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sábado, 26 de março de 2011

Muitos os Chamados...






Muitos os Chamados, Poucos os Escolhidos

Cap. XVIII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec



Muito se Pedirá Àquele que Muito Recebeu

O servidor que souber da vontade de seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele queira o amo, será rudemente castigado. Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo, menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas  serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (Lucas, 12:47-48)


Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no Reino dos Céus

Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos, nesse dia, me dirão: Senhor! Senhor! Não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome? Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade.(Mateus, 7:21-23)


A Porta Estreita
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. Quão pequena é a porta da vida! Quão apertado o caminho que a ela conduz e quão poucos a encontram! (Mateus, 7:13-14)

Parábola do Festim de Bodas
O reino dos céus se assemelha a um rei que, querendo festejar as bodas de seu filho, despachou seus servos a chamar para as bodas os que tinham sido convidados; estes, porém, recusaram-se a ir. O rei despachou outros servos com ordem de dizer da sua parte aos convidados: preparei o meu jantar; mandei matar os meus bois e todos os meus cevados; tudo está pronto; vinde às bodas. Eles, porém, sem se incomodarem com isso, lá se foram, um para sua casa de campo, outro para o seu negócio. Os outros pegaram dos servos e os mataram, depois de lhes haverem feito muitos ultrajes. Sabendo disso, o rei tomou-se de cólera e, mandando contra eles os seus exércitos, exterminou os assassinos e lhes queimou a cidade. Então, disse a seus servos: O festim das bodas está inteiramente preparado; mas, os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos encontrardes. Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram à mesa. Entrou, em seguida, o rei para ver os que estavam à mesa e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial, disse-lhe: Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial? O homem guardou silêncio. Então, disse o rei à sua gente: atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores; aí haverá prantos e ranger de dentes, porquanto muitos há chamados, mas poucos escolhidos. (Mateus, 22:1-14)


Observa-se nestas passagens uma descrição terrível de Deus, tal como Moisés o apresentava ao povo naquele período de pouco desenvolvimento das ideias. Não se pode atribuir a Jesus tal apreciação, haja vista que Ele apresentou-nos Deus como o Pai de  Amor e Justiça, nunca como um ser vingativo, sanguinário, destruidor. Ao contrário, Jesus apresenta-nos um Pai que educa, que dá sempre novas oportunidades aos seus filhos, que foram criados para a perfeição, devendo passar por inúmeras experiências na matéria, até atingir a pureza estabelecida por este Ser que é a Inteligência Suprema do Universo. Nós, Espíritas, temos uma visão bem mais clara dos textos bíblicos, porque o Espiritismo é uma Doutrina que vem do Mundo Maior, dos Espíritos Superiores, isto é, de seres mais evoluídos do que nós, oferecendo-nos explicações bem mais racionais, bem mais condizentes com o nosso atual estágio evolutivo. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec, que teve como missão organizar as orientações destes Seres Elevados, faz os devidos esclarecimentos sobre a parábola, como vemos abaixo:

