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segunda-feira, 28 de julho de 2014

         O PROGRAMA ESPÍRITA NO RÁDIO E A COLABORAÇÃO DOS ESPÍRITAS
                                                                           
                                                                             Por que tantas tragédias?
                                                                      Por que não vivemos em paz?

                                                               Por que há muita violência?

                                                        Por que temos problemas de doenças?

                                                 Por que uns nascem pobres e outros ricos?

                                          Por que muitas pessoas estão na miséria?

                                   Por que milhões de pessoas praticam o aborto?

                            Por que grande parte das pessoas são desonestas

                     Por que as pessoas ficam viciadas em drogas, sexo, bebidas?

              Por que coisas ruins e coisas boas ocorrem neste Mundo?

       Por que nada dá certo para mim ou por que sou infeliz?
Por que algumas crianças nascem com defeitos físicos e outras com deficiência mental?
E milhares de outros “porquês”.
O Espiritismo tem respostas para todos os problemas humanos. Basta que o estudemos.
O Espiritismo nos ajuda a compreender o porquê do sofrimento humano.
O Programa Espírita tem por objetivo colaborar com as pessoas, levando os conhecimentos que o Espiritismo propicia para que o maior número possível delas, que escutam rádio, pois o rádio atinge milhares de pessoas numa vasta região.
Em nosso Programa Espírita no rádio, fazemos comentários sobre todos os temas que envolvem o ser humano, a fim de mostrar a todos que a Doutrina Espírita veio à Terra por ordem do Ser Supremo e, já havia sido prevista por Jesus há dois mil anos, quando Ele falou, na última ceia, que não poderia ser mais claro, pois as pessoas não estavam preparadas intelectualmente para compreendê-Lo, mas que pediria ao Pai Supremo para enviar aos homens o Consolador, que explicaria o que Ele não pode explicar e que traria, também, novos conhecimentos.
E o Espiritismo está aí para ajudar a melhorar o Mundo. Existem inúmeros Centros Espíritas, baseados em Allan Kardec, espalhados por quase todas as cidades brasileiras e em outros países. Mas estes Centros Espíritas ainda são insuficientes, pois, milhões de pessoas desconhecem a Doutrina Espírita e a mensagem consoladora que ela traz por falta de uma maior divulgação dos seus postulados. Temos, então, que reunir recursos para a divulgação dos ensinos dos Espíritos Superiores através de, pelo menos, alguma emissora de rádio.
Precisamos da solidariedade das pessoas de Boa Vontade para este trabalho. Todos aqueles que já têm noção de que nada nos pertence, pois tudo pertence ao Senhor do Universo, facilmente entenderão que qualquer ajuda financeira contribuirá para que, a mensagem vinda do Alto, atinja a muitas pessoas e elas se transformem em criaturas melhores, mais honestas, mais trabalhadoras, mais respeitadoras, mais cumpridoras dos seus deveres. Esta será a nova Terra, regenerada e direcionada para tornar-se, mais adiante, um mundo feliz.
Certa vez perguntaram a Allan Kardec o que ele faria se tivesse bastante dinheiro, e ele respondeu que empregaria tudo na divulgação do Espiritismo.
