e se matem muitas vezes, pela sede da posse, que na verdade é uma escravidão, quando não damos um fim útil ao dinheiro. O Evangelho de Jesus é cheio de advertências a respeito do apego aos bens terrenos. Por que? Porque tornamo-nos escravos da matéria, das coisas do Mundo.
Mas podemos ter recursos, viver bem, com conforto, etc, e destinando uma parte às obras de caridade, às instituições sérias que estão voltadas para a promoção humana. E, com certeza, é isto que Deus espera de nós, pois todo aquele que investe na Previdência Divina, está preparando um futuro melhor para si e para aqueles que está a beneficiar. Todos nós que investimos na sociedade de que fazemos parte, em todos os sentidos, futuramente, retornaremos a esta mesma sociedade para colhermos os frutos dos nossos investimentos. Esta é a Lei Divina de Causa e Efeito. Quando temos esta visão de cima, como se subíssemos em uma montanha, podemos descortinar tudo o que se passa nos vales. Assim é a visão Espírita da Vida. Todos estamos evoluindo, trabalhando pelo nosso progresso e pelo progresso de todos. Formamos uma família, a grande família humana. Não podemos pensar somente em nós. Temos que saber que Deus é o Coordenador Geral de tudo, que empresta tudo aos Seus filhos. Tudo lhe pertence. Nossos espíritos, nossos corpos físicos, nossa família, nossos bens, nossos salários, tudo é Dele. São os talentos que Ele coloca em nossas mãos, como ensina Jesus. E nós sentamos, muitas vezes, em cima destas riquezas, perdendo ótimas oportunidades de fazer bom uso desses talentos. O grande exemplo de desprendimento é contado por Jesus, quando aquela viúva pobre viajou por vários dias até o templo de Jerusalém para fazer a doação daquelas duas moedinhas, insignificantes para muitos de nós. Só que para ela era muito. E Jesus diz que, para Deus, ela deu mais do que os ricos que despejaram fortunas na arca do templo.
Sim, temos que começar a abrir a nossa mão, pois tudo o que temos nos é emprestado por Deus. Podemos viver bem, com conforto, com tudo. Só não podemos esquecer de ajudar as boas obras, de investirmos na Previdência Divina. Não podemos esquecer, também, que estamos passando por testes. Testes de ganância, de caridade, de solidariedade, de humildade, etc.
E a nossa existência é bem curtinha. Quando nos dermos conta, terminou. E agora? Sempre é bom lembrar do “choro e do ranger de dentes”. É a consequência das vidas dos egoístas, como a história do homem rico contada por Jesus, sendo que, no final, Deus lhe diz:
Esta noite pedirão a tua alma, e o que amontoaste, de quem será?”
Por isso estamos empenhados em levar o Espiritismo através do rádio e da internet à milhões de pessoas que, indiscriminadamente, nas cidades e nos campos, muitas delas residentes em locais bastante afastados, para que recebam tais informações pelo rádio, um meio de comunicação que ainda é o mais comum, que está ao alcance de praticamente qualquer pessoa, de qualquer nível sócio-econômico.
Não podemos cruzar os braços e deixar tudo como está ou que piore ainda mais. Recebemos de Deus todos os talentos, ou seja, os recursos materiais e intelectuais para o nosso crescimento e o crescimento dos nossos irmãos, que estão na mesma estrada. Não podemos reclamar de um Mundo ruim se não movimentamos um músculo sequer para modificá-lo, para melhorá-lo.
Portanto, faz-se mister que, se já nos contamos entre os homens de Boa Vontade, levemos a nossa contribuição para alavancarmos a causa da Espiritualidade Maior. Se temos alguns recursos, eles nos foram emprestados para alguma causa nobre e não somente para nos deleitarmos, nos regalarmos, como o homem rico da parábola contada por Jesus. Temos que somar energias e recursos para transformarmos o nosso Mundo conturbado num Mundo de regeneração, como está previsto pela Espiritualidade. Contudo, a paz não virá por decreto divino, sem o nosso esforço individual e coletivo, pois Deus não faz mágicas. Ele, o Senhor Supremo, quer que nós construamos o nosso próprio Mundo Melhor, de Paz. É necessário que cada um faça uma pequena parte. Devemos contribuir com nossa parcela, não importa o tamanho dela. O que realmente importa é que o façamos com Amor, não perdendo mais esta oportunidade.
E aqueles que assim o fazem, experimentam imediatamente o sabor da felicidade, e uma alegria imensa os invade, pois, tudo isto vem do Alto, vem de Deus, para recompensar, já aqui mesmo, na Terra, todos os que fazem a Sua vontade, amparando os mais necessitados. E, além disto, jamais faltarão recursos para aquele que distribui a mancheias. Sim, quando entendemos qual é a vontade de Deus e colocamos em execução o que está ao nosso alcance para colaborar com Ele, nossos recursos se multiplicam e nunca escasseiam. Temos que nos entregar ao Pai de Infinito Amor.
Isto tudo é confiar no Supremo Senhor do Universo e entender que, sem Ele, nada seríamos, nada teríamos e nada faríamos.
Para aqueles que já se tornaram Espíritas de verdade, bastaria este pensamento do Dr. Bezerra de Menezes:
"Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos".
Finalmente, gostaria de lembrar a todos que, embora tenhamos tomado a iniciativa de divulgar o Espiritismo através do rádio, pelas razões acima expostas, ficaria imensamente feliz se os Irmãos Espíritas, compreendendo a seriedade do momento em que nos situamos aqui na Terra, se dirigissem à Federação Espírita do Rio Grande do Sul e buscassem sensibilizar a sua direção para que, reunindo todos os esforços possíveis, colocassem a Doutrina Espírita "no ar", mesmo sem a nossa participação, para que, mais efetivamente, colaboremos com Kardec e com Jesus, na gigantesca tarefa de auxiliar a transformar o nosso planeta para melhor, inaugurando o mais breve possível a Nova Era, a Regeneração, para que a paz predomine em nosso Mundo.