Explica-nos Allan Kardec que Jesus compara o Reino dos Céus, onde tudo é alegria e ventura, a um festim. Falando dos primeiros convidados, alude aos hebreus, que foram os primeiros chamados por Deus ao conhecimento da sua Lei. Os enviados do rei são os profetas que os vinham exortar a seguir a trilha da verdadeira felicidade; suas palavras, porém, quase não eram escutadas; suas advertências eram desprezadas; muitos foram mesmo massacrados, como os servos da parábola. Os convidados que se escusam, pretextando terem de ir cuidar de seus campos e de seus negócios, simbolizam as pessoas mundanas que, absorvidas pelas coisas terrenas, se conservam indiferentes às coisas celestes.
Era crença comum aos judeus de então que a nação deles tinha de alcançar supremacia sobre todas as outras. Deus, com efeito, não prometera a Abraão que a sua posteridade cobriria toda a Terra? Mas, como sempre, atendo-se à forma, sem atentarem ao fundo, eles acreditavam tratar-se de uma dominação efetiva e material.
Antes da vinda do Cristo, com exceção dos hebreus, todos os povos eram idólatras e politeístas. Se alguns homens superiores ao vulgo conceberam a ideia da unidade de Deus, essa ideia permaneceu no estado de sistema pessoal, em parte nenhuma foi aceita como verdade fundamental, a não ser por alguns iniciados que ocultavam seus conhecimentos sob um véu de mistério, impenetrável para as massas populares. Os hebreus foram os primeiros a praticar publicamente o monoteísmo; é a eles que Deus transmite a sua lei, primeiramente por via de Moisés, depois por intermédio de Jesus. Foi daquele pequenino foco que partiu a luz destinada a espargir-se pelo mundo inteiro, a triunfar do paganismo e a dar a Abraão uma posteridade espiritual “tão numerosa quanto as estrelas do firmamento”. Entretanto, abandonando de todo a idolatria, os judeus desprezaram a lei moral, para se aferrarem ao mais fácil: a prática do culto exterior. O mal chegara ao cúmulo; a nação, além de escravizada, era esfacelada pelas facções e dividida em seitas; a incredulidade atingira mesmo o santuário. Foi então que apareceu Jesus, enviado para os chamar à observância da Lei e para lhes rasgar os horizontes novos da vida futura. Dos primeiros a ser convidados para o grande banquete da fé universal, eles repeliram a palavra do Messias celeste e o imolaram. Perderam, assim, o fruto que teriam colhido da iniciativa que lhes coubera.
Fora, contudo, injusto acusar-se o povo inteiro de tal estado de coisas. A responsabilidade tocava principalmente aos fariseus e saduceus, que sacrificaram a nação por efeito do orgulho e do fanatismo de uns e pela incredulidade dos outros. São, pois, eles, sobretudo, que Jesus identifica nos convidados que recusam comparecer ao festim das bodas. Depois, acrescenta: “Vendo isso, o Senhor mandou convidar a todos os que fossem encontrados nas encruzilhadas, bons ou maus”. Queria dizer, desse modo, que a palavra ia ser pregada a todos os outros povos, pagãos e idólatras, e, estes, acolhendo-a, seriam admitidos ao festim, em lugar dos primeiros convidados.
Mas, não basta a ninguém ser convidado; não basta dizer-se cristão, nem sentar-se à mesa para tomar parte no banquete celestial. É preciso, antes de tudo e sob condição expressa, estar revestido da túnica nupcial, isto é, ter puro o coração e cumprir a lei segundo o Espírito. Ora, a Lei toda se contém nestas palavras: Fora da caridade não há salvação”. Entre todos, porém, que ouvem a palavra divina, quão poucos são os que a guardam e a aplicam proveitosamente! Quão poucos se tornam dignos de entrar no Reino dos Céus! Eis por que disse Jesus: Chamados haverá muitos;  poucos, no entanto, serão os escolhidos.

