Não
Separeis o que Deus juntou
Cap. XXII, O Evangelho Segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec
Questões 939 e 940, O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec
Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem e lhe disseram:
Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele
respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou
macho e fêmea e disse: - Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se
ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? – Assim, já não
serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.
Mas, por que então retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse
à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? – Jesus respondeu: Foi por
causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas
mulheres; mas, no começo não foi assim. Por isso eu vos declaro que aquele que
despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete
adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete
adultério. (Mateus, 19:3-9)
Diz Allan Kardec que “o
divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato,
está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois apenas reforma o que os homens
hão feito e só é aplicável nos casos em
que não se levou em conta a lei divina. Mas, nem mesmo Jesus consagrou a
indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu
despedísseis vossas mulheres”? Isso significa que, já ao tempo de Moisés,
não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia
tornar-se necessária. Acrescenta, porém: “no princípio, não foi assim”, isto é,
na origem da Humanidade, quando os homens ainda não estavam pervertidos pelo
egoísmo e pelo orgulho e viviam segundo a lei de Deus, as uniões, derivando da
simpatia, e não da vaidade ou da ambição, nenhum ensejo davam ao repúdio. Vai
mais longe: especifica o caso em que pode dar-se o repúdio, o de adultério.
Ora, não existe adultério onde reina sincera afeição recíproca. É verdade que
ele proíbe ao homem desposar a mulher repudiada; mas, cumpre se tenham em vista
os costumes e o caráter dos homens daquela época. A lei mosaica, neste caso,
prescrevia a lapidação. Querendo abolir um uso bárbaro, precisou de uma
penalidade que o substituísse e a encontrou no opróbrio que adviria da
proibição de um segundo casamento. Era, de certo modo, uma lei civil
substituída por outra lei civil, mas que, como todas as leis dessa natureza,
tinha de passar pela prova do tempo.
Na questão 695, de O Livro dos Espíritos,
Kardec indaga aos Espíritos Superiores se a união permanente de dois seres
seria contrária à Lei Natural. E ouviu deles a seguinte resposta:
"Não. A união de dois seres é um
progresso na marcha da Humanidade."
E, na questão 701, acrescentam: "Na
poligamia nada mais há que sensualidade."
Na questão 697, Kardec pergunta se a
indissolubilidade do casamento pertence a Lei de Deus ou se é apenas uma lei
humana. Os Espíritos Superiores responderam:
"A indissolubilidade do casamento é
uma lei humana muito contrária a lei natural."
Uniões Antipáticas
Em O Livro dos Espíritos, questão 939, Kardec indaga: (...) Como é, além disso, que a mais viva afeição
de dois seres pode mudar-se em antipatia e mesmo em ódio?
(...) Duas espécies há de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com
frequência tomar-se uma pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma
é duradoura; efêmera do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam
amar-se com eterno amor passam a odiar-se, desde que a ilusão se desfaça.
O Professor e Médium Raul Teixeira
aborda a questão do casamento por uma ótica interessante:
“Quando se encontram casais que estão juntos há
anos, a primeira pergunta que surge é: Como
vocês conseguem?