Luiz Alberto Cunha da Silva


quinta-feira, 14 de junho de 2012


Fim do Mundo em 2012? 2019?...
                                         A Visão Espírita da Transição Planetária
                                            São Chegados os Tempos - Sinais dos Tempos

Allan Kardec, no livro “A Gênese”, cap. XVIII, de 1868, afirma que “são chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos se vão dar para regeneração da Humanidade. Em que sentido se devem entender essas palavras proféticas? Para os incrédulos, nenhuma importância  têm; aos seus olhos, nada mais exprimem que uma crença pueril, sem fundamento. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, parecendo-lhes prenunciadores da subversão das leis da Natureza. São igualmente errôneas ambas essas interpretações; a primeira, porque envolve uma negação da Providência;  a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis.
Tudo na Criação é harmonia; tudo revela uma previdência que não se desmente, nem nas menores, nem nas maiores coisas. Temos, pois, que afastar, desde logo, toda ideia de capricho, por inconciliável com a sabedoria Divina.  Em segundo lugar, se a nossa época está designada para a realização de certas coisas, é que estas têm uma razão de ser na marcha do conjunto.  Isto posto, diremos que o nosso globo, como tudo o que existe, está submetido à lei do progresso. Ele progride, fisicamente, pela transformação dos elementos que o compõem e, moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que o povoam. Ambos esses progressos se realizam paralelamente, porquanto o melhoramento da habitação guarda relação com o do habitante. Fisicamente, o globo terráqueo há experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a Humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Ao mesmo tempo que o melhoramento do globo se opera sob a ação das forças materiais, os homens para isso concorrem pelos esforços de sua inteligência. Saneiam as regiões insalubres, tornam mais fáceis as comunicações e mais produtiva a terra.
De duas maneiras se executa esse duplo progresso: uma lenta, gradual e insensível; a outra, caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascensional mais rápido, que assinala, mediante impressões bem acentuadas, os períodos progressivos da Humanidade. Esses movimentos, subordinados, quanto às particularidades, ao livre-arbítrio dos homens, são, de certo modo, fatais em seu conjunto, porque estão sujeitos a leis, como os que se verificam na germinação, no crescimento e na maturidade das plantas. Por isso é que o movimento progressivo se efetua, às vezes, de modo parcial, isto é, limitado a uma raça ou a uma nação, doutras vezes, de modo geral.
O progresso da Humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divinas, tudo o que é efeito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade  imutável. Quando, por conseguinte, a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer também que, em tal estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.
Do fato de ser inevitável, porque é da natureza o movimento progressivo da Humanidade, não se segue que Deus lhe seja indiferente e que, depois de ter estabelecido leis, se haja recolhido à inação, deixando que as coisas caminhem por si sós. Sem dúvida, suas leis são eternas e imutáveis, mas porque a sua própria vontade é eterna e constante e porque o seu pensamento anima sem interrupção todas as coisas. Esse pensamento, que em tudo penetra, é a força inteligente e permanente que mantém a harmonia em tudo. Cessasse Ele um só instante de atuar e o Universo seria um relógio sem pêndulo regulador. Deus, pois, vela incessantemente pela execução de suas leis e os Espíritos que povoam o espaço são seus ministros, encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.
O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo incomensurável, acionado por um número incontável de inteligências, e um imenso governo em o qual cada ser inteligente tem a sua parte de ação sob as vistas do soberano Senhor, cuja vontade única mantém por toda parte a unidade. Sob o império dessa vasta potência reguladora, tudo se move, tudo funciona em perfeita ordem. Onde nos parece haver perturbações, o que há são movimentos parciais e isolados, que se nos afiguram irregulares apenas porque circunscrita é a nossa visão. Se lhes pudéssemos abarcar o conjunto, veríamos que tais irregularidades são apenas aparentes e que se harmonizam com o todo.
A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam conseguí-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.
Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade viril o é da juventude. Ela podia, pois, ser prevista e predita de antemão e é por isso que se diz que são chegados os tempos determinados por Deus.
Nestes tempos, porém, não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. A geração futura, desembaraçada das escórias do velho mundo e formada de elementos mais depurados, se achará possuída de ideias e de sentimentos muito diversos dos da geração presente, que se vai a passo de gigante. O velho mundo estará morto e apenas viverá na História, como o estão hoje os tempos da Idade Média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.
Aliás, todos sabem quanto ainda deixa a desejar a atual ordem de coisas. Depois de se haver, de certo modo, considerado todo o bem-estar material, produto da inteligência, logra-se compreender que o complemento desse bem-estar somente pode achar-se no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, tanto mais se sente o que falta, sem que, entretanto, se possa ainda definir claramente o que seja: é isso efeito do trabalho íntimo que se opera em prol da regeneração. Surgem desejos, aspirações, que são como que o pressentimento de um estado melhor.
Mas, uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias.  Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o  terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais foram consequência do estado de formação da Terra. Hoje, não são mais as entranhas do planeta que se agitam: são as da Humanidade”.
Allan Kardec escreveu “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, juntamente com os Espíritos Superiores, em 1864. Vejam que, tanto neste livro, como no anterior, A Gênese, de 1868, os conhecimentos neles contidos são incríveis, explicando questões que Jesus havia proposto cerca de dois mil anos antes, como o Sermão Profético escrito pelo evangelista Marcos no capítulo XIII, de suas anotações, esclarecendo-nos sobre os habitantes dos mundos de expiações e de provas, do final dos tempos, onde vem ocorrendo a grande mudança do nosso planeta para a fase de regeneração e que vem sendo explicado ao longo desses 155 anos da Codificação do Espiritismo por trabalhos de altíssima relevância, como o de Emmanuel, de Humberto de Campos, de Manoel Philomeno de Miranda, Lucius, entre outros Espíritos elevados, confirmando e detalhando o que está exposto nas obras básicas acima citadas.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. III, o Espírito Agostinho, que foi considerado santo pela igreja católica, explica que os Espíritos em expiação aqui na Terra já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência de sua obstinação no mal e por se haverem constituído em causa de perturbação para os bons em tais planetas. Assim, foram esses Espíritos degredados, temporariamente, para cá, no meio de Espíritos atrasados para auxiliar no progresso do nativo terrestre. Agostinho tece comentários sobre a situação do nosso planeta, de provas e expiações, sobre os mundos regeneradores, finalizando o terceiro capítulo comentando sobre a progressão dos mundos, que é uma lei da Natureza e, segundo esta lei, “este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus”.
Conforme o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro Transição Planetária, com a psicografia de Divaldo Franco, “vive-se, na Terra, o momento da grande transição de mundo de provas e de expiações, para mundo de regeneração. As alterações que se observam são de natureza moral, convidando o ser humano à mudança de comportamento para melhor, alterando os hábitos viciosos, a fim de que se instalem os paradigmas da justiça, do dever, da ordem e do amor”.
Mais adiante, Philomeno assevera: As criaturas que persistirem na acomodação perversa da indiferença pela dor do seu irmão, que assinalarem a existência pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo conduta egotista, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de aqui na Terra permanecer, sendo exiladas para mundos inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.
As dores atingem patamares quase insuportáveis e a loucura que toma conta dos arraiais terrestres tem caráter pandêmico, ao lado dos transtornos depressivos, da drogadição, do sexo desvairado, das fugas psicológicas espetaculares, dos crimes estarrecedores, do desrespeito às leis e à ética, da desconsideração pelos direitos humanos, animais e da Natureza... Chega-se ao máximo desequilíbrio, facultando a interferência divina, a fim de que se opere a grande transformação de que todos temos necessidade urgente.
Contribuindo na grande obra de regeneração da Humanidade, Espíritos de outra dimensão estão mergulhando nas sombras terrestres, a fim de que, ao lado dos nobres missionários do amor e da caridade, da inteligência e do sentimento, que protegem os seres terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas, facultando o estabelecimento do Reino de Deus nos corações.
Reconhecemos que essa nossa informação poderá causar estranheza em alguns estudiosos do Espiritismo, e mesmo reações mais severas noutros... Nada obstante, permitimo-nos a licença de apresentar o nosso pensamento após a convivência com nobres mentores que trabalham no elevado programa da grande transição...
Equipes de apóstolos da caridade no plano espiritual também descem ao planeta sofrido, a fim de contribuir em favor das mudanças que devem operar-se, atendendo aqueles que se encontram excruciados pela desencarnação violenta, inesperada, ou padecendo o jugo de obsessões cruéis, ou fixados em revolta injustificável, considerando-se adversários da Luz, membros da sanha do Mal, a fim de melhorar a psicosfera vigente, desse modo, facilitando o trabalho dos Mensageiros de Jesus”.
No evangelho de Marcos, cap. XIII, temos o Sermão Profético:
Certa vez em Jerusalém, quando saia do templo, um dos discípulos disse a Jesus:
 - Mestre,  olha que pedras e que edifícios!
Ao que Jesus lhe disse:
- Vês estes grandes edifícios? Não se deixará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.
Depois, estando Ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram-lhe em particular:
- Dize-nos, quando sucederão essas coisas, que sinal  haverá quando todas elas estiverem para se cumprir?
Então, Jesus começou a dizer-lhes: - Acautelai-vos; ninguém vos engane; muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e a muitos enganarão. Quando, porém, ouvirdes falar em guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis; forçoso é que assim aconteça; mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá fomes. Isso será o princípio das dores. Mas, olhai por vós mesmos; pois por minha causa vos hão de entregar aos sinédrios e às sinagogas, e sereis açoitados; também sereis levados perante governadores e reis, para lhes servir de testemunho. Mas, importa que primeiro o Evangelho seja pregado entre todas as nações. Quando, pois, vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Santo Espírito. Um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão. E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas, aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.

