Páginas

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Estudo do Espiritismo na Universidade


Recebi esta notícia muito interessante sobre a criação da primeira Faculdade de Teologia Espírita do Brasil e, acredito, do Mundo.
É interessante porque é mais uma forma de a Doutrina Espírita ser estudada e de ser divulgada. Não me refiro ao título de bacharelado, que reputo como secundário, porém, ao estudo sério de uma Doutrina importantíssima que é considerada por todos aqueles que se aprofundaram em seus conhecimentos, a Terceira Revelação Divina.
Embora não necessitemos arcar com custos nos Centros Espíritas para estudarmos e ministrarmos o Espiritismo, onde qualquer pessoa tem acesso gratuito garantido, a Faculdade que ministrará estes mesmos conhecimentos, pelo menos exigirá frequência obrigatória para seus matriculados, como também aferirá se realmente tais disciplinas estão sendo levadas a sério através da realização de testes e trabalhos em cada semestre.
Nos Centros Espíritas, diferentemente, não se cobra nada. A liberdade é imensa e, tão grande, que as pessoas, em boa parte, tanto os neófitos como os chamados "dirigentes" e "facilitadores", não levam a sério, com muitas faltas, com muitas férias, pouquíssimas horas mensais, chegando ao absurdo de ficarem sem estudar de dezembro a abril, conforme tenho acompanhado aqui na Grande Porto Alegre. É impossível algum aprendizado dessa maneira. Por isso, constatamos, com imenso pesar, o despreparo de muitas pessoas que se dizem Espíritas, que possuem apenas conhecimentos muito rudimentares sobre a Doutrina, frequentando e colaborando nas Casas Espíritas por muitos anos, assumindo, pasmem, a direção da Casa, e, contudo, quando chega a época das provações e dos reais testes evolutivos, reagem como se fossem qualquer outro seguidor das religiões tradicionais, sem o devido preparo, pois, não têm os conhecimentos e as informações consoladoras do Espiritismo, apresentando queixas e reclamações, dando um tremendo mau exemplo de seguidor da Religião Espírita, aquela que mais prepara o ser humano para a vida física e espiritual. São cegos conduzindo outros cegos, como diz Jesus.
Sabemos que a Natureza não dá saltos, todavia, não estamos na Terra para fazermos turismo ou para levarmos na flauta, sendo displicentes, sem dar atenção ao pedido do Espírito de Verdade, quando diz no cap. VI do Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec: "Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo." Temos que buscar assimilar o quanto antes as claridades dos conhecimentos que o Consolador nos traz, aproveitando o nosso tempo, lembrando a advertência do Cristo, quando diz: "andai enquanto tendes luz".
 
