“O Livro dos
Espíritos”, um livro de 156 anos
Neste mês de abril
de 2013 estamos a comemorar os 156 anos do lançamento, em Paris, de “O Livro
dos Espíritos”, de Allan Kardec, inaugurando no mundo a Era Espírita ou Era do
Espírito. Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador, do Paracleto ou Espírito
da Verdade. Sua primeira edição data de 18 de abril de 1857.
A radiomundoespirita.com , num grande esforço de divulgação do Consolador
prometido por Jesus , distribui "O Livro dos Espíritos", gratuitamente, para
todos aqueles que querem conhecer a Doutrina dos Espíritos Superiores,
bastando somente solicitar pelos meios de contato deste site.
prometido por Jesus , distribui "O Livro dos Espíritos", gratuitamente, para
todos aqueles que querem conhecer a Doutrina dos Espíritos Superiores,
bastando somente solicitar pelos meios de contato deste site.
Segundo
o Professor J. Herculano Pires, “O Livro dos
Espíritos” é o código de uma nova fase da evolução humana. E é exatamente essa
a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode
ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever
é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente. Sobre este livro
se ergue todo um edifício: o da Doutrina Espírita. Ele é a pedra fundamental do
Espiritismo, o seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se
propagou. Com ele se impôs e consolidou no mundo. Antes deste livro não havia
Espiritismo, e nem mesmo esta palavra existia. Falava-se em Espiritualismo e
Neo-espiritualismo, de maneira geral, vaga e nebulosa. Os fatos Espíritas, que
sempre existiram, eram interpretados das mais diversas maneiras. Mas, depois
que Kardec o lançou à publicidade, contendo os princípios da Doutrina Espírita,
uma nova luz brilhou nos horizontes mentais do mundo.
Há
uma sequência histórica que não podemos esquecer, ao tomarmos este livro nas
mãos. Quando o mundo se preparava para sair do caos das civilizações
primitivas, apareceu Moisés, como condutor de um povo destinado a traçar as
linhas de um novo mundo. Ele não escreveu a Bíblia, mas foi ele o motivo
central dessa primeira codificação do novo ciclo de revelações: o cristão. Mais
tarde, quando a influência bíblica já havia modelado um povo, e quando esse
povo já se dispersava por todo o mundo gentio, espalhando a nova lei, aparece
Jesus; e das suas palavras, recolhidas pelos discípulos, surgiu o Evangelho.
A
Bíblia é a codificação da Primeira Revelação Cristã, o código hebraico em que
se fundiram os princípios sagrados e as grandes lendas religiosas dos povos
antigos – a grande síntese dos esforços da antiguidade em direção ao espírito.
Não é de se admirar que se apresente, muitas vezes, assustadora e contraditória
para o homem moderno.
O
Evangelho é a codificação da Segunda Revelação Cristã, a que brilha no centro
da tríade dessas revelações, tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as
duas outras, que lança a sua luz sobre o passado e o futuro, estabelecendo
entre ambos a conexão necessária.
Mas,
assim como na Bíblia, já se anunciava o Evangelho, também aparecia a predição
de um novo código, o do Espírito da Verdade, como se vê em João, XIV. E o novo
código surgiu pelas mãos de Allan Kardec, sob a orientação do Espírito da
Verdade, no momento exato em que o mundo se preparava para entrar numa fase
superior de desenvolvimento.
Hegel,
em suas lições de estética, mostra-nos as criações monstruosas da arte
oriental, figuras gigantescas, de duas cabeças e muitos braços e pernas, e
outras formas diversas, como a primeira tentativa do Belo para dominar a
matéria e conseguir exprimir-se através dela. A matéria grosseira resiste à
força do ideal, desfigurando-o nas suas interpretações. Mas, acaba sendo
dominada, e, então, aparecem no mundo as formas equilibradas e harmoniosas da
arte clássica. Atingido, porém, o máximo de equilíbrio possível, o Belo mesmo
rompe esse equilíbrio, nas formas românticas modernas da arte, procurando
superar o seu instrumento material, para melhor e mais livremente se exprimir. Essa grandiosa teoria hegeliana é
perfeitamente aplicável ao processo das revelações cristãs: das formas
incongruentes e aterradoras da Bíblia, passamos ao equilíbrio clássico do
Evangelho, e deste à libertação espiritual de “O Livro dos Espíritos”.