Segundo Divaldo Franco, ele narra uma série de fenômenos que certamente atingiriam a Terra. Aconteceu que, realmente, no ano 70, o general romano Tito teve a oportunidade de derrubar o templo de Jerusalém, que não foi mais reerguido, e no ano 150, na segunda diáspora dos hebreus, praticamente Jerusalém foi destituída da Terra, somente voltando a ter cidadania quando a ONU reconheceu o Estado de Israel com os direitos que, aliás, lhe são credenciados e que ele merece. Mas as doutrinas religiosas, com o respeito que nos merecem, que sempre se caracterizaram pelo Deus-temor ao invés do Deus-amor, por manterem as pessoas na ignorância e intimidá-las, ao invés de libertá-las pelo esclarecimento, estabeleceram que o fim do mundo seria desastroso, seria cruel, como se não vivêssemos perpetuamente num mundo desastroso e cruel, cheio de acidentes, de vulcões, de terremotos, de maremotos, de guerras, de pestes, etc. Para nós, Espíritas, o fim do mundo será o fim do mundo moral negativo, quando nós iremos combater os adversários piores, que são os que estão dentro de nós: as paixões dissolventes; os atavismos de natureza instintiva agressiva; a crueldade; o egoísmo e, por consequência, todos veremos uma mudança da face da Terra, quando nós, cidadãos, nos resolvamos por libertar-nos em definitivo das nossas velhas amarras ao ego e das justificativas por mecanismos de fuga. Então o homem do futuro será um homem mais feliz, sem dúvida. Haverá uma mudança também da justiça social. Haverá justiça social na Terra, porque nós, as criaturas, compreenderemos os nossos direitos, mas acima de tudo, os nossos deveres, deveres esses como fatores decisivos aos nossos direitos. Daí, a nossa visão apocalíptica do fim dos tempos é a visão da transformação moral em que esses tempos de calamidade passarão a ser peças de museu, que o futuro encarará com uma certa compaixão, como nós encaramos períodos do passado que nos inspiram certo repúdio e piedade pela ignorância, então, que vicejava naquelas épocas.
Mateus e Lucas referem-se a estas catástrofes. Mais tarde serão desenhadas no Apocalipse de João.
Allan Kardec aborda, em O Livro dos Espíritos, com propriedade, as tragédias do cotidiano, pois, são necessárias essas mudanças, conforme consta detalhadamente neste livro básico do Espiritismo.