Mais recentemente, o Espírito Emmanuel salientou o seguinte pensamento: 
"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade - a caridade da sua própria divulgação".
Jamais solucionaremos os problemas da violência, da criminalidade, da desonestidade, etc., com qualquer tipo de repressão, colocando um guarda em cada esquina, construindo mais presídios, eliminando os criminosos. Não. Só resolveremos toda esta problemática com a Educação Moral. E Jesus é o Mestre Incomparável, que ensina o Caminho da Verdadeira Vida. 
E a nossa existência é bem curtinha. Quando nos dermos conta, terminou. E agora? Sempre é bom lembrar do “choro e do ranger de dentes”. É a consequência das vidas dos egoístas, como a história do homem rico contada por Jesus, sendo que, no final, Deus lhe diz:
“Esta noite pedirão a tua alma, e o que amontoaste, de quem será?”
Por isso estamos empenhados em levar o Espiritismo através do rádio e da internet à milhões de pessoas que, indiscriminadamente, nas cidades e nos campos, muitas delas residentes em locais bastante afastados, para que recebam tais informações pelo rádio, um meio de comunicação que ainda é o mais comum, que está ao alcance de praticamente qualquer pessoa, de qualquer nível sócio-econômico.
Não podemos cruzar os braços e deixar tudo como está ou que piore ainda mais. Recebemos de Deus todos os talentos, ou seja, os recursos materiais e intelectuais para o nosso crescimento e o crescimento dos nossos irmãos, que estão na mesma estrada. Não podemos reclamar de um Mundo ruim se não movimentamos um músculo sequer para modificá-lo, para melhorá-lo.
Portanto, faz-se mister que, se já nos contamos entre os homens de Boa Vontade, levemos a nossa contribuição para alavancarmos a causa da Espiritualidade Maior. Se temos alguns recursos, eles nos foram emprestados para alguma causa nobre e não somente para nos deleitarmos, nos regalarmos, como o homem rico da parábola contada por Jesus. Temos que somar energias e recursos para transformarmos o nosso Mundo conturbado num Mundo de regeneração, como está previsto pela Espiritualidade. Contudo, a paz não virá por decreto divino, sem o nosso esforço individual e coletivo, pois Deus não faz mágicas. Ele, o Senhor Supremo, quer que nós construamos o nosso próprio Mundo Melhor, de Paz. É necessário que cada um faça uma pequena parte. Devemos contribuir com nossa parcela, não importa o tamanho dela. O que realmente importa é que o façamos com Amor. Não percamos mais esta oportunidade.
E aqueles que assim o fazem, experimentam imediatamente o sabor da felicidade, e uma alegria imensa os invade, pois, tudo isto vem do Alto, vem de Deus, para recompensar, já aqui mesmo, na Terra, todos os que fazem a Sua vontade, amparando os mais necessitados. E, além disto, jamais faltarão recursos para aquele que distribui a mancheias. Sim, quando entendemos qual é a vontade de Deus e colocamos em execução o que está ao nosso alcance para colaborar com Ele, nossos recursos se multiplicam e nunca escasseiam. Temos que nos entregar ao Pai de Infinito Amor.
Isto tudo é confiar no Supremo Senhor do Universo e entender que, sem Ele, nada seríamos, nada teríamos e nada faríamos.
Para aqueles que já se tornaram Espíritas de verdade, bastaria este pensamento do Dr. Bezerra de Menezes:
"Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos".
Luiz Alberto