Cada
fase da evolução humana se encerra com uma síntese conceptual de todas as suas
realizações. A Bíblia é a síntese da
antiguidade, como o Evangelho é a síntese do mundo greco-romano-judaico, e O
Livro dos Espíritos a do mundo moderno. Mas cada síntese não traz em si tão
somente os resultados da evolução realizada, porque encerra também os germens
do futuro. E na síntese evangélica temos de considerar, sobretudo, a presença
do Messias, como uma intervenção direta do Alto para a reorientação do
pensamento terreno. É graças a essa intervenção que os princípios evangélicos
passam diretamente, sem necessidade de readaptações ou modificações, em sua
pureza primitiva, para as páginas deste livro, como as vigas mestras da
edificação da Nova Era.
O
Livro dos Espíritos não é, porém, apenas a pedra fundamental ou o marco inicial
da nova codificação. Porque é o seu próprio delineamento, o seu núcleo central
e ao mesmo tempo o arcabouço geral da Doutrina. Examinando-o, em relação às
demais obras de Kardec, que completam a codificação, verificamos que todas
essas obras partem do seu conteúdo.
O
Livro dos Espíritos contém, como declarou Allan Kardec, "Os
princípios da Doutrina Espírita", sendo, portanto, o seu tratado
filosófico. Mesmo que não tenha sido elaborado em linguagem técnica e não
observe os rigores da minuciosa exposição filosófica, é todo um complexo e
amplo sistema de filosofia que nele se expõe.
A
natureza religiosa do Livro dos Espíritos ressalta desde as suas primeiras
páginas. Kardec o inicia pela definição de Deus. Mas, o Deus Espírita não é
antropomórfico. A definição Espírita é incisiva: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.
Enganam-se
aqueles que confundem a Inteligência Infinita com o homem finito, e a Religião
Espírita com os formalismos religiosos.
Kardec
emprega a linguagem que podemos empregar para tratar de Deus. Não O humaniza.
Apenas O coloca ao alcance da compreensão humana. Kardec pergunta aos Espíritos
Superiores se existem dois
elementos gerais, o Espírito e a matéria, e os Espíritos respondem:
“Sim
e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Deus, Espírito e
matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade Universal.”
Tudo
avança para Deus, do átomo ao arcanjo.
Ensina o Professor
Raul Teixeira que O Livro dos Espíritos é chamado assim porque ele é um
trabalho fundamentalmente dos Espíritos, sim, das almas que viveram na Terra,
ou não. De seres que, em determinado momento da História da sociedade humana,
entenderam que precisava a Humanidade receber instruções para continuar seus
passos adiante.
E,
foi por isso que surgiu em Paris, no ano 1857, O Livro dos
Espíritos, seu autor ou seus
autores.
Allan
Kardec era o pseudônimo do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail,
notabilíssimo mestre-escola em Paris, laureado pela Academia de Arras, uma
cidade ao norte de Paris, numa época em que essa premiação correspondia,
praticamente a um Prêmio Nobel, por seus trabalhos realizados, na área da educação.
E
o professor Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec.
“O
Livro dos Espíritos” nos traz verdadeiras
maravilhas. Mas, lamentavelmente, no bojo da nossa sociedade contemporânea, em
virtude de muitos malefícios que religiões institucionalizadas criaram na mente
humana, malefícios que representam preconceitos, medos, pavores quando, ao
invés de louvarem a Deus, ensinaram as pessoas a temer Satanás, O Livro dos Espíritos muitas vezes é malvisto. Há pessoas
que têm verdadeiro horror do nome espíritos.
Mas,
quando lemos a Bíblia, logo no seu primeiro versículo, lemos que: O Espírito de Deus
flutuava sobre a face do abismo.
Logo,
o termo espírito não deveria oferecer amedrontamento às
pessoas. Por causa disso, muita gente se impede de ler O Livro dos Espíritos.
Como se ao tocá-lo, ao lê-lo, ao se situar em torno de suas páginas, fossem
ficar marcadas, assinaladas por alguma negatividade. E perdem um excelente
ensejo de desfazer muita ignorância em torno das questões espirituais, de encontrar
roteiro para muitas de suas dúvidas e de ser feliz.