                                O ESPIRITISMO TEM OUTRA VISÃO SOBRE 2012

                                        O MÉDIUM DIVALDO FRANCO EXPLICA:
Segundo os estudiosos do calendário Maia, em 2012 seria a etapa final. É uma conclusão apressada. O que ocorre é a grande transformação, de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração. A Terra ainda está em constante mudança. Na intimidade do planeta as rochas estão liquifeitas, os metais estão superaquecidos, suas placas tectônicas chocam-se, produzindo as terríveis calamidades. No dia 26 de dezembro de 2004, às 8 horas da manhã, duas placas se chocaram no oceano Índico, e tivemos o tsunami, que afetou 11 países. Deixou o saldo de 230 mil mortos. A primeira onda, devastadora, com 30 metros de altura, matou, de imediato, 120 mil pessoas.
Inúmeras calamidades, em vários países, mudaram a geografia da Terra.
Os sobreviventes perdem o equilíbrio, além dos bens...
Estamos vivendo a grande transição. Muitos têm medo que isto destrua o planeta.
O Espiritismo explica-nos que estas calamidades fazem parte de um processo de mudança.
Poderíamos evitar isso? Até certo ponto, sim. Nós constituímos populações até certo ponto que nos caracterizamos pelo ódio, pela perversidade, e muitas vezes, invadimos cidades, no passado, com armas de destruição,  incendiamos povoados, destruímos as colheitas, salgamos a terra para que nada ali pudesse ter vida, e geramos carmas individuais e carmas coletivos. Desencarnamos, e, por mais incrível que pareça, oportunamente, as leis divinas unem-nos, em uma viagem de avião, que vai ser vitimado por qualquer um problema mecânico, ou atmosférico, ou de natureza de falha humana. Noutras vezes em acidentes nas estradas, nos grandes feriados, em que a imprevidência, o alcoolismo, o desespero das pessoas apressadas, provocam desastres calamitosos quando retornam das férias, do prazer, portanto, devido à invigilância humana.
Vivemos, então, esta questão dos transtornos da mudança.
Não haverá, portanto, o fim do mundo, a destruição, mas haverá mortes.
Mas a morte é um fenômeno biológico. Esse fenômeno faz parte do processo da vida. A questão é apenas de natureza emocional, pois, para nós, morrer, seja num acidente ou num leito de conforto encerra o ciclo da vida, mas não encerra a vida, pois continuamos a viver.
Dessa maneira tudo está dentro do mapeamento das nossas necessidades evolutivas. Mas, autoridades podem minimizar as calamidades, pois, quase sempre se repetem...

Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro estiveram há pouco no mapa das expiações coletivas. Elas fazem parte do processo de evolução. Não pensemos que o mundo vai acabar, porque o fenômeno da morte em nós é tão natural que quando ele ocorrer nós mudaremos de estágio vibratório e a Terra evoluirá lentamente de mundo de provas para mundo de regeneração.
Após as grandes dores, teremos as alegrias. Mas, antes que estas dores aconteçam não seria o caso para mudarmos de atitude mental, de gerarmos mais fraternidade, de mantermos nossa família dentro de um clima de respeito, de equidade e de justiça?
Todos temos interrogações. Por que acontece tanta desgraça com as pessoas? Por que existe tanta injustiça, tanta impunidade na Terra?
Por que no relacionamento conjugal, os indivíduos depois de passar o encantamento, passam a experimentar animosidade, perseguições, e partem, os mais perversos e cruéis na busca do seu destino, deixando lesionados os sentimentos dos familiares, das pessoas?
O Espiritismo explica que existe a lei de causa e efeito. Tudo aquilo que tem um efeito provém de uma causa equivalente. A reencarnação propicia colocar os indivíduos para os necessários resgates. No caso das perturbações humanas, dessas impunidades domésticas, políticas, policiais, elas se inscrevem no perispírito daquele que pratica o mal e mais cedo ou mais tarde ele nasce sob a injunção do resgate. Temos o indivíduo perverso que se compraz na crueldade, na pedofilia, no crime do colarinho branco e eles triunfam sob os aplausos do povo. Daí, aqueles que nascem com a vida ceifada, sem o cérebro, com transtornos mentais, os degenerados, com deformidades físicas, são aqueles que não foram justiçados pelas leis da Terra, agora renascem para pagar.
Ninguém permanece impune. Porque onde o individuo vai, vai também a sua consciência, e a consciência é o juiz, o advogado, o promotor e também a testemunha severa que lhe aponta o erro e que o faz recordar naquele desvario em que ele se encontra nos processos da paralisia, da hebetação, das alucinações, ficando encarcerado por um longo prazo para poder expiar os males que praticou. Esses também serão vítimas das calamidades gerais, do grande momento de transição do planeta. Muitas vezes, as pessoas estão em boa posição econômica e vem uma tragédia dessa natureza arrebatando-lhes as vidas às quais se vinculam, ou levando a enfermidades graves, a transtornos de natureza psicológica, ou serem vítimas de acidentes que dilaceram o corpo, tornando-os prisioneiros, numa prisão sem grades para expiar.
Mas, a misericórdia divina é justiça, mas também é amor. A justiça alcança, mas o amor atenua. O amor é a grande lei do Universo. Poderíamos passar pela grande transição sem a necessidade do sofrimento. Se amássemos de tal maneira que o nosso bem anulasse o mal que fizemos. Mas, como o egoísmo ainda é para nós a grande centelha que parece avivar o nosso entusiasmo da combustão da vida, ele, dominando-nos, faz que erremos e reajustemos, pequemos e voltemos a reabilitarmo-nos.
Allan Kardec falou que um dia a Terra será habitada por Espíritos felizes, tanto encarnados como desencarnados. Nessa grande transição que se vem operando desde 1970, segundo Halley, o sistema solar estaria adentrando-se na faixa imensa de fótons que envolve a  grande estrela Alcíone, de 3ª grandeza, para criar em todo o sistema uma outra psicosfera, iniciado por volta dos anos 88/90, onde a Terra permanecerá por cerca de 2000 anos.
Assim, iniciou-se transmigração de Espíritos nobres de Alcíone, uma das sete Plêiades, para a Terra. Ao mesmo tempo, os maus, sedutores de crianças, responsáveis pela fome, causadores de danos ao ambiente, fabricantes de armas de destruição total, governantes corruptos, os comerciantes de vidas, as bestas dos campos de concentração, irão para mundos inferiores.
Os grandes pensadores, os cientistas, os filósofos da antiguidade, renascentistas, retornarão em breve à Terra.
Será travada a grande batalha do Armagedon. Mas, não será lá no vale de Jeosafá. Será em todos os cantos do planeta. Em nossas ruas, na violência urbana, contra a mulher, o idoso, a criança, o enfermo...
Kardec fala da geração nova, em A Gênese, dos Espíritos não comprometidos com o planeta, que irão criar o novo Eden.
Provavelmente, aqueles não preparados pela palavra de Jesus, sofrerão mais, sem a certeza da imortalidade. Quando o corpo tombar, o Espírito prossegue na sua trajetória no rumo do infinito, até alcançar o Reino de Deus, que está dentro de nós.