Na verdade, do jeito que as coisas andam, em que os casais se separam
com a mesma rapidez com que se unem, é um pouco intrigante se encontrar esses que
permanecem juntos, ano após ano. Um homem teve a oportunidade de escrever a
respeito, detalhando a sua experiência de homem casado, há 30 anos, com a mesma
mulher. Diz ele que o segredo do casamento não é a harmonia eterna. Existem os
desentendimentos, as rusgas. A solução é ponderar, se acalmar e partir de novo
com a mesma mulher. O segredo, diz ainda, é renovar o casamento e não procurar
um casamento novo. Isso exige alguns cuidados, esquecidos no dia-a-dia do
casal. De tempos a tempos é preciso voltar a namorar, a cortejar. Fazer uma
nova lua-de-mel, sem os filhos para exigirem atenção. Olhar para o outro como
um pretendente em potencial. Sair para dançar, para olhar a lua e as estrelas. O
que acontece quando a pessoa se divorcia e casa de novo? O mundo muda, o marido
muda, o bairro, os amigos. Tudo muda. Então, não é preciso se divorciar. Basta
mudar. Convenhamos que ninguém aguenta a mesma mulher, o mesmo marido por 30
anos, com a mesma roupa, o mesmo batom, o mesmo papo. Bastam alguns detalhes
para tudo ficar diferente. Troque os móveis da casa. Se não puder comprar
novos, então troque os antigos de lugar. Redecore a sua casa. Modifique o
ambiente. Plante flores diferentes no jardim. Troque o guarda-roupa, o corte de
cabelo, a cor do batom, a maquiagem. Quem se divorcia, normalmente perde peso,
em pouco tempo. Verifique se você está acima do peso e decida-se a perder o
excesso. Renove-se. Encante o outro, de novo. Reconquiste-o. Não mantenha
somente os mesmos amigos. Conquiste outros. Permita-se conhecer novas pessoas. Saiam
com outros casais. Mas também a sós. Reaprendam o prazer de conversar, de
sussurrar segredos um no ouvido do outro. De rir de pequenas tolices. De tomar
sorvete na mesma taça. Partilhar uma pizza. Lambuzarem-se comendo uma fruta da
estação. Não realize sempre os mesmos programas, toda quarta, todo domingo.
Inove. Surpreenda. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se,
interessar-se por coisas que jamais teria pensado fazer no início do casamento.
No trabalho, para crescer profissionalmente, se faz isso. Por que não no
casamento, na própria família? Tudo isso quer dizer: descubra o novo homem ou a
nova mulher que vive ao seu lado. Em vez de sair por aí, tentando descobrir um
novo e interessante par, olhe para o lado e case de novo... com o mesmo
cônjuge. A melhor estratégia para o casamento não é manter uma relação estável,
sempre igual, mas saber mudar junto. É aprender a importante lição de como
crescer e evoluir unidos, apesar das desavenças, dos pequenos desacertos. Tenha
certeza de que seus filhos respeitarão sua decisão de se casar de novo... com o
mesmo par.
O Espírito André Luiz diz-nos que "a Doutrina
Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e
entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos
anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da
reencarnação.
Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou
tangidos pelas experiências da evolução, ambos portando necessidades e débitos,
combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união
esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.
Reincorporados, porém, na veste física, se deixam
embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou
pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade
matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia
como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.
Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento
como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é
preciso evitar.
Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade
individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.
Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no
balanço do espírito devedor. Isso, geralmente, porque um dos cônjuges, sócio na
firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica
somam deveres iguais.
Quanto ao divórcio, somos de parecer que não deva ser facilitado ou
estimulado entre os homens,
porque não existem na Terra uniões conjugais, legalizadas ou não,
sem vínculos graves no princípio da responsabilidade assumida em comum.
Mal saídos do regime poligâmico, os homens e as mulheres sofrem-lhe
ainda as sugestões animalizantes e, por isso mesmo, nas primeiras dificuldades
da tarefa a que foram chamados, costumam desertar-se dos postos de serviço em
que a vida os situa, alegando imaginárias incompatibilidades e supostos
embaraços, quase sempre atribuíveis ao desregrado narcisismo de que são
portadores”. (Espírito André Luiz-Evolução em Dois Mundos)
“Imprescindível que, antes da
atitude definitiva para o divórcio, tudo se envide em prol da reconciliação,
ainda mais considerando quanto os filhos, que merecem que os pais se imponham
em uma união respeitável, de cujo esforço muito dependerá a felicidade deles.
Na dissolução dos vínculos matrimoniais, o que padeça a prole, será
considerado responsabilidade dos genitores, que se somassem esforço, poderiam ter
contribuído com proficiência, através da renúncia pessoal, para a vida dos
filhos”. (Espírito Joanna de Angelis-Após a
Tempestade)
“Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na
vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento
difícil que faceará na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira
de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à
vista de erros perpetrados em outras épocas.