O
Livro dos Espíritos é um dos trabalhos
mais eloquentes, no mundo do Espiritualismo. Allan Kardec o abre, intitulando-o
de Filosofia
Espiritualista, no seu geral, porque atende a todas as questões do
Espiritualismo Universal e no seu particular é a Doutrina Espírita.
Espírita que deu Espiritismo,
exatamente porque é a doutrina, o ismo dos Espíritos. Como temos o
materialismo, que é a doutrina, ismo, da matéria.
Como temos o Budismo, é a doutrina, ismo, do Buda.
Então, temos o Espiritismo querendo dizer que todo esse contexto e os textos de O Livro dos Espíritos vieram fundamentalmente do trabalho
dos Imortais. Quem são esses Imortais?
Vultos da História
passada, recente, da
Humanidade. Vultos que deram nome a muitos santos, que vibram nos altares da
crença romana. Vultos que participaram das lutas da Europa, da filosofia e
pessoas desconhecidas da grande massa humana.
Todos
esses seres, vinculados profundamente à proposta que Jesus Cristo veio trazer a
Terra. Fundamentalmente, O Livro dos Espíritos vem trazer-nos respostas a múltiplas
questões relativas à:
Quem
somos? De onde viemos? O que nos cabe realizar aqui na Terra e para onde iremos?
O
gênio pedagógico do professor Rivail, do nosso Allan Kardec, permitiu que ele
dividisse, distribuísse esses temas em quatro partes.
O
primeiro deles: Das causas primárias. Nessas causas primárias, O Livro dos Espíritos aborda a gênese, as origens, desde
Deus ao bem, ao mal, à matéria, seu surgimento, sua realidade ou não sobre o
mundo.
A
segunda parte de O Livro dos Espíritos é Do mundo espírita ou
dos Espíritos, que nós chamamos comodamente de mundo espiritual.
Ali,
Allan Kardec estudará todas as nossas relações com os seres espirituais, com os
chamados mortos, ao mesmo tempo que a maneira ou as formas como os mortos se
relacionam conosco.
Encontraremos
na terceira parte de O Livro dos
Espíritos, Das Leis Morais, em dez Leis, começando pela Lei de
adoração: relação do homem com o seu Criador, até a Lei de amor, justiça e
caridade, perpassando por Lei de liberdade, Lei do progresso, Lei de
destruição, Lei de sociedade e outras várias, a fim de permitir que tenhamos uma elucidação
sobre as coisas mais representativas da nossa vida na Terra.
E
a quarta e última parte de O Livro dos Espíritos trata das consequências dos nossos
atos, enquanto estamos na Terra. Trata de falar, de enfocar, como é que a
Divindade analisa e reage diante de tudo que nós fazemos: Das esperanças e
consolações é o título da
quarta parte de O Livro dos Espíritos.
É
importantíssimo pensar que essa obra, com seus esclarecimentos, com suas
elucidações, vem atravessando os períodos mais densos da Humanidade, nesses
cento e cinquenta e quatro anos.
Não
podemos esquecer que O Livro dos Espíritos nasce em 1857, século XIX. O século
XIX foi chamado século das luzes, o século em que muitos ícones foram
derrubados e outros pensamentos notáveis se ergueram.
O
século XIX permitiu-nos conhecer saídas da filosofia natural, várias ciências,
como a física, como a química, que saiu da alquimia, como a astronomia, que
saiu da astrologia empírica e várias outras ciências que se conformaram no bojo
do século XIX.
Audaciosamente, o
Espiritismo nasce nesse século que estava demolindo pensamentos, construindo outros.
Percebemos que o Espiritismo tem o aval da Ciência e do pensamento do século
XIX. O Espiritismo tem o aval dos pensamentos filosóficos de então.
Por isso vem
resistindo até hoje, apesar daqueles que têm medo de tocá-lo, supondo que ao
tocarmos O Livro dos Espíritos,
teremos que nos tornar Espíritas, quando ninguém que toque um livro de
matemática se torna matemático, ninguém que leia um livro de História se torna
historiador, obrigatoriamente.
Mas,
com toda certeza, ao estudarmos ou lermos O Livro dos
Espíritos, cento e cinquenta
e seis anos depois da sua publicação, diminuiremos fundamentalmente a nossa
ignorância relativamente aos Seres Espirituais, que somos nós e à nossa
realidade no mundo.