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segunda-feira, 21 de julho de 2014

                                            SOBRE O "PAI NOSSO"

Quando o Espírito de Verdade disse a Allan Kardec que deveríamos amarmo-nos e instruirmo-nos, constante do Cap. VI de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (Paris, 1860), Ele advertia-nos da necessidade imperiosa de assim agirmos para a nossa transformação, de criaturas ignorantes das verdades eternas, para seres iluminados e conhecedores da Verdade que liberta, tomando posse do nosso quinhão divino e transformando o mundo num verdadeiro paraíso, onde reine a paz e a concórdia.
Todos os que já aceitamos o Espiritismo como a Terceira Revelação, com todo o seu conteúdo consolador e descortinador do Mundo Espiritual, informando-nos a nossa condição de Espíritos em evolução em direção ao Criador, revelando assim as Leis que regem o Universo, sendo, portanto, o Cristianismo Redivivo, trazido na sua simplicidade tal qual Jesus o legou à Humanidade, não podemos prescindir de mergulharmos nestes conhecimentos, com seriedade e como prioridade, a fim de que os assimilemos e os apliquemos em nossas vidas, espalhando-os a todos que estiverem em nosso caminho.
Assim, observamos que, por falta de dedicação ao conhecimento da Doutrina Espírita, são cometidos muitos equívocos por não tê-la estudado devidamente, ficando muitos somente na superficialidade, quase nada contribuindo para a sua efetiva divulgação e consequente transformação do planeta em que vivemos. Infelizmente, grande parte das pessoas que se dizem Espíritas não têm feito um aprofundamento maior da Doutrina, ocasionando a disseminação de crendices e deturpações que não fazem parte dos seus postulados. Vários autores espirituais e encarnados têm nos admoestado a cerca desta problemática. Todavia, como a leitura é pouca e o estudo quase nenhum, muitos seguem ignorando os conteúdos Espíritas que foram trazidos pelos Espíritos Superiores para que possamos inaugurar na Terra a Nova Era ou a fase da Regeneração.
Uma destas deturpações, por exemplo, embora pareça sem importância, é a "Oração Dominical" ou "Pai Nosso", ensinado por Jesus aos discípulos, numa sequência de ensinamentos relativos ao contato diário com o Criador, fonte absoluta de todas as coisas no Universo. Tenho visto pessoas e representantes de Entidades Espíritas nas chamadas Redes Sociais, como nas próprias Casas Espíritas, divulgarem um "Pai Nosso" adulterado por religiosos do passado e mantidos até hoje, num claro objetivo de desvirtuar o real sentido das palavras do Cristo. Por certo alguns dirão que estamos exagerando. Contudo, juntando isto com outras tantas deturpações, como livros orientais e livros de conteúdos totalmente fora da Codificação, tanto de autores encarnados como de desencarnados, percebemos tristes infiltrações na Doutrina Espírita que, lamentavelmente, primam por desvios de seus postulados e pelo desrespeito a Allan Kardec, que traçou suas diretrizes junto com a Espiritualidade Superior.
Por cerca de dezoito séculos os ensinos de Jesus foram deturpados, sendo os Evangelhos adulterados e interpolados. Agora, pessoas encarnadas e desencarnadas procuram fazer o mesmo com a Doutrina Espírita. Como disse, muitos Espíritas corajosos, cientes das nossas responsabilidades de divulgar uma doutrina consoladora e esclarecedora, vinda de Mais Alto, estão chamando a nossa atenção para trabalharmos pela sua pureza. Mas, se entendermos que tudo isso é bobagem, que já sabemos o suficiente, que está tudo bem assim, que não venhamos a lamentar quando a "casa cair". Sim, várias Casas Espíritas têm ido a baixo por não estudarem com seriedade as obras de Allan Kardec. Muitas só se preocupam em estudar livros complementares e até livros que nada tem a ver com os postulados básicos, traçados pelo Codificador. E os "cupins" continuam a corroer a estrutura. Lembram da advertência do Cristo, quando falou da casa construída sobre a areia? Ela é bem clara. Até hoje muitos preferem as ilusões e não querem conhecer a Verdade. E por isso sofrem. Os corpos que morrem, as coisas da Terra em geral que são destruídas ou levadas pelos ladrões, tudo isso causa sofrimento aos que não querem espiritualizar-se.