A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em
muitos casos será talvez amanhã, a mulher transformada, capaz de impor-nos
dificuldades enormes. No entanto, essa mesma jovem foi, no passado, vítima de
nós mesmos, quando lhe infringimos os golpes de nossa própria deslealdade,
convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora relevar e
retificar. O rapaz distinto que atrai presentemente a companheira para os laços
da comunhão mais profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel
e desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de
aflições. Esse mesmo rapaz, porém, foi no pretérito a vítima dele próprio,
quando desregrado ou caprichoso, lhes desfigurou, o caráter, metamorfoseando-o
no homem vicioso ou fingido que lhe compete tolerar e reeducar”. (Espírito Emmanuel-Vida e Sexo)
Ensina
o Professor Herculano Pires que "entre os interesses que podem influir na
determinação do casamento figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos
estranhos ao amor e por isso mesmo de natureza efêmera. Em casos dessa
natureza, como em vários outros, a separação se torna inevitável e o divórcio
aparece então como a lei civil que serve de remédio à separação dos casais,
permitindo aos pares frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com
outros cônjuges. (...) Mas quando o lar se formou com base no amor as decepções
que podem surgir têm o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e
perdoar. As dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta
que cada cônjuge se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo
acontece com o artista na realização de sua obra. O ideal está sempre acima do
real. Mas o verdadeiro artista sabe disso e procura superar a sua frustração
pelo esforço constante de aperfeiçoamento. O cultivo do amor é como o cultivo
da arte. E quem romper um casamento de amor, por simples intolerância, não
encontrará mais remédio para a sua solidão”.
Martins
Peralva sugere a seguinte classificação dos casamentos:
Acidentais: Encontro
de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea, sem qualquer
ascendente espiritual.
Provacionais: Reencontro
de almas, para reajustes necessários para a evolução de ambos.
Sacrificiais: Reencontro
de alma iluminada com alma inferiorizada, com objetivo de redimi-la.
Afins: Reencontro
de corações amigos, para consolidação de afetos.
Transcendentes: Almas
engrandecidas no Bem e que se buscam para realizações imortais.
Evidentemente, o instituto do
matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido
no mesmo teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação
de laços de pura afinidade espiritual, e, noutros casos, em sua maioria,
como instrumento de reajuste. Algumas vezes
o lar é um santuário, um templo, onde as almas engrandecidas pela
legítima compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado. Em sua maioria, porém, os lares são cadinhos
purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos,
Espíritos frágeis caminham, vagarosamente, na direção do Mais Alto.
Nos casamentos acidentais teremos aquelas
pessoas que, defrontando-se um dia, se
vêem, se conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem
qualquer ascendente espiritual. Funcionou,
apenas, o livre arbítrio, uma vez que por ele construímos cotidianamente
o nosso destino. Num mundo como o nosso, tais casamentos são comuns. Nem laços
de simpatia, nem de desagrado. Simplesmente
almas que se encontraram, na confluência do caminho, e que, perante as
leis humanas, uniram apenas os corpos. Esses casamentos podem determinar o
início de futuros encontros, noutras reencarnações.
Quanto aos provacionais, em que duas almas
se reencontram em processo de reajustamento,
necessário ao crescimento espiritual, esses são os mais frequentes. A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma
dúvida, a esse desiderato. Por isso
existem tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde
os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias. Deus uniu-os, através das leis do
Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, fosse
por eles exercida nas lutas comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a
tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves
amortecedores. O Espiritismo, pela soma de
conhecimentos que espalha, tem sido meio eficiente para que muitos
lares, construídos na base da provação, se reajustem e se consolidem, dando,
assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem. O Espírita esclarecido sabe que somente ele pagará as suas próprias dívidas.