 
Criado o primeiro curso superior de Teologia Espírita
 
 
Começa a funcionar no ano que vem o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. O estudo da Doutrina dos Espíritos, codificada pelo educador e pesquisador francês Allan Kardec (1804-1869) há um século e meio, não será mais exclusividade dos Centros Espíritas espalhados pelo País. A partir do ano que vem os adeptos da doutrina poderão estudá-la, com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar em setembro o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR). A idéia do curso é formar não só bacharéis, mas também pesquisadores do Espiritismo, diz Maury Rodrigues da Cruz, presidente da Sociedade Brasileira de Espiritismo  e idealizador do curso de quatro anos.
 As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar também por uma entrevista com especialistas. É uma forma de avaliarmos melhor os interessados,  assegurando o ingresso de pessoas realmente comprometidas com a pesquisa, explica Cruz.
 As bases da Doutrina são a crença num Deus Único, criador de todo o Universo, e na imortalidade do espírito, que evolui sempre, por meio de várias encarnações. Um dos objetivos do curso é a análise do Espiritismo em suas linhas religiosa, filosófica e científica.
 A existência da alma, sua sobrevivência ao transe da morte e os fenômenos mediúnicos compõem um universo ainda pouco estudado nas rodas acadêmicas.
É preciso dar massa crítica e espírito investigativo à obra de Kardec, analisa Cruz. Nicete Bruno, Espírita desde a juventude, aprova a criação da universidade. No âmbito coletivo, o estudo dos fundamentos Espíritas contribuirá para desmistificar muitos aspectos do Espiritismo. E quem se habilitar a fazer a faculdade com certeza ganhará muito em autoconhecimento, afirma a atriz.
O Espiritismo surgiu na França no século XIX e tem no Brasil hoje sua maior comunidade. Segundo o último censo do IBGE são 2,34 milhões de adeptos. Como estima-se que os Espíritas assumidos em todo o planeta não passem de 15 milhões, pode-se dizer que o Brasil é o país do Espiritismo. Foi também em solo brasileiro que viveu Francisco Cândido Xavier (1910-2002), considerado o mais produtivo médium Espírita. Em sua longa vida, Chico Xavier, como era conhecido, psicografou 418 títulos sob inspiração do espírito Emmanuel. Seus livros correram o mundo e chegaram ao volume de 25 milhões de exemplares vendidos.
 Não pensem os mais afoitos, no entanto, que a escola é uma versão brasileira de Hogwarts, a escola de formação de bruxos dos livros e filmes de Harry Potter, personagem criado pela britânica J.K.Rowling. 
 A essa turma, o criador do curso Maury da Cruz manda um recado: Não vamos formar bruxos, videntes ou médiuns, muito menos ensinar a ver fantasmas, brinca ele.
A idéia fundamental é a conscientização de ser e de  viver:
como, por quê e para quê.
AGORA, A CRÍTICA
CURSO SUPERIOR DE ESPIRITISMO???? PARA QUÊ????
Permitam-me expressar minha opinião, embora possam não concordar.
Não é necessário um curso superior de Espiritismo, nem pósgraduação stricto sensu, pois pelo que observamos já temos PhDeus em número suficiente no movimento espírita.
Formiga, LCD
Teologia Espírita desvirtua finalidades do Espiritismo
Afinal, para quê criar Teólogos Espíritas?  Será preciso, ainda, reconceituar o Espiritismo no Brasil?  Perigo do profissionalismo e mercantilização do Espiritismo.
Gerson Simões Monteiro
Vice-Presidente da FUNTARSO
Operadora da Rádio Rio de Janeiro
E-mail:
gerson@radioriodejaneiro.am.br
Tomamos conhecimento que começa a funcionar, no ano que vem, o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. A partir do ano que vem, os adeptos da doutrina poderão estudá-la com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar, em setembro, o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR).
As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar,também, por uma entrevista com especialistas.
POSIÇÃO DA USEERJ (ATUAL CEERJ) EM 2002
Sobre essa questão, desde 17 de dezembro de 2002, a USEERJ, hoje CEERJ, enviou uma correspondência ao Movimento Espírita, deixando bem clara a posição da sua diretoria contra o Ensino Teológico Espírita no Brasil.
No primeiro parágrafo da referida carta, destacamos a seguinte expressão de Emmanuel, coligida do livro Coletânea do Além – Dicionário da Alma, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, “A Teologia, na maior parte das vezes, é o museu do Evangelho”.
Para fundamentar a nossa posição, contrária à criação do referido Curso, destacamos, também, as seguintes considerações do Benfeitor Espiritual Emmanuel na página “Espiritismo e Nós”, publicada no Livro da Esperança:
Todas as religiões cultivam rigoroso sentido de Seita, mantendo a segregação dos profitentes. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da solidariedade.
Contudo, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, abraçarmos aventuras e distorções, em torno do ensino espírita, ainda mesmo quando inocentes e piedosas na conta da fraternidade, levantaremos novas inquisições do fanatismo e da violência contra nós mesmos (…).
Todas as religiões garantem retiros e internatos, organizações e hierarquias para a formação de orientadores condicionados, que lhes exponham as instruções, segundo o controle que lhes parece conveniente.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do esclarecimento livre (…).
Todas as religiões, de um modo ou de outro, alimentam representantes e ministérios remunerados. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da assistência gratuita.
No entanto, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, fugirmos de agir, viver e aprender à custa do esforço próprio, incentivando tarefeiros pagos e cooperações financiadas cairemos, sem perceber, nas sombras do profissionalismo religioso.