Por que poucas pessoas são receptivas ao convite de Deus?
Vinicius, no livro Na Escola do Mestre, diz-nos que esta parábola só pode ser entendida pelos adeptos do Espiritismo, porque as demais religiões rejeitam a ação do Plano Espiritual, encastelando-se dentro dos seus dogmas, impedindo que a luz das revelações penetre seus entendimentos e corações. O banquete é a comunhão entre o Céu e a Terra. Os fenômenos Espíritas constituem o convite. O Espiritismo chama a atenção dos intelectuais para a fenomenologia astral, dizendo que tais fenômenos devem ser estudados com cuidado a fim de prevenir distúrbios e perturbações espirituais. Mas, os homens da elite continuam rejeitando o convite... Mas o banquete continua, o salão está cheio... É preciso que todos venham a saber que o Mundo Espiritual influi sobre o material. Pelo amor ou pela dor, tal é a determinação do Criador, dando a cada um de acordo com as suas obras. O rei constata que um convidado está sem a túnica... É o que estamos vendo na esfera da mediunidade. Quanta gente sem escrúpulos serve-se dela para explorá-la, para fins inconfessáveis? Por isso, também, muitos os chamados e poucos os escolhidos.
O Espiritismo não criou os Espíritos, nem a mediunidade, nem a comunhão entre os dois planos da vida – o terreno e o astral, de vez que tudo isso sempre existiu. A Terceira Revelação observa, estuda e aponta os fatos que se relacionam com os problemas espirituais; proclama a imortalidade da alma, não como simples teoria, mas como verdade incontestável porque demonstrada. Sua finalidade primordial não é curar as enfermidades do corpo, mas sim as do Espírito.
Portanto, fazemos ponto dirigindo o seguinte apelo aos homens da elite:
Senhores médicos: Os Espíritos não pretendem usurpar-vos o campo da medicina terrena. Continuai medicando os vossos doentes, estudando a causa da enfermidade, procurando, como é de vosso dever, minorar as dores físicas da humanidade. No entanto, ousamos afirmar que, no desempenho do vosso sagrado mister, muito mais e melhor fareis quando evoluirdes da escola materialista para a espiritualista. Os Espíritos do Senhor jamais serão vossos concorrentes. Podeis, antes, contar com o seu auxílio e com a graça do Senhor desde que vos façais merecedores.
Senhores beletristas: Prossegui em vosso labor intelectual embelezando a palavra, acepilhando as frases, elevando sempre mais alto a magia do verbo. Os Espíritos de Luz não concorrerão convosco fazendo sombra à vossa glória e ao vosso mérito. Antes encontrareis nas regiões luminosas do Além a fonte perene das mais belas inspirações.
Senhores sacerdotes: Permanecei em vossos postos anunciando o reino dos céus; porém, ao fazê-lo, erguei os vossos olhos e elevai as vossas aspirações acima do reino da Terra. Lembrai-vos de que é preciso exemplificar, pois, a geração atual já pensa, medita  e julga, e não os deuses particularistas que cumulam de bênçãos estes e proscrevem e condenam aqueles. Anunciai o Pai Nosso, isto é, o Pai da humildade, sem restrições nem privilégios odiosos; o Pai que coloca todos os seus filhos em perfeita igualdade de direitos e de deveres. Os Espíritos não se imiscuirão em vossa seara senão para vos despertar a razão e a consciência no que respeita à imortalidade da alma e à consequente responsabilidade que a acompanhará onde quer que ela esteja.
Tempo é Riqueza

As horas da vida se adiantam e mais e mais o ponteiro do relógio demonstra a sua incapacidade de regredir aos tempos sossegados de um passado que parecia mais tranquilo. Cada hora é bênção de ação na trajetória do ser que, dentre as inúmeras virtudes que possui em seu interior, menospreza a capacidade de realizar que detém, reclamando por melhores condições de vida material. Tempo que falta para as realizações da renúncia, mas que é abundante no tempo que se desperdiça nas lamentações. Seu passar imperceptível surpreende os adormecidos que, na sucessão dos meses na folhinha e exclamam, aterrados: - Puxa vida! Já está chegando o fim do ano...! As bênçãos do tempo futuro seguem esperando para serem colhidas nos atos dos que as possam aproveitar para realizar o bem no caminho do mundo, como a terra fértil à espera da semente valiosa.


As bênçãos perdidas no tempo passado são a expressão triste da terra improdutiva, a cobrarem o tributo das ervas daninhas abundantes e desafiadoras na sua rusticidade e vigor, em um ambiente que lhes favorece o crescimento natural.

Olhar o campo que temos pela frente pelo prisma da fecundidade ou do abandono estimulará o coração atento a decidir qual será a melhor medida para a aplicação de suas horas, sempre na condição daquele que tem a possibilidade de fazer as coisas de maneira a espalhar, na seara do tempo, as sementes das boas obras ou daquele que deixa mofar no celeiro de suas boas ideias nunca colocadas a serviço  da realização concreta.

Conhecedores da realidade do Espírito, não nos cabe mais dilapidar um patrimônio que pertence a Deus, como o mau servo da parábola que, amedrontado, enterrou a moeda recebida por medo do Senhor rigoroso.

O momento presente pede ação no Bem, acima de todas as coisas. Mais do que as necessidades de sobrevivência cada vez mais avassaladoras e insensatas, a tirarem do equilíbrio os corações vulneráveis e frágeis de criaturas ansiosas e cheias de desejos, o tempo presente requisita daqueles que crêem nos supremos artigos espirituais, abnegação, renúncia e efetivo trabalho no devotamento â causa do Verdadeiro Amor.

