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sábado, 4 de maio de 2013


O Aborto na Visão Espírita

No Livro dos Espíritos, Questão 358, Allan Kardec tratou deste sério problema perguntando aos Espíritos Superiores se haveria crime ao praticá-lo. E a resposta foi a seguinte:  “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que estava se formando”.
Já na questão 880 do Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta qual seria o primeiro dos direitos naturais do homem,  e,  a resposta foi esta: “O de viver. Por isso ninguém tem de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal”.
Também muito interessante é na Questão 344 quando o eminente Professor Kardec indaga aos Seres Elevados sobre o momento da união do Espírito com o corpo, e eles responderam: “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento.  Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus”.
Na Questão 359, Allan Kardec perguntou se, caso o nascimento da criança pusesse em perigo a saúde da mãe,  haveria crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?  E a resposta foi: “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”.
Qualquer argumento para permitir legalmente o aborto num país provém fundamentalmente da total ignorância do que seja a realidade Espiritual e das leis superiores que regem a Vida. O pequenino ser no útero materno é uma vida completa, não apenas biológica, mas principalmente espiritual. É um Espírito que volta à existência terrena e quase sempre programada pelos próprios pais.
Devido à falta de orientação sobre a reencarnação, imortalidade do Espírito, sexo e liberdade, propiciam essa prática tão terrível.
Diz Chico Xavier, no livro “Mandato de Amor”, “o aborto é sempre lamentável porque, se já estamos na Terra com elementos anticoncepcionais de aplicação suave, compreensível e humanitária, porque é que havemos de criar a matança de crianças indefesas, com absoluta impunidade, entre as paredes de nossas casas? Isto é um delito muito grave perante a Providência Divina, porque a Vida não nos pertence e, sim, ao Poder Divino.
Mesmo a lei permitindo, a Doutrina Espírita esclarece por que não devemos realizá-lo nos casos de estupro, mal formação congênita, etc.
Como conceber a violência física? Deus estaria ausente nestas circunstâncias? Cada pessoa ao reencarnar traz o seu passado gravado em si mesma. Somos Espíritos com inúmeras passagens pelo mundo terrestre, acumulando experiências e, irradiando, do nosso interior para a superfície da vida. Tal é a vítima. A jovem de hoje, traz em seu passado as marcas das atitudes que prejudicaram seus irmãos. Estas atitudes foram gravadas em forma de desequilíbrio em si mesma. Tanto de origem intelectual como de forma direta, a mulher de hoje ocasionou os crimes nesta área. Algumas pessoas invocam o direito da mulher sobre o seu próprio corpo como argumento para a descriminalização do aborto, entendendo que o filho é propriedade da mãe, não tem identidade própria e é ela quem decide se ele deve viver ou morrer. Não há dúvida quanto ao direito de escolha da mulher em ser ou não ser mãe. Esse direito ela o exerce antes da concepção, quando passa a existir, também, o direito de um outro ser, que é o do nascituro, que se sobrepõe ao outro.
Os recentes estudos científicos demonstram que o feto é uma personalidade independente que apenas se hospeda no organismo materno.
O Espiritismo explica que, após o abortamento, o Espírito rejeitado pode voltar-se contra a mãe e todos aqueles que se envolveram na interrupção da gravidez. Emmanuel, no livro “Vida e Sexo”, diz: “Admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das  obsessões catalogáveis na patologia da mente ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões”.
Mulher e homem cúmplices nas ocorrências do aborto criminoso, desajustam as energias psicossomáticas com intenso desequilíbrio, sobretudo, do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que surgirão a tempo certo, o que ocorre não só porque o remorso se lhes entranha no ser, mas porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero, de revolta e vingança, dos Espíritos que a Lei lhes reservava para filhos.
Por isso compreendem-se as patologias que poderão emergir no corpo físico, especialmente na área reprodutora, como o desaguar das energias perispirituais desestruturadas, convidando o protagonista do aborto a rearmonizar-se com a própria consciência. E, dependendo da facilitação criada por atitudes mentais dela, poderá ocorrer a sintonia de vibrações, surpreendendo-a desagradavelmente.
Sempre é bom lembrar que o estupro jamais é planejado. Nestas circunstâncias, a Espiritualidade sempre procura transformar o mal em bem. Todavia, muitas vezes, a mulher, por pressões várias, opta em interromper a gravidez, gerando sofrimento para o Espírito reencarnante, conforme sua condição espiritual. De qualquer modo, o aborto provocado gera profundos traumas nas criaturas envolvidas, agravando a situação de todos. 
Ninguém é filho ou mãe de outrem sem motivo. A lei divina está sabiamente atenta para corrigir e reeducar, sempre atenuando os sofrimentos. Muitas vezes, Espíritos ligados à mulher, aproveitam o crime para renascerem através dela, auxiliando-a em muitas situações futuras.  E, se a mulher tiver problemas que a tornem incapaz de exercer a maternidade, restará, ainda, o recurso da adoção por alguém próximo ou não.
Uma fotografia do feto pegando na mão do médico
Descrição: http://www.cebezerrademenezes.com/pt/images/stories/aborto/Feto_Mao.png
Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para espinha bífida, realizada dentro do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica iria registrar talvez o grito a favor da vida mais eloqüente conhecido até hoje.
Enquanto Paul Harris cobria, na Universidade de Vanderbilt em Nashville, Tennessee, aquilo que considerou uma das boas notícias no desenvolvimento deste tipo de cirurgias, captou o momento em que o bebe tirou sua mão pequena do interior do útero da mãe, tentando segurar um dos dedos do doutor que estava a operá-lo.
A mão pequena que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander, nascido a 28 de dezembro 1999 (no dia da foto ele tinha 3 meses de gestação). os especialistas sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigir a anomalia fatal e fechá-lo para que o bebe continuasse seu crescimento normalmente.
Por tudo isto, a imagem foi considerada como uma das fotografias médicas mais importantes dos últimos tempos e uma recordação de uma das operações mais extraordinárias efetuada no mundo.
Uma espinha dorsal bífida pode levar a danos cerebrais, gerar paralisias diversas e até mesmo uma incapacidade total. Porém, quando pode ser corrigido antes de o bebê nascer, muitas são as chances de cura. Apesar do grande risco por o bebê não poder nascer ainda naquele momento. Nela, os médicos puderam tratar o bebe, cujo tamanho não era maior do que o de um porquinho da índia – sem o tirar do útero, fechar a abertura originada pela deformação e proteger a coluna vertebral de modo a que os sinais vitais nervosos pudessem ir agora para o cérebro.