Não contentes em transformar as Casas Espíritas em igrejas, focadas em somente um dos três aspectos que a configuram, certos dirigentes portam-se como beatos, ou, então, adotam uniformes brancos, como se os trabalhadores Espíritas fossem atendentes hospitalares, além de fazerem uso de macas para tratamento de saúde, transformando os Centros Espíritas em espécies de Postos de Saúde, destoando de sua finalidade que é INSTRUIR E AMAR.
Isto apenas para citar algo que há muito tempo temos observado nos Centros Espíritas pelo país a fora. Em algumas destas Casas, filiadas à Federação Espírita, aqui no Rio Grande do Sul, em que ousamos lembrar o que realmente é o Espiritismo, tivemos como prêmio o desligamento sumário da lista de palestrantes.
Não podemos permitir, como ocorre em larga escala, uma certa condescendência para com as pequenas deturpações. Como diz o Dr. Ary Lex, essa condescendência é rotulada como tolerância cristã. Porém, as deturpações são como os cupins: vão corroendo sorrateiramente. Quando se dá pela coisa, a madeira já está podre. Assim agem as deturpações.
Tudo bem que católicos e evangélicos nada percebam das interpolações dos Evangelhos e do Pai Nosso. Isso é problema deles lá. Mas nós, Espíritas, aqui, que professamos uma religião com fé raciocinada, não podemos nos deixar ludibriar, aceitando tudo que colocam no papel, menosprezando a nossa inteligência.
Se já sabemos e estamos conscientes de que o Espiritismo é o Cristianismo Redivivo, com toda a sua pureza e simplicidade transmitida por Jesus, compete-nos seguir-lhe os passos, sem deturpar-lhe a obra. Por isso, não podemos deixar de meditar e buscar o que o Espírito de Verdade nos pede: INSTRUIRMO-NOS. E o Espiritismo é uma doutrina que tem de ser estudada, sob pena de nada entendermos e sermos pedra de tropeço, causando danos à obra.
Então, vejamos as diferenças entre a oração que Jesus ensinou das adulterações feitas pelos tais religiosos da igreja dominante, para, entre outras coisas, afastar das pessoas as ideias reencarnacionistas, mantendo-as na ignorância.
Conta-nos o Espírito Humberto de Campos, no livro Boa Nova, psicografado por Chico Xavier que, após ter explicado a Pedro e aos demais discípulos várias questões relativas à comunhão com Deus, e a pedido de um dos filhos de Alfeu (Tiago e Levi), "Jesus, elevando o seu Espírito magnânimo ao Pai Celestial e colocando o seu amor acima de todas as coisas, exclamou:
- "Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome." E, ponderando que a redenção da criatura nunca poderá efetuar sem a misericórdia do Criador, considerada a imensa bagagem das imperfeições humanas, continuou: - "Venha a nós o teu reino." Dando a entender que a vontade de Deus, amorosa e justa, deve cumprir-se em todas as circunstâncias, acrescentou: - "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céus." Esclarecendo que todas as possibilidades de saúde, trabalho e experiência chegam invariavelmente, para os homens, da fonte sagrada da proteção divina, prosseguiu: - "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje." Mostrando que as criaturas estão sempre sob a ação da lei de compensações e que cada um precisa desvencilhar-se das penosas algemas do passado obscuro pela exemplificação sublime do amor, acentuou: - "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores." Conhecedor, porém, das fragilidades humanas, para estabelecer o princípio da luta eterna dos cristãos contra o mal, terminou a sua oração, dizendo com infinita simplicidade: - "Não nos deixes cair em tentação e livra-nos de todo mal, porque teus são o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja."
Levi, o mais intelectual dos discípulos, tomou nota das sagradas palavras, para que a prece do Senhor fosse guardada em seus corações humildes e simples. A rogativa de Jesus continha, em síntese, todo o programa de esforço e edificação do Cristianismo nascente. Desde aquele dia memorável, a oração singela de Jesus se espalhou como um perfume dos céus pelo mundo inteiro." 
Luiz Alberto