Os preguiçosos encontrarão o salário da enfermidade moral ou física a cuidar de seu estado íntimo. Os agentes da ambição encontrarão o pagamento das frustrações e dos embates com outros ambiciosos mais violentos e agressivos.

Os cantadores do prazer se defrontarão com o esgotamento das próprias forças, nas confusões de seus sentimentos e nos dramas afetivos convertidos em tragédias pessoais.

Os competidores contumazes acabarão atirados às derrotas fragorosas que os reconduzirão ao bom senso.

Os trabalhadores do Bem encontrarão o trabalho e o campo por semear, nas formas de construírem o equilíbrio que os outros precisarão, no momento de sua derrocada inexorável.

Entender qual é o melhor trajeto é decisão da maturidade do Espírito. Aquilo que escolhemos demonstra a quantidade de luzes que albergamos em nossa alma. Aquilo que construímos dá notícia da quantidade das virtudes divinas que aceitamos realizar em nós. 
(Da Terra para o Céu-Públio-H.Campos-A.L.Ruiz)

Rocha ou Areia

Referindo-se, certa vez, ao aproveitamento de suas lições, Jesus comparou a pessoa que procurava praticá-las a um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Posteriormente, vieram as chuvas torrenciais e ventanias, e ela permaneceu de pé, pois, assentava suas bases sobre terreno firme. Quanto àquela que, conhecendo seus ensinamentos, não buscava aplicá-los em sua vida pessoal, comparou-o ao indivíduo insensato que constrói sobre a areia sua residência, que desaba quando sobrevém a tempestade. A comparação é de absoluta clareza, mostrando que conduta cristã é questão de vivência e não de aparência. O Mestre conhecia perfeitamente a natureza humana, sabendo, por isso, ser comum o fato de os crentes, embora conhecendo as diretrizes da religião para o nosso comportamento, imaginarem ser dispensável a sua aplicação, que poderia ser substituída por práticas exteriores, inexpressivas sob o ponto de vista moral. Tal expediente, utilizado há milênios, recebe, habitualmente, a aprovação das organizações religiosas e seus representantes, mas, é inútil ante as leis divinas, que nos exigem mudanças reais em termos de sentimento e discernimento no trato com nossos semelhantes. Religião de superfície, sem influência no dia-a-dia de seu portador, é construção erguida no terreno movediço da ilusão e do egoísmo, sendo, pois, incapaz de resistir aos momentos difíceis, que sempre chegam, não sendo raro nessas ocasiões vermos aquele que a adota desesperar-se e até renegar sua fé. Por outro lado, não se deve interpretar ventania e enxurrada apenas no sentido de dores e perdas, mas, igualmente, como pressões para o estabelecimento de compromissos negativos em troca de vantagens imediatas que, uma vez aceitos, acarretam o desabamento da “casa” moral, com graves prejuízos para o seu morador. Foi isso, aliás, e, infelizmente, o que ocorreu com o Cristianismo, ao tornar-se um movimento de massa, alcançando extraordinária expressão numérica, mas descaracterizando-se a ponto de associar-se intimamente com a política humana, adotando seus métodos infelizes. Todos quantos nos beneficiamos do conhecimento Espírita, temos redobrada responsabilidade nesse particular, dado o nosso acesso maior às lições da Boa Nova, cuja significação e beleza os conceitos Espíritas nos permitem apreciar ainda mais. Devemos lembrar, por fim, que os Orientadores Espirituais, embora a compreensão que demonstram quanto às nossas dificuldades e fraquezas, e o tom fraterno de que, invariavelmente se utilizam em suas mensagens, são absolutamente claros e incisivos a esse respeito, concitando-nos a evitar a areia, individual e coletiva, da hipocrisia e do artificialismo, buscando sempre a rocha do bem exemplificado pelo Mestre.(Danilo Villela-Enfoques Doutrinários)


domingo, 20 de março de 2011

O DR. BEZERRA DE MENEZES, QUE CONTINUA A POSTOS ORIENTANDO-NOS E AJUDANDO-NOS, INCANSAVELMENTE, ENVIOU, ATRAVÉS DO MÉDIUM DIVALDO FRANCO, EM 13/11/2010, EM LOS ANGELES, UMA MENSAGEM ATUALÍSSIMA SOBRE O QUE ESTÁ ACONTECENDO, ACONTECERIA E ACONTECEU NESTES ÚLTIMOS MESES.
VEJAM COM OS "PRÓPRIOS OLHOS".
                             