quarta-feira, 13 de junho de 2012


O Cristo Consolador

Cap. VI, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec

O Jugo Leve
Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso de vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas,  pois meu jugo é suave e meu fardo é leve. (Mateus, 11: 28-30)

Consolador Prometido

Se me amais, guardai os meus mandamentos e eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas, quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito. (João, 14: 15-17 e 26)

Explica-nos Allan Kardec que “Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. Se, portanto, o Espírito de Verdade tinha de vir mais tarde ensinar todas as coisas, é que o Cristo não dissera tudo; se ele vem relembrar o que o Cristo disse, é que o que este disse foi esquecido ou mal compreendido. O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: Ouçam os que têm ouvidos para ouvir. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores.
Disse o Cristo:  Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados.
Mas, como há de alguém sentir-se ditoso por sofrer, se não sabe por que sofre? O Espiritismo mostra a causa dos sofrimentos nas existências anteriores e na destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Mostra o objetivo dos sofrimentos, apontando-os como crises salutares que produzem a cura e como meio de depuração que garante a felicidade nas existências futuras.
Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança”.

Na sequência deste capítulo, Allan Kardec traz-nos as emocionantes manifestações do Espírito de Verdade, que é o próprio Cristo, como se vê claramente no primeiro parágrafo abaixo transcrito, em que ele se reporta à sua vinda no passado e o que fez há cerca de dois mil anos, bem como ao desprezo dos homens pela sua doutrina que visava aproximar a Humanidade de Deus, orientando-nos para o nosso crescimento, deixando para trás as ligações com a matéria e buscando a nossa espiritualização, para, enfim, usufruirmos do grande legado do Pai Maior, que é o estado de perfeição relativa a que estamos destinados.

Advento do Espírito de Verdade

Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável  verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal. Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: Vinde a mim, todos vós que sofreis.
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! Pois a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas!  Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade – O Espírito de Verdade. (Paris, 1860)

O Espírito Léon Tolstoi tem colaborado com a Doutrina Espírita com inúmeras obras, trazendo-nos comoventes e consoladores episódios em que, muitas vezes, o próprio Cristo, quando encarnado aqui na Terra, teve participação inesquecível. E o Espírito Tolstoi,  quando se refere ao Jugo Leve, apregoado por Jesus, diz-nos que “grandes são as aflições do homem sobre a Terra, fazendo-o questionar o porquê de tudo o que lhe ocorre... O Mestre, em transitando sobre o planeta, buscou alertar a criatura sobre a origem dos seus males, encontrando, contudo, a imensa barreira da imperfeição espiritual como impedimento maior ao entendimento da perfeição da Lei de Causa e Efeito.
Tão difícil entender que somos os senhores de nosso destino! Obrigatoriamente, plantamos e colhemos o fruto de nosso plantio... Imaturos, ainda acreditamos haver “alguém” a monitorar nossas ações e pensamentos mais íntimos! Mera ilusão. As leis divinas estão dentro de nós mesmos, ainda que delas não detenhamos plena consciência. Assim, ao errarmos, acionamos mecanismos de reequilíbrio, impulsionados pela culpa, sem que percebamos o que está ocorrendo, chegando ao ponto em que as doenças constituem a cura para males maiores, o caminho pelo qual repensamos nossas “verdades”, efetuando mudanças imprescindíveis à evolução do ser”. (Retratos de Nazaré, Espírito Léon Tolstoi e Médium Cirinéia Maffei)