Octávio Caúmo Serrano
O espírita jamais poderá ser favorável ao aborto, independente das circunstâncias, porque conhece a vasta programação que envolve um nascimento na Terra. Preparação de novo corpo, com base no passado daquele espírito, defeitos a serem combatidos e virtudes a serem mais extensamente exercitadas fazem parte do esquema de uma nova encarnação.
O aborto, quando consumado, destrói todo esse esquema, frustrando o espírito que se preparou para o novo nascimento, muitas vezes, depois de ser convencido a fazê-lo, por muito tempo.
Os defensores do planejamento familiar, desconhecendo as leis maiores e fundamentando-se, simplesmente, no plano material, insistem que as pessoas não podem ter muitos filhos porque não conseguem mantê-los, alimentá-los, instruí-los e educá-los, porque ganham salário pequeno e ficam distantes do lar, todo o tempo, na defesa da manutenção e da sobrevivência.
Evidentemente, para essas crianças, o futuro é sempre menos risonho. Comem mal, vestem-se mal e ficam jogados à própria sorte, contando com a sua própria índole para ser alguém de bom caráter, ou não.
Temos de analisar, por outro lado, que as pessoas de mais poder aquisitivo, mais bem postas na vida, não criam filhos para serem operários. Os filhos de rico têm de ser doutores. Mas se esquecem de que quem arruma a casa onde vivem, fazem a comida que eles comem e cuidam das roupas que seus filhos vestem, ou dirigem as vans que levam as crianças para a escola não são os doutores.
Quem coleta o lixo e as sobras das casas, quem entrega os remédios, as pizzas, as correspondências e encomendas, não são doutores; são operários que, apesar da vida dura, sustentam seus lares e, um pouco melhor ou pior, podem também dar aos filhos – até como exemplos e mais do que conversas – seguras orientações, para que sejam pessoas de bem.
Devemos considerar, ainda, sob a ótica das reencarnações sucessivas, que o fracassado rico de ontem pode ter aceitado viver, com dificuldade, esta nova etapa da sua eternidade espiritual, para experimentar na pele os testes mais difíceis.
Emmanuel foi um senador romano, para, depois, renascer como um escravo egípcio. Como Públius Lentulus, o senador de Roma cresceu menos, espiritualmente, que como Nestório, um anônimo serviçal em terras do Egito. A posição social nada tem a ver com a posição espiritual. Daí, muitas vezes, o filho estar acima do pai, e o empregado, acima do patrão, se analisados quanto ao degrau espiritual em que se encontram.
Se o aborto, em nenhuma circunstância, justifica-se, porque devemos sempre deixar as pessoas virem ao mundo, assim como, um dia, também nos deixaram nascer, sabe-se lá em que situação, com o entendimento trazido pelo Espiritismo, e aí é que o aborto perde totalmente o sentido.
Quando os governos defendem a realização do aborto, fazem-no por questões meramente econômicas. É mais barato expulsar um feto do ventre da mãe que acompanhá-la com pré-natal, fazer o parto, vacinar e alimentar a criança, pô-la numa escola, com os gastos da merenda escolar, ou criar creches para mantê-las, enquanto os pais cuidam da sobrevivência. Matá-la é muito mais barato. Por isso, os governos preferem a morte à vida.
Como Espíritas, digamos não ao aborto, incondicionalmente!

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