                                                          Estranha Moral
                                          Cap. XXIII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo

"Se alguém vem a mim e não odeia a seu pai e a sua mãe, a sua mulher e a seus filhos, a seus irmãos e irmãs, mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." (Lucas, 14:25-27, 33)
"Aquele que houver deixado, pelo meu nome, sua casa, os seus irmãos, ou suas irmãs, ou seus filhos, ou suas terras, receberá o cêntuplo de tudo isso e terá por herança a vida eterna. (Mateus, 19:29)
"Disse a outro: Segue-me; e o outro respondeu: Senhor, consente que, primeiro, eu vá enterrar meu pai. Jesus retrucou: Deixa aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos; quanto a ti, vai anunciar o reino de Deus. (Lucas, 9:59-60)
"Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; e o homem terá por inimigos os de sua própria casa." (Mateus, 10:34-36)

Allan Kardec reuniu no Cap. XXIII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, vários pensamentos atribuídos à Jesus. Alguns chocaram as pessoas e até os próprios discípulos, uma vez que eram ideias novas para aqueles tempos, exigindo do Cristo maiores esplanações após o atendimento das multidões. Outras ideias que lhe atribuem, não se coadunam com a sua conduta e amor ao próximo. Como os Evangelhos foram escritos após sua morte, é bem provável que o fundo do seu pensamento não foi apreendido, ou, o que Ele havia expressado sofreu inúmeras alterações, ao passar de uma língua para outra.
- Odiar os pais - Este pensamento nada tem a ver com a conduta e o amor ao próximo apregoado por Jesus, sendo totalmente contrário ao espírito do que ensinou.
- Abandonar pai, mãe e filhos - Kardec lembra que, neste caso, antes de se discutir as palavras, Jesus quis dizer que "os interesses da vida futura prevalecem sobre todos os interesses e todas as considerações humanas", estando conforme a sua doutrina de amor ao próximo. Aqui mesmo na Terra as pessoas não partem para defender seus países, nos confrontos infelizes que ainda ocorrem, abandonando seus familiares? Os filhos não saem de casa para formar outras famílias? Por vários motivos as pessoas têm de afastar-se de casa. Nem por isso as afeições se rompem. Kardec enfatiza que este pensamento tinha por objetivo mostrar "quão imperioso é para a criatura o dever de ocupar-se com a vida futura."
- Deixar os mortos o cuidado de enterrar seus mortos - Kardec explica que este pensamento tem "um sentido profundo, que só o conhecimento mais completo da vida espiritual podia tornar perceptível." E até hoje muitas pessoas, como desconhecem ou estão esquecidos da vida espiritual, não compreendem esta ideia. Todos os dias vemos na TV, ouvimos no rádio, acompanhamos nas Redes Sociais, pessoas preocupadas com cadáveres, com funerais, sofrendo pela morte de seus afetos, como se esta vida material e passageira fosse a mais importante. Querem os restos mortais como se significassem alguma coisa. O corpo físico é como uma veste. Quando fica rota, ela não nos serve mais. Somos gratos a Deus pelo seu empréstimo, que foi valioso para o nosso progresso enquanto esteve animado. Quando o corpo perece, decompõe-se. Os átomos voltam à Natureza. O Espírito segue para a Pátria Espiritual, mais vivo do que nunca, mais pleno, sem as dificuldades que a vida física impõe aos habitantes do planeta. Aquele homem que disse a Jesus que, para seguí-lo, primeiro precisava enterrar seu pai, segundo Kardec, o que ele precisava aprender era: "Não te preocupes com o corpo, pensa antes no Espírito; vai ensinar o Reino de Deus; vai dizer aos homens que a pátria deles não é a Terra, mas o Céu, porquanto somente lá transcorre a verdadeira vida."
Ainda hoje as pessoas estão apegadas mais à matéria do que ao Espírito. É muito grande o culto aos mortos, aos cadáveres. É muito grande o sofrimento quando alguém parte para o Além. Tudo porque as pessoas estão esquecidas de que vieram de lá. Estão absorvidas pelo mundo das ilusões. Não têm orientação espiritual. Não são esclarecidas. Ainda predomina o obscurantismo em questões espirituais aqui na Terra. Por isso, todos os dias estamos assistindo nas mídias grupos de pessoas querendo "justiça", quando morrem seus afeiçoados em acidentes aéreos e terrestres, em incêndios ou qualquer outra tragédia que causa comoção. Elas não sabem lidar com a morte, faltando-lhes uma "Educação para a Morte", como ensinava o Professor Herculano Pires. Estes são os mortos que enterram seus mortos, pois, ainda não perceberam que o mais importante é o Espírito, que sobrevive a tudo. E continua amando aqueles que ficam na retaguarda.
- Não vim trazer a paz, mas a divisão - Aqui, segundo Allan Kardec, o significado é: "Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão  querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungí-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja  mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a Verdade."
"Toda ideia nova encontra oposição e nenhuma há que se implante sem lutas. Jesus vinha proclamar uma doutrina que solaparia pela base os abusos de que viviam os fariseus, os escribas e os sacerdotes do seu tempo. Imolaram-no, portanto, certos de que, matando o homem, matariam a ideia. Esta, porém, sobreviveu, porque era verdadeira; engrandeceu-se, porque correspondia aos desígnios de Deus..."
"Infelizmente, os adeptos da nova doutrina não se entenderam quanto à interpretação das palavras do Mestre, veladas, as mais das vezes, pela alegoria e pelas figuras da linguagem. Daí o nascerem, sem demora, numerosas seitas, pretendendo todas possuir, exclusivamente, a verdade e o não bastarem dezoito séculos para pô-las de acordo." Esqueceram o mais importante: caridade, fraternidade, amor ao próximo. As seitas mais fortes esmagaram as mais fracas, afogando-as em sangue, torturando-as e aniquilando-as nas fogueiras. Os cristãos, de perseguidos que eram, fizeram-se perseguidores. As cruzadas e demais guerras religiosas foram mais crueis e causaram mais vítimas do que as guerras políticas.
E Jesus nada tem a ver com isso. Nunca mandou maltratar ou matar alguém. Sempre afirmou que todos os homens são irmãos. Ensinou que amássemos uns aos outros, que perdoássemos os nossos inimigos, que fizéssemos o bem a quem nos perseguisse. E ainda advertiu que quem matasse pela espada, pela espada pereceria. Mas, a responsabilidade dos crimes não são dele. São dos homens, devido à sua inferioridade que caminha lentamente para a luz.