"Meus filhos:
Que Jesus nos abençoe
A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado. Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.
Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.
Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura...
Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.
Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.
As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.
Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.
Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.
Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.
Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.
As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas.
Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.
O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.
Dai-vos as mãos!
Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados. Que, quaisquer pontos de objeção tornem‑se secundários diante das metas a alcançar.
Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus...
Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.
Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.
Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.
Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.
Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.
Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra."


segunda-feira, 7 de março de 2011

Fora da Caridade Não Há Salvação

Fora da Caridade Não Há SalvaçãoCap. XV E.S.E.
Há dois mil anos, o Mestre Incomparável advertiu a Humanidade:
“Quando o filho do homem vier... então, colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda... Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: vinde, benditos de meu Pai... Porquanto, tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; careci de teto e me hospedastes; estive nu e me vestistes; achei-me doente e me visitastes; estive preso e fostes me ver. (Mateus, 25:31 a 46) Veja o texto completo no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV.
Então, um doutor da Lei, perguntou-lhe: - Mestre, que é preciso para possuir a vida eterna?
Jesus: - Que é que está escrito na Lei? 
O doutor da Lei respondeu: - Amarás o Senhor teu Deus... e o teu próximo  como a ti mesmo”.
Jesus:  - Respondeste muito bem; faze isso e viverás”.
E o doutor pergunta-lhe:  - “Quem é o meu próximo?”
Jesus:  - “Um homem que descia de Jerusalém para Jericó, caiu em poder de ladrões... um sacerdote o viu e passou adiante. Um levita, tendo o observado, também foi adiante. Mas, um samaritano, vendo-o, tocou-se de compaixão, aproximou-se, tratou-o, colocou-o em seu cavalo e o levou para uma hospedaria e pediu ao dono que o cuidasse, dando-lhe dinheiro e, que, na volta cobriria as demais despesas...”
Qual desses três te parece ter sido o próximo daquele que fora assaltado?
Doutor da Lei:  - Aquele que usou de misericórdia para com ele.
Jesus:  - Então, vai e faze o mesmo.
(Lucas, 10:25 a 37) Veja o texto completo no Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
Tende cuidado para que alguém não vos seduza; - porque muitos virão em meu nome, dizendo: "Eu sou o Cristo", e seduzirão a muitos.
Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas; - e porque abundará a iniquidade, a caridade de muitos esfriará. - Mas aquele que perseverar até o fim se salvará.
Então, se alguém vos disser: O Cristo está aqui, ou está ali, não acrediteis absolutamente; - porquanto falsos Cristos e falsos profetas se levantarão que farão grandes prodígios e coisas de espantar, ao ponto de seduzirem, se fosse possível, os próprios escolhidos. (MATEUS, cap. XXIV, vv. 4, 5, 11 a 13, 23, e 24; MARCOS, cap. XIII, vv. 5, 6, 21 e 22.)

Na questão 886, do Livro dos Espíritos, Allan Kardec indaga dos Espíritos Superiores, qual seria o verdadeiro sentido da palavra “caridade”, como a entendia Jesus.  E eles responderam que seria “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições  alheias, perdão das ofensas”.
E o próprio Kardec complementa: “A caridade, segundo Jesus, não está restrita à esmola. Ela abrange todas as relações que temos com nossos semelhantes, quer sejam nossos inferiores, nossos iguais ou nossos superiores. Ela nos ordena a indulgência porque nós mesmos temos necessidade dela. Proíbe-nos humilhar o infortúnio, contrariamente ao que se pratica muito frequentemente. Se uma pessoa rica se apresenta, tem-se por ela mil atenções, mil amabilidades; se é pobre, parece não haver mais necessidade de se incomodar com ela. Quanto mais sua posição seja lastimável, mais se deve respeitar antes de aumentar seu sofrimento pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura realçar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a distância entre ambos”.
Na questão 888, do Livro dos Espíritos, Kardec aborda a questão da “esmola” e, o Espírito Vicente de Paulo, diz-lhe: A esmola degrada física e moralmente o homem, o embrutece. O homem de Bem, que compreende a caridade segundo Jesus, vai ao encontro do desgraçado sem esperar que ele venha...”
Provérbios Chineses
Mesmo que tenhas dez mil  plantações, só podes comer uma tigela de arroz por dia.
Ainda que a tua casa tenha mil quartos, nem de 2m² precisas para passar a noite.
Quem abre o coração à ambição, fecha-o à tranquilidade.
Albert Schweitzer: “Aquele a quem o sofrimento pessoal é poupado, deve sentir-se chamado a diminuir o sofrimento dos outros”.