Nenhum amigo espiritual modificará o curso
das leis divinas, embora lhe seja possível estender os braços generosos
aos que se curvam ante o peso de duras provas, entre as quatro silenciosas
paredes de um lar. O espírita esclarecido, homem ou mulher, aprende a
renunciar, a benefício de sua paz e do seu reajuste. E o faz, ainda, porque tem a inabalável certeza de que, se fugir hoje ao
resgate, voltará, amanhã, na companhia daquele ou daquela de quem
procura, agora, afastar-se. A humildade, especialmente, tem um poder
extraordinário de harmonização dos lares,
convertendo-os, dentro da relatividade que assinala todas as manifestações da vida humana, em legítimos
santuários onde o destino dos filhos possa plasmar-se nas
exemplificações edificantes.
Agora, os casamentos sacrificiais. Esses
reúnem almas possuidoras de virtude e sentimentos opostos. É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se
propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional. Como a própria palavra indica, é casamento de
sacrifício, para um dos cônjuges. E o sacrificado tanto pode ser a
mulher como o homem. Não há regra para isso. Temos
visto senhoras delicadíssimas, ternas e virtuosas, que se casam com
homens ásperos e grosseirões, de sentimentos abjetos, do mesmo modo que existem homens, que são verdadeiras jóias de
bondade e compreensão, consorciados com mulheres de sentimentos
inferiorizados. A isso se dá, com inteira
propriedade, a denominação de casamentos sacrificiais. Quem ama não pode ser feliz se deixou na
retaguarda, torturado e sofrendo, o objeto de sua afeição. Volta, então, e, na qualidade de esposo ou
esposa, recebe o viajor retardado, a fim de, com o seu carinho e com a sua luz,
estimular-lhe a caminhada. É o
vanguardeiro, compassivo, que renuncia aos júbilos cabíveis ao vencedor,
e retorna à retaguarda de sofrimento para ajudar e servir. O casamento sacrificial é, pois, em resumo,
aquele em que um dos cônjuges se
caracteriza pela elevação espiritual, e o outro pela condição evolutiva
deficitária. O mais elevado concorda sempre em amparar o desajustado. Assim sendo, a mulher ou o homem que escolhe
companhia menos elevada deve “levar a cruz ao calvário”, como se diz
geralmente, porque, sem dúvida, se comprometeu na Espiritualidade a ser o
cireneu de todas as horas. O recuo, no caso, seria deserção a compromisso
assumido. Mais uma vez se evidencia o valor do Evangelho nos lares, como em
toda a parte, funcionando à maneira de
estimulante da harmonia e construtor do entendimento.
Os casamentos denominados afins, no sentido superior, são os que reúnem almas
esclarecidas e que muito se amam. São
Espíritos que, pelo matrimônio, no doce reduto do lar, consolidam velhos
laços de afeição.
Por fim, temos os casamentos que denominamos de transcendentes. São constituídos por almas engrandecidas no amor
fraterno e que se reencontram, no plano físico, para as grandes
realizações de interesse geral. A vida desses
casais encerra uma finalidade superior. O ideal do Bem enche-lhes as
horas e os minutos. O anseio do Belo
repleta-lhes as almas de doce ventura, pairando, acima de quaisquer
vulgaridades terrestres, acima do campo das emoções inferiores, o amor puro e
santo. Todos nós passamos, ou passaremos ainda, segundo for o caso, por toda essa sequência de casamentos: acidentais,
provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um
novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo
transcendental ou da afinidade superior. Enquanto
não atingirmos tal situação, o Senhor, pelo seu Evangelho, irá enchendo
de paz a nossa vida. E o Espiritismo, abençoada Doutrina, repletará os nossos
dias das mais sacrossantas esperanças...
Conta uma lenda árabe que um
homem saíra pelo mundo à procura de sua eleita. Trinta anos depois, sem
conseguir o seu intento, velho e cansado, retornou à terra natal. Um amigo o
admoestou: "Então, tu viajaste trinta anos em vão! Afinal, não encontraste
a mulher perfeita! Ele respondeu-lhe:
"Tu te enganas, meu amigo. Eu a encontrei, sim, mas ela também estava à
procura de um homem perfeito..."