O Espírito Públio dá-nos uma visão muito clara do Cristo Consolador ao dizer que “Jesus sabia das etapas que a ignorância precisa enfrentar para que consiga deixar as periféricas regiões escuras do ego e atingir com plenitude as áreas luminosas do Eu Superior. A revolucionária mensagem que foi lançada com seus exemplos de devotamento, tinha de passar por todos os degraus que representam as naturais etapas através das quais a cegueira acaba por ser substituída pela capacidade de ver.
Depois do cenário inicial, que envolveu o apoio de multidões de Espíritos abnegados e determinados na própria elevação, era natural que a mentalidade apequenada por milênios de superficialidade precisasse de um tempo mais longo para entender a profundidade dos ensinamentos que lhe haviam sido legados.
Estabelecido o padrão da ignorância típico do predomínio de uma maioria imatura, depois de criada a hierarquia, da qual os Espíritos efetivamente nobres sempre se afastam, eis que não lutam por poderes ou domínios transitórios, ficaram a direção e os postos principais do grande movimento entregues aos mais imperfeitos espíritos que, carreiristas e sedentos por domínios, se enfileiraram sempre nos diversos setores da vida humana buscando dirigir os outros, mesmo quando incapazes de dirigirem-se a si próprios.
Desse modo, confrontando a realidade de um Cristo límpido com a impureza  de suas concepções, os homens ignorantes e fracos para se submeterem às reformas que Jesus lançara como molde de crescimento, se viram na necessidade de reformar, adaptando-o ao tamanho das suas misérias. Trabalho difícil porque exigia grande grau de sutileza e artificialismo que conseguisse convencer que a verdade era mentira e que a mentira era verdade, os cérebros mais astutos estiveram envolvidos nesse empenho por séculos, inicialmente criando interpolações, reformas de palavras, até que passaram a impor os dogmas de fé, aviltando as consciências e adulterando a essência doutrinária.
Pela força religiosa de uma maioria comprometida com seus próprios desejos e defeitos, incapaz de ser, efetivamente, a representante daquela mensagem luminosa no mundo, concílios e documentos eclesiásticos lançaram a mensagem do Senhor no emaranhado confuso de conceitos conflitantes e impossíveis de se compatibilizarem com a verdade original. O trono de ouro e o poder militar estavam no lugar daquele que viera na manjedoura pobre e sem qualquer arma que não o próprio coração. Milícias e bombas, espadas e venenos substituíram a clareza e a confiança em Deus, tentando dizerem-se representantes do artífice da paz.
Entretanto, a propagação da mensagem evangélica seguia penetrando os diversos âmbitos do mundo, produzindo reações naturais em outras mentes mais preparadas e menos comprometidas com o mal ou com os defeitos ancestrais do apego e do egoísmo, fazendo luz sobre as contradições fundamentais, dando inicio à fase de perseguições produzidas por aqueles que haviam conseguido entronizar o mal em nome do bem.
A capacidade de estudar e conhecer, que até então era privilégio autorizado de poucos, passou a ser disseminada a um maior número, graças ao avanço da tecnologia, providência de origem superior a facilitar o aparecimento de livros, folhetos e formas de ensino melhoradas por uma modificação exigida pelo crescimento das necessidades de avanço dos indivíduos.
Pensavam os antigos clérigos que, com suas fogueiras conseguiriam deter o desejo de aprender, de evoluir e de progredir que possuem todos os seres humanos, como reflexo da divindade que habita em cada um.
O próximo período da evolução humana estava dando ao ser inteligente a abertura de vistas necessária para compreender os disparates de que havia sido objeto, quando a malta dos ignorantes amorais assumira o controle do pensamento e da vontade das pessoas.
Rompeu-se essa ligação de dependência escrava entre a verdade observada e a verdade revelada, preparando-se o campo para a negação de Deus, num primeiro momento, como reação a todas as absurdas práticas anteriores, perseguições e males espalhados por homens ignorantes e despreparados para a grande tarefa de representar Jesus na Terra.
Todavia, a luz da razão logo seria convocada a indagar sobre tudo, no natural esforço de entender-se a si mesma e, por piores que pudessem ser as negações sobre a existência da Inteligência Superior, a clareza de raciocínio, agora libertada do medo das torturas e da inquisição religiosa, podia aventurar-se nas cogitações, na natural curiosidade própria do homem amadurecido que, deixando sua fase infantil onde predominam os sonhos e os brinquedos, passa a querer conhecer o mundo ao seu redor e o mecanismo que o dirige.
Eis aí o momento exato e necessário ao qual se referira Jesus, quase dois mil anos antes. Tanto tempo antes, o Sábio Governante do Mundo se preocupava em afirmar aos que o escutavam e seguiam que ele iria solicitar ao Criador que enviasse um outro consolador para ensinar todas as coisas e fazer relembrar tudo aquilo que ele houvera dito, afirmando séculos antes, que o tempo iria fazer os homens se esquecerem da essência de sua mensagem.
Em plena época da maturidade do pensamento, quando as brumas da insensatez cederam ante os séculos de opressão e crimes, cansados dos equívocos  produzidos por uma dominação cega e ilógica, o impulso científico propiciou o ambiente pra que as coisas sérias do Universo fossem pensadas de maneira mais isenta e apta a tirar o ser humano da sombra de um ego mesquinho, abrindo espaço para a busca do verdadeiro Eu nobre e representativo do Criador em nosso âmago.
Chegara, então, o momento do Consolador Prometido por Jesus, aquele que viria para ensinar sobre a imortalidade, a sucessão das vidas e a destinação da Terra, a compreensão sobre os motivos da dor e do sofrimento, a necessidade do esforço do indivíduo para a evolução através do próprio suor, a revelação das leis morais que dirigem todos os seres, a importância da transformação moral que dá lugar àquela essência esquecida pelos desejos mesquinhos de domínio e imposição.
O Consolador Prometido vem levantar as vozes dos que já partiram para o até então chamado Reino dos Mortos, a fim de dar-lhes o direito de seguirem vivendo e ensinando aos que aqui estão no mundo das formas, como são as coisas no mundo das essências.
Sagrado testamento de Amor de Jesus por todos nós, o Consolador Prometido não é o instrumento de poder, nem de hierarquia, nem de domínio intelectual mas, ao contrário, o convite aos corajosos discípulos do Cristo que estejam dispostos a cumprir-lhe a vontade, na solidão do testemunho, no isolamento da incompreensão, sem receios ou exigências, a fim de que não sejam mais necessários séculos de erros e fogueiras ameaçadoras, ainda que, no meio do novo movimento que o Consolador desencadeia, tentem se misturar os antigos clérigos arrogantes e dissimulados, reencarnados, tentando barrar a marcha da verdade e loucos para instalarem um tribunalzinho aqui ou ali, acendendo fogueiras entre polêmicas e discussões.
Daí ter escolhido, o Espírito de Verdade, a advertência direta e clara aos Espíritas:
Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo”.
(Relembrando a Verdade-Espírito Públio e Médium André L. Ruiz)