Conta o Espírito Humberto de Campos que, quando Jesus ensinou que "todos os homens que não estivessem decididos a colocar o Reino de Deus acima de pais, mães e irmãos terrestres, não podiam ser seus discípulos, Pedro, interpelando-o, disse:
- Mestre, como conciliar estas palavras tão duras com as vossas anteriores observações, relativamente aos laços sagrados entre os que se estimam?
Sem deixar transparecer nenhuma surpresa, Jesus esclareceu: - Simão, a minha palavra não determina que o homem quebre os elos santos de sua vida; antes exalta os que tiverem a verdadeira fé para colocar o poder de Deus acima de todas as coisas e de todos os seres da criação infinita. Não constitui o amor dos pais uma lembrança da bondade permanente de Deus? Não representa o afeto dos filhos um suave perfume do coração? Tenho dado aos meus discípulos o título de amigos, por ser o maior de todos. O Evangelho não pode condenar os laços de família, mas coloca acima deles o laço indestrutível da paternidade de Deus. O Reino do Céu no coração deve ser o tema central de nossa vida. Tudo mais é acessório. A família, no mundo, está igualmente subordinada aos imperativos dessa edificação. Já pensaste, Pedro, no supremo sacrifício de renunciar? Todos os homens sabem conservar, são raros os que sabem privar-se. Na construção do Reino de Deus, chega um instante de separação, que é necessário se saiba suportar com sincero desprendimento. E essa separação não é apenas a que se verifica pela morte do corpo, muitas vezes proveitosa e providencial, mas também a das posições estimáveis no mundo, a da família terrestre, a do viver nas paisagens queridas, ou, então, a de uma alma bem-amada que preferiu ficar, a distância, entre as flores venenosas de um dia!...
Ah! Simão, quão poucos sabem partir, por algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor ao Reino que é o tabernáculo da vida eterna! Quão poucos saberão suportar a calúnia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do Céu para que se afastem tranquilamente!... Como são raros os que sabem ceder e partir em silêncio, por amor ao Reino, esperando o instante em que Deus se pronuncia! Entretanto, Pedro, ninguém se edificará, sem conhecer essa vontade de Deus, no momento oportuno, compreendendo a sublimidade de seus desígnios. Por essa razão, os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar onde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do Céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do Espírito!..." (Boa Nova, psicografia de Chico Xavier)
Para o Espírito Públio, "abandonar pai e mãe, deixar filhos, não sepultar o corpo morto de um ente querido, amar mais a Deus do que aos seres queridos da Terra, preparar-se para a luta e o sofrimento, pois sua jornada levantaria a dor e a divisão, são conceitos que, na visão estreita da moral mesquinha e imediatista, ligada aos conceitos transitórios da matéria e das convenções sociais, representam uma agressão ao bom senso do mundo das ilusões. Um mundo que aceitou transformar-se em uma vitrine mentirosa, onde os valores mais profundos se vêem trocados pelo brilho das aparências enganadoras. Um mundo onde se pregam conceitos de religiosidade, mas se faz vista grossa para as desgraças morais. Onde governos falam de paz, produzindo armamentos, onde se censura a licenciosidade, mas se utiliza da nudez para vender produtos, onde se descobrem os males causados pelos vícios, mas se estimula o povo a mantê-los através de propagandas e publicidades. Um mundo onde todos querem ganhar mais trabalhando sempre menos, onde a alegria dos que possuem é se sentirem superiores aos despojados, onde as pessoas se tratam com base no que vestem, onde se disputam marcas e etiquetas pagando-se preços exorbitantes para desfilá-las como sinal de status social, enquanto pessoas famintas vasculham detritos para que não morram.
Estranha esta moral dos homens que produziram empresas para terem mais empregos e estão padecendo da falta de trabalho, que desenvolveram aparelhos e remédios para curar doenças e estão cada vez mais enfermos, que aperfeiçoam as cidades e se tornam mais cultos para se matarem mais cruelmente, tornando-se mais indiferentes uns aos outros. Diante de tais discrepâncias, a moral de Jesus, considerada estranha pelos homens de todos os tempos, está a dizer que, em verdade, muito estranhos são os próprios homens." (Relembrando a Verdade, psicografia de André L. Ruiz)