Banco da Providência
Muitas pessoas guardam dinheiro para o futuro, sendo que o dinheiro acumulado jamais será usado. Ao partir  daqui, deixa para seus herdeiros que, muitas vezes, travam batalhas terríveis pela posse dos seus pertences. E o que partiu assiste, do outro lado, muitas vezes desapontado, o interesse material de seus parentes encarnados, que ele próprio colaborou na formação e na orientação, tendo vivido somente para acumular, para ter... Esquecem-se muitos que, todos os bens, frutos do trabalho ou de herança, não nos pertencem. Apenas somos seus usufrutuários, administradores temporários, devendo deixá-los aqui quando regressarmos ao Mundo Espiritual.
Sugere-nos, então, Simonetti,  no livro Abaixo a Depressão, que invistamos no Banco da Providência, pois, os investimentos nos bancos do mundo não rendem valores espirituais, mas, no Banco Divino, rendem dividendos para a Vida Eterna, habilitando-nos, ao retornarmos para lá, a estada em hotel cinco estrelas. 
Para tanto, deveremos investir em obras voltadas para o Bem, como a construção e manutenção de Centros Espíritas, programas Espíritas em rádio e tv, além de instituições transparentes, como creches, orfanatos, albergues e asilos, tanto em espécie, contribuindo mensalmente, quanto em serviço, tornando-nos voluntários.
Assim fazendo, não ficaremos ao relento no Mundo Espiritual.
Ser bonzinho é fácil, difícil é ser justo
No livro Rindo e Refletindo com Chico Xavier,  volume 2, Richard Simonetti  mostra-nos o pensamento do grande médium quanto à justiça e à bondade: - Ser bonzinho é fácil, difíciL é ser justo.
E dá-nos maiores  explicações, a partir do seguinte fato:  Uma mulher pobre, com um filho nos braços e outro grudado na saia, bate à porta. Compadecemo-nos e lhe  damos uns trocados. Ela se acostuma. Periodicamente vem solicitar-nos socorro.  Damos-lhe algo, bondosamente.  Bondade capenga... Que vá embora logo... Que não nos incomode... Estaremos exercitando a Justiça?   Não.
Justo seria conversar com ela, definir suas carências, anotar seu endereço, visitá-la...
E se for viciada em viver de favores?  Estaremos alimentando sua indolência.
Se for realmente necessitada, poderemos encaminhá-la para alguma instituição, orientá-la.
Segundo Jesus, fazer justiça e exercitar a verdadeira beneficência, é o empenho de nos colocarmos no lugar do outro, sentindo suas limitações e necessidades, dando-lhe apoio efetivo, além da simples esmola.
Estaremos exercitando a Justiça sem bondade, quando defendemos:
- Bandido tem que apodrecer na cadeia! - Pena de morte! - Polícia tem que atirar para matar!
- Se um facínora desses agir assim com filho meu, acabo com ele!
Esta é a justiça de Moisés.  Cheira a vingança e foi superada por Jesus:
“Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus”.
A grande maioria dos criminosos é de extrema carência cultural e espiritual, levando-os a apelar para a delinquência a fim de resolver seus problemas... e funestas consequências.