segunda-feira, 4 de junho de 2012


Não Coloqueis a Candeia Debaixo do Alqueire

                                                Cap. XXIV, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec

Ninguém acende uma candeia(lâmpada) para pô-la debaixo do alqueire(caneca de medida), a fim de  que ilumine a todos os que estão na casa. Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente.
Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos céus; e aquele que me renegar diante  dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está nos céus. Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem também dele se envergonhará, quando vier na sua glória e na de seu Pai e dos santos anjos. (Mateus, 5:15;  13: 10-15; 10: 5-7; 9: 10-12; 10: 32-33; Lucas, 8:16-17; 9:26)
Ninguém, depois de acender uma candeia, a põe em lugar oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo são os olhos. Quando, pois, os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, quando forem maus, o teu corpo será tenebroso. Vê, então, que a luz que há em ti não sejam trevas. Se, pois, o teu corpo estiver iluminado, sem ter parte alguma em trevas, será inteiramente luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor.(Lucas, 11; 33-36)
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim, resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.(Mateus, 5, 14-16)
Inicialmente, Kardec explica que “dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina. Mas, o que a prudência  manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade. Tendo –lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre  sua fé. É então que não se deve por a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções.
A coragem das opiniões próprias sempre foi tida em grande estima entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições e até os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente ideias que não são as de toda gente. Aqui, como em tudo, o merecimento é proporcionado às circunstancias e à importância do resultado. Há sempre fraqueza em recuar alguém diante das consequências  que lhe acarreta a sua opinião e em renegá-la; mas, há casos em que isso constitui covardia tão grande, quanto fugir no momento do combate. Por outras palavras: aqueles que se houverem arreceado de se confessarem discípulos da verdade não são dignos de se verem admitidos no reino da verdade. Perderão as vantagens da fé que alimentem, porque se trata de uma fé egoísta que eles guardam para si, ocultando-a para que não lhes traga prejuízo neste mundo, ao passo que aqueles que, pondo a verdade acima de seus interesses materiais, a proclamam abertamente, trabalham pelo seu próprio futuro e pelo dos outros. Assim será com os adeptos do Espiritismo. Pois que a doutrina que professam mais não é do que o desenvolvimento e a aplicação da do Evangelho, também a eles se dirigem as palavras do Cristo. Eles semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual. Colherão lá os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza”.

Diante de tantas orientações, desde Jesus, há mais de dois mil anos, chamando-nos a atenção para resplandecermos a nossa própria luz, como para iluminarmos também os que estão à nossa volta, pois, devido aos diferentes níveis evolutivos, aqui em nosso planeta temos bilhões de criaturas necessitadas de esclarecimentos a cerca da própria condição, chegando até nossos dias com o advento do Espiritismo. Quem toma conhecimento da Doutrina Espírita, estudando-a, passa a perceber a sua maravilhosa abrangência em todos os aspectos de nossas vidas. Questões fundamentais sobre o porquê da vida, de onde viemos, para onde iremos, felicidade ou infelicidade, defeitos físicos e mentais, doenças, morte, riqueza e pobreza, etc. São inúmeras questões que o Espiritismo tem a chave do esclarecimento, com uma visão racional sobre tudo o que nos envolve. Jamais seremos os mesmos depois de tomarmos conhecimento sobre esta doutrina altamente consoladora. Eis aí a nossa responsabilidade, lembrando o ensino do Meigo Galileu, ao dizer que, “mais será pedido a quem mais for dado”. E o fato abaixo narrado pelo Espírito Hilário Silva sobre o papel do Espiritismo para afastar-nos de erros gravíssimos, de atitudes infelizes, é altamente marcante, chegando ao ponto de o próprio Allan Kardec reanimar-se com tamanho poder de transformar as criaturas. Por isso, nós Espíritas, que já assimilamos a Doutrina dos Espíritos Superiores, temos muito a fazer com esta riqueza que temos em nossas mãos. Temos que trabalhar mais, fazer mais, atender mais, consolar mais. As próprias Casas Espíritas têm que abrir mais as suas portas. Não podem ficar dias e dias fechadas como temos observado aqui em nosso Estado. Elas têm que ser abertas diariamente, como um posto de socorro aos encarnados e desencarnados que estão em desespero. Palestras e passes podem  e devem ser realizados todos os dias. Quem precisa trabalhar de dia, pode colaborar à noite. Mas, e os que não precisam trabalhar ou os que já estão aposentados? Lamentavelmente, muitos Centros Espíritas limitam-se a uma ou duas reuniões públicas por semana. É um desperdício de espaço e de tempo. Quantas criaturas não são atendidas ou não são esclarecidas pela nossa negligência? Quantos crimes são cometidos contra si e contra os outros por pessoas que poderiam ter sido ajudadas pelo Espiritismo?


E os meios de comunicação? Por que os Espíritas são tão acanhados em divulgar o Espiritismo através do rádio e da televisão? Falta união entre nós Espíritas, principalmente aqui no Sul do Brasil, bem como desapego dos bens materiais, em especial dos recursos amoedados que teimamos em guardar e que nunca vamos usar... Ao retornarmos ao Mundo Maior, com as mãos praticamente vazias de boas obras, lamentaremos tardiamente o não emprego destes recursos em prol desta Doutrina altamente consoladora e esclarecedora. Então, passaremos um longo tempo meditando e preparando uma nova reencarnação, que demorará e, quem sabe, não tenhamos as mesmas condições anteriores, o que aumentará o nosso sofrimento.

Conta-nos o Espírito Hilário Silva que,  “Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado. Fazia frio. Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos. A pressão aumentava... Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa. Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby – a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada. O Professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:

                                      Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço. Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem  como a   sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas  de    esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso. Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital. Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia. Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo. Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano. Faltava ao trabalho, e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa. Minhas forças fugiam. Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. “Seria fácil, não sei nadar”, pensava. Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés. Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera. Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. A. Laurent”.
Estupefato, li a obra – O Livro dos Espíritos – ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.
Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O Livro dos Espíritos ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:
"Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. Joseph Perrier".
Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Conchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...”
(O Espírito da Verdade-Espírito Hilário Silva-Médius C. Xavier/W. Vieira)
Não se deve colocar a luz em baixo da mesa ou da cama. A luz tem como finalidade auxiliar as criaturas a encontrar os seus caminhos. Saberão escolher melhor, ter discernimento do por que estão passando por dificuldades, por que estão sofrendo.
Como que a Justiça Divina pode ser conciliada com a Bondade Divina, já que para muitas pessoas é difícil compatibilizar estas duas coisas, ou seja, quando a dor visita o indivíduo, que sempre foi bom, caridoso, cumpridor dos seus deveres e, que, pela lógica humana não mereceria padecer nenhuma das dificuldades que  o faça chorar está, infelizmente, permeado por elas.
Enfermo, desempregado, infeliz na afetividade, abandonado, traído, esquecido, enganado. Esta aparente contradição ataca as forças de uma pessoa. É a forma mais simples de dinamitar nelas a sua vontade de viver, fazendo-as padecer sem que elas saibam por quê.  Ou pelo menos sem que elas entendam.
Como que se pode ter um Deus tão bom, que deixa um filho aparentemente bom, passar tanto mal.
Daí, entendendo as leis do Universo, que nos fazem compreender o caminho e conciliar estas coisas, aparentemente inconciliáveis, isto é, Bondade de Deus com o sofrimento das criaturas. Aquela que estava no limite da rebeldia, de se tornar um malfeitor, um criminoso, um suicida, ao compreender isto se torna outra pessoa.
                                                               Curiosa Experiência
Relata o Espírito Humberto de Campos, que João Massena, Espírito extremamente dedicado aos enfermos, desde alguns anos após a  desencarnação, dirigia um grupo de companheiros em grande cidade, esmerando-se na plantação das ideias libertadoras do Espiritismo. Respeitado e querido, entre aqueles que lhe recebiam a generosidade, ampliava constantemente a própria área de ação. Invocado carinhosamente, aqui e ali, prestava serviços preciosos, angariando tesouros de cooperação e simpatia. Aplicava o Evangelho com raro senso de oportunidade, sustentava infelizes, protegia desesperados, em favor dos doentes, especializando-se, sobretudo, no socorro aos processos obsessivos. Massena apoiava o grupo de amigos encarnados e o grupo apoiava Massena, com tal segurança de entendimento e trabalho, que prodígios se realizavam constantemente.  As tarefas continuavam sempre animadoras, quando surgiu para João certo caso aflitivo. Jovem destinada a importantes edificações mediúnicas jazia em casa, trancada entre quatro paredes e vigiada por Espíritos impassíveis, interessados em cobrar-lhe algumas dívidas do passado culposo. Benfeitores da Vida Maior amparavam-na; entretanto, ela mesma se mostrava atraída para eles, os perseguidores que lhe tramavam a perda.
Prestigiado pelos Poderes Superiores, Massena estudou a melhor maneira de acordá-la para as responsabilidades de que se achava investida e percebeu que, para isso, bastaria aparecesse alguém capaz de lhe excitar a memória para o retorno ao equilíbrio, alguém que falasse a ela com respeito à fé raciocinada, à crença lógica, à imortalidade da alma e à vida espiritual.
A jovem, contudo, sob a provação  da riqueza amoedada, sofria a desvantagem de não precisar sair do estreito recinto doméstico e, à face disso, encontrava maior empeço para largar a si própria. A pouco e pouco, dominada por entidades vampirizadoras, entregou-se ao vício do álcool e, quase que  anulada que lhe foi a resistência, permitiu que essas mesmas criaturas perturbadas lhe assoprassem a sugestão de um crime a ser perpetrado na pessoa de um parente próximo. Conquanto reagisse, a pobrezinha estava quase cedendo à insanidade, à delinquência. João, aflito, reconheceu o estado de alarma. A moça, no entanto, não se ausentava de casa, não recebia visitas, não recorria a leituras e ignorava o poder da prece. Mentalmente intoxicada, tomava rumo sinistro, quando Massena descobriu algo. A infortunada menina gostava de televisão, que se lhe fizera o único meio de contacto com o mundo exterior. Por que não auxiliá-la através de semelhante recurso? O abnegado amigo espiritual pôs-se em campo e, repartindo apelos mentais, em setores diversos, conseguiu articular providências, até que um amigo lhe aceitou a inspiração e veio ao grupo com um projeto entusiástico. Esse “projeto entusiástico” não era outra coisa senão o interesse de Massena no salvamento da jovem. E o visitante, sob o influxo dele, fêz-se veemente no tranquilo cenáculo, convidando o conjunto a aproveitar uma oportunidade que obtivera em determinado canal. Conseguira vinte minutos para assunto Espírita numa TV  respeitável. O grupo representar-se-ia por alguns dos componentes mais categorizados daí a quatro dias – uma sexta-feira às dez da noite – para comentar ligeiros aspectos de mediunidade e Doutrina Espírita. O ofertante, após anotações de jubiloso otimismo, concluiu explicando que necessitava de ajustes urgentes. Queria, de imediato, o nome do companheiro decidido a falar, antes de atender a instruções de autoridades e estabelecer minudências.  Os nove companheiros, ali reunidos, não sintonizavam, porém, naquela onda de expectação fervorosa. Lara, o diretor de maior responsabilidade, ponderou:
- Ora! ora! O Espiritismo não precisa de televisão. Temos as nossas casas de ensino... Entretanto, coloco o assunto ao critério dos irmãos...
O recém chegado, expressando-se por si e pelo Benfeitor Espiritual que o envolvia em pensamentos de esperança, ripostou:
- Sem dúvida, o Templo Espírita é o lar da palavra doutrinária, mas isso não nos impede de comentar os princípios Espíritas, em benefício da Humanidade, seja no rádio ou na imprensa, na rua ou no salão. Se fôssemos falar a cerca do bem apenas nos institutos de fé religiosa, deixaríamos ao mal campo livre, terrivelmente livre...
O judicioso apontamento, contudo, não vingou. Delcides, comentarista  inteligente da equipe, aduziu:  - Sou contra. Eu não iria à televisão, de modo algum. Considero isso pura vaidade. Antônio Pinho, orador competente, anuiu: - De minha parte, não tenho coragem de me entregar a semelhante exibição...
Meira, verbo seguro e visão firme, comentou, seco: - Nem eu.
E os demais cinco ajuntaram: - Decididamente, ir à televisão falar de Espiritismo não está certo...
- Penso de igual modo. Quem quiser aprender Doutrina Espírita, venha às reuniões...
- Eu também não poderia concordar...
- Não sou de teatro...
- O assunto está fora de cogitação...
Encerrou-se o entendimento e o ofertante afastou-se, desapontado.
Curiosos, visitamos a jovem obsidiada, justamente na data para a qual Massena lhe previa o suspirado auxílio. Eram dez horas da noite, na sexta-feira referida, e fomos achá-la sentada à frente do vídeo.
Os minutos que seriam reservados aos comentários em torno do Espiritismo estavam sendo aplicados num festivo programa de exaltação ao uísque e, perplexos, fitamos o simpático sorriso da tele-atriz que convidava:
- Beba a nova marca! Uma delícia!... (Cartas e Crônicas-Espírito Humberto de Campos - Médium C. Xavier)