A PROPOSTA DO CURSO AO MEC
A Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – SBEE, originalmente denominada Agrupamento Espírita Afonso Penna, com sede na Rua 29 de Junho nº 504, em Curitiba, PR, é uma instituição filantrópica e beneficente criada em 1953, reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal, tendo como proposta a criação de uma massa crítica na interpretação e divulgação do Espiritismo sob uma nova visão à luz da Ciência, Filosofia e Religião, a teor das informações inseridas no seu site virtual.
Sob a ótica dessa proposta, a entidade pleiteou e conseguiu junto ao Ministério da Educação a autorização para implementar o primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita no Brasil, a ser ministrado por estabelecimento educacional então criado, qual seja a Faculdade Dr. Leocádio José Correia, manutendida pelo Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, braço assistencial da Sociedade em questão.
Debalde a autorização ministerial para o funcionamento do curso em comento datar de setembro de 2002, já em agosto do mesmo ano, portanto um mês antes, a Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas editou Proposta da Portaria nº 2501 (30.08.2002) instrumentalizando as ações e diretrizes cursivas, com curriculum pleno, especialização do corpo docente abrangendo ética, sociologia, antropologia, transdisciplinaridade, filosofia, estudos das religiões etc., número de vagas, duração, inscrições e outras instruções, além da compulsória grade com as disciplinas por período e carga horária.
ANÁLISE DA PROPOSTA
A Proposta básica do Curso de Bacharelado em Teologia Espírita, como apresentada pela SBEE, é a de possibilitar o estudo sistemático e acadêmico, da Doutrina dos Espíritos, no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil.
Ora, reconceituar no sentido etimológico da palavra, quer significar conceituar novamente, isto é, formar novo conceito, nova classificação, nova consideração etc. Assim, a proposta da SBEE, na estrita observância do vocábulo, visa dar novo conceito ao Espiritismo no Brasil, o que será possível – ainda segundo o entendimento da entidade – graças à experiência de coordenadores de grupos que vêm estudando os fundamentos da Doutrina dos Espíritos há quase 50 anos.
A empreitada proposta pelo Curso ora autorizado é temerária e imprudente, na medida em que a Doutrina Espírita, por Verdade Eterna advinda da Nova Revelação, não admite novos conceitos senão aqueles que nos chegaram através da Espiritualidade Superior, ou interpretações outras que não aquelas fundamentadas pelo Codificador, Allan Kardec, no pentateuco espírita, coletânea fruto do intercâmbio com o Mundo Maior.
Falar-se assim em reconceituar o Espiritismo é, na pior das hipóteses, considerar que tudo aquilo que aprendemos, sentimos e aplicamos no tríplice aspecto da Revelação – ciência, filosofia e religião – se encontra ultrapassado e desatualizado merecendo, pois, ser repensado, reescrito e reestudado.
Esquece-se, porém, a SBEE que os ensinamentos doutrinários, base do Espiritismo, não se encontram assentados sobre dogmas ou pontos irreversíveis que fazem hoje grande número de incrédulos; ao contrário, a verdade espírita solidificou-se e perpetuou-se sobre a fé raciocinada, que se apóia sobre fatos e lógica, não deixando atrás de si qualquer obscuridade (ESE, Cap. XIX, item 7).
Assim, sob os aspectos de conveniência e oportunidade, não vê a União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro – USEERJ qualquer alcance prático, pedagógico ou esclarecedor quanto à temática cursiva ora proposta. Ao contrário, esse tipo de tentativa pedagógica, que se lastreia basicamente na idéia de reconceituar o Espiritismo, pode levar a uma indesejável desvirtuação dos verdadeiros objetivos da Doutrina Espírita que, como Cristianismo Redivivo (Cristianismo do Cristo), deve se pautar pela mais absoluta pureza da verdade evangélica, ou seja, a prática doutrinária não pode e nem deve romper a simplicidade recomendada por Jesus de “dar de graça o que de graça recebemos”.
Muito embora o aspecto religioso da Doutrina Espírita tenha, de fato, um conteúdo teológico, o seu ensino no tríplice aspecto – ciência, filosofia e religião -, não deve ser objeto de profissionalização, pois que o estudo acadêmico implica necessariamente em remuneração pecuniária, o que levaria o Espiritismo a incorrer no mesmo erro cometido pelas religiões formalistas. Em tal caso, o Espiritismo, em seu aspecto religioso, passaria a formar com essas religiões mais uma escola teológica a nível acadêmico, o que resultaria no estabelecimento de hierarquias no campo doutrinário, a exemplo do que aconteceu com tais religiões, as quais, por isso, perderam conteúdo ao se afastarem da verdade contida no Cristianismo, conforme nos ensina o Espírito da Verdade (ESE, Cap. VI, item 5):
“No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”.
Destarte, devemos ter em mente, sempre, a lição de Emmanuel que, pela pena do Irmão-Amor Francisco Cândido Xavier, nos ensinou que:
“Todas as religiões são credoras de profundo respeito e de imensa gratidão pelos serviços que prestam à Humanidade.
Nós, porém, os espiritas encarnados e desencarnados, não podemos esquecer que somos chamados a reviver o Cristianismo puro, a fim de que as leis do Bem Eterno funcionem na responsabilidade de cada consciência”.
Entendemos que a re-conceituação do Espiritismo, como proposta pela Faculdade Dr. Leocádio José Correia, é quimera semântica que objetiva simplesmente arregimentar curiosos a um curso regular em que se apreciará os aspectos teológicos da religião espírita.
Como o apóstolo Paulo asseverou em sua primeira carta aos Tessalonicences: examinai tudo e retende o bem, é necessário que cada um de nós, individualmente, analise, investigue e critique a presente Proposta para verificar se essa se enquadra às necessidades de aperfeiçoamento do Espiritismo e dos seus seguidores, porquanto, o verdadeiro Espírita, conhecido através de características pessoais, abstém-se formalmente do profissionalismo religioso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS CONTRÁRIAS A CRIAÇÃO DO CURSO
O Espiritismo, doutrina consoladora, lança luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideradamente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessiva e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-las sair das sombras (…) Se, pois, os Espíritos não dizem ainda tudo ostensivamente, não é porque haja na doutrina mistérios reservados a privilegiados, nem que coloquem a candeia sob o alqueire, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo oportuno (ESE, Cap. XXIV, item 7)
Assim qualquer reconceituação do Espiritismo, na acepção ampla do vocábulo, deverá chegar-nos no momento e tempo certos, pela via da Espiritualidade Superior. Só ela, mercê de Deus, é fonte apta a tal instrução, se assim for julgado necessário.


 

Um comentário:

  1. Acho importante um curso superior de Teologia Espírita, tal curso pode atrair pessoas de outras crenças e dar credibilidade a Doutrina.

    ResponderExcluir