Por falta de bondade temperada de justiça, com aquela mãe que batia à nossa porta, seus filhos, por falta de orientação e amparo, poderão converter-se nos criminosos que nos agredirão, causando-nos indignação...
E, Simonetti conclui que falhamos duas vezes:
- Ontem:  fomos bonzinhos com a pobre mãe, esquecendo a justiça.
- Hoje: queremos os rigores da justiça para seus filhos, esquecendo a bondade.
A Maior  Dádiva
Na assembleia luzida do Templo de Jerusalém, os descendentes do povo escolhido exibiam generosidade invulgar à frente da preciosa arca de contribuições públicas. Todos traziam algum tributo de consideração ao Santo dos Santos, cada qual mostrando a liberalidade da fé. Vestes de linho e valiosas peles, enfeites dourados e aromas indefiníveis impunham, ali, deliciosas impressões aos sentidos. Os fariseus, sobretudo, demonstravam apurado zelo no culto externo, destacando-se pela beleza das túnicas e pelos ricos presentes ao santuário.  Jesus e alguns discípulos, de passagem,  acompanhavam as manifestações populares, com justificado interesse.  E Judas, entre eles, empolgado pelo volume das oferendas, abeirava-se do cofre aberto, seguindo os menores movimentos dos doadores, com a cobiça flamejante no olhar.  A certa altura, aproximou-se do Messias e informou-o:
- Mestre: Jeroboão, o negociante de tapetes, entregou vinte peças de ouro!
- Abençoado seja Jeroboão – acentuou Jesus, sereno – porque conseguiu renunciar a excesso apreciável, evitando talvez pesados desgostos. O dinheiro demasiado, quando não se escora no serviço aos semelhantes, é perigoso tirano da alma.
O discípulo voltou ao posto de observação, com indisfarçável desapontamento, mas, decorridos alguns instantes, reapareceu, notificando:
- Zacarias, o velho perfumista, sentindo-se enfermo e no fim dos seus dias, trouxe cem peças!...
- Bem-aventurado seja ele – disse o Cristo, em tom significativo – mais vale confiar a fortuna aos movimentos da fé que legá-la a parentes ambiciosos e ingratos... Zacarias prestou incalculável benefício a ele mesmo.
Judas tornou, de moto próprio, à fiscalização para comunicar, logo após, ao grupo Galileu:
- A viúva de Cam, o mercador de cavalos, que faleceu recentemente, acaba de entregar todo o dinheiro que recebeu dos romanos pela venda  de grande partida de animais.  E, baixando a voz, completava, cauteloso, o apontamento:  - Dizem por aí que alguns centuriões planejavam roubar-lhe os bens...
Jesus sorriu e considerou:  - Muitos recursos amontoados sem proveito provocam as sugestões do mal. Feliz dela que soube preservar-se contra os malfeitores.
O aprendiz curioso regressou à posição e retornou, loquaz:  - Mestre, Efraim, o levita de Cesareia, entregou duzentas moedas! Duzentas!...
- Bem-aventurado seja Efraim – falou o Amigo Divino, sem afetação – é grande virtude saber dar  o que sobra, em meio de tantos avarentos que se rejubilam à mesa, olvidando os infelizes que não dispõem de uma côdea de pão!...
Nesse instante, penetrou o Templo uma viúva paupérrima, a julgar pela simplicidade com que se apresentava. Diante do sorriso sarcástico de Judas, o Senhor acompanhou-a, de perto, no que foi seguido pelos demais companheiros.
A mulher humilde orou e apresentou duas moedinhas ao fausto religioso do santuário célebre. Muitos circunstantes riram-se, irônicos, mas Jesus apressou-se a esclarecer:
- Em verdade, esta pobre viúva deu mais que todos os poderosos aqui reunidos, porquanto não vacilou em confiar ao Templo quanto possuía para o sustento próprio.
A observação caridosa e bela congelou a crítica reinante.  Pouco a pouco, o recinto enorme tornou à calma. Israelitas nobres e sem nome abandonaram, rumorosamente, o domicílio da fé.
Jesus e os apóstolos foram os derradeiros na retirada. Quando se dispunham a deixar a enorme sala vazia, eis que uma escrava de rosto avelhentado e passos vacilantes surgiu no limiar para atender à limpeza. Movimenta-se em  minutos rápidos. Aqui, recolhe flores esmagadas, além, absorve em panos úmidos os detritos deixados por enfermos descuidados. Tem um sorriso nos lábios e a paciência no olhar, brunindo o piso em silêncio,  para que o ar se purificasse na sublime residência da Lei.
Pedro, agora a sós com o Messias, ainda impressionado com as lições recebidas, ousou interrogar:
- Senhor, foi então a viúva pobre a maior doadora no Templo de nosso Pai?
- Realmente – elucidou Jesus, em tom fraterno – a viúva deu muitíssimo, porque, enquanto os grandes senhores aqui testemunharam a própria vaidade, com inteligência, desfazendo-se de bens que só lhes constituíam embaraço à tranquilidade futura, ela entregou ao Todo-poderoso aquilo que significava alimento para o próprio corpo...
Em seguida a leve pausa, apontou com o indicador a serva anônima que se incumbia da limpeza sacrificial e concluiu:
- A maior benfeitora para Deus, aqui, no entanto, ainda não é a viúva humilde que se desfez do pão de um momento... É aquela mulher dobrada de trabalho, frágil e macilenta, que está fornecendo à grandeza do Templo o seu próprio suor. (Pontos e Contos, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier)

É Teu Irmão
O casal, com uma filhinha, residia num sítio no interior de São Paulo. Certo dia, enquanto o marido trabalhava na lavoura de café, a mulher, que buscava plantas medicinais na beira do rio, escorregou com a criança no colo, desaparecendo nas águas. O homem, desesperado, tentou o suicídio, mas foi socorrido a tempo e sobreviveu. Não voltou mais para o sítio, saindo como andarilho, experimentando estranhas convulsões, não permanecendo nos empregos...
Um dia o ex-sitiante esteve no Albergue Noturno do Centro Espírita Amor e Caridade, em Bauru. O funcionário encarregado de orientar e confortar os albergados notou que o homem apresentava uma aparência muito estranha, e foi conversar com ele:  - Sou um desgraçado... minha existência está perdida... Não quero continuar no mundo... Então, o atendente Espírita falou-lhe que era um erro pensar assim e mostrou-lhe magnífico desenho mediúnico de Jesus, que há no refeitório, pedindo-lhe para confiar no Mestre Supremo. E o homem, possuído de novo ânimo, disse: - O senhor tem razão... É um pecado desesperar-se assim, quando Jesus, que tanto sofreu, nunca perdeu a coragem. É que somos fracos... Muito obrigado por suas palavras. Deus o abençoe pelo conforto que me proporcionou. Jesus há de ajudar-me a encontrar um caminho...

E Richard Simonetti comenta:  Naturalmente fazia parte do quadro de suas provações a perda da esposa e da filha... Mas, faltando-lhe no momento crucial a confiança plena nos desígnios divinos, perdeu o controle de si mesmo e tentou o suicídio. Deus não nos sujeita a sofrimentos superiores às nossas forças. Estejamos certos que programamos  atribulações que chegarão no tempo certo, por motivo de resgate e de progresso. Então, testemunharemos nossa confiança no Pai Celeste, a certeza da imortalidade e a convicção nos postulados da 3ª Revelação.

E, aquele homem, onde estará agora?
Bem, no dia seguinte deixou o Albergue e talvez fosse o visitante humilde que nos solicitou uma refeição, quando trancamos a porta, dizendo-lhe não ter sobras...
É possível que fosse a figura solitária e triste que desejava uma informação na via pública, quando apressamos o passo e fingimos ignorá-lo...
Quem sabe fosse o infeliz de pernas trôpegas que caiu pesadamente à nossa frente, quando nos desviamos, sem cogitar socorrê-lo...
Julgando apressadamente, justificávamos a própria omissão, proclamando:
- Ora, é um vagabundo!... É um malandro!... É um alcoólatra!...
E Jesus, em quem ele disse confiar?
Jesus de quem esperava amparo?
Jesus que era a sua esperança?

Jesus era aquela voz que, no íntimo de nosso coração, suplicava:
- Atende-o!  É teu irmão!             (Para Viver a Grande Mensagem-Richard Simonetti)