Páscoa 2016
Estamos mais uma vez às voltas com comemorações ou
eventos atinentes ao massacre do Cristo ocorrido há cerca de dois mil anos, num
período em que os judeus denominavam ‘Páscoa’, ou seja, em que eles comemoravam
a libertação do cativeiro egípcio.
E o massacre de Jesus deu-se justamente neste
período comemorativo dos judeus, sendo que, alguns séculos depois, a denominada
‘Igreja’ passou a chamar de “semana santa”.
E, a partir daí, surgiram celebrações e proibições, que os seguidores
desta ‘Igreja’, que dominava o mundo ocidental, foram obrigados a observar. Os
poucos que ousaram questionar os dogmas e determinações da Igreja, a partir da
Idade Média, tiveram como destino as fogueiras da chamada ‘santa inquisição’,
pagando com a vida o seu atrevimento.
E o tempo passou. Chegamos ao século 21 e as
posturas e dramatizações são praticamente as mesmas pelos seguidores desta
religião e até por aqueles que seguem outras denominações religiosas, sob sua
influência, numa flagrante demonstração de escravidão psíquica que ultrapassa
os séculos.
Muitas pessoas ainda hoje agem cegamente sem
questionar, por exemplo, por que são obrigadas a comer peixe na tal
sexta-feira, dita ‘santa’. Todo o ano é a mesma coisa. O peixe tem o preço
elevado neste período justamente porque as pessoas, nos ditos países cristãos,
correm atrás dele. Ninguém pode ficar sem comê-lo, tal é a introjeção das
determinações da Igreja dominadora no passado. E aquela famosa lei (oferta e
procura) sempre entra em ação e os oportunistas não se fazem de rogados, aproveitando-se
dessa dita ‘tradição’, como acontecia no Pátio dos Gentios, no Templo de
Jerusalém, com o comércio das ‘coisas santas’.
E o coelhinho? E os ovos de chocolate? O que tem
tudo isso a ver com Jesus?
Com certeza, nada.
Explicações infundadas encontram-se em pencas. No
entanto, nenhuma que tenha algum fundamento sério. Os homens foram inventando
coisas, arranjando explicações que nem as crianças dos dias atuais acreditam,
chegando ao ponto de deturparem a grandiosa missão de Jesus, que veio trazer a
“Boa Nova” à Terra. A essência da mensagem foi esquecida, dando-se preferência a
questões que nada acrescentam, que iludem, atrapalham e que até geram culpa em
muitos, como se todos fôssemos responsáveis pelo massacre perpetrado há mais de
dois milênios.
Mas tudo isso ficou para trás. O que importa é a
mensagem do Enviado Celeste.
O Cristo veio esclarecer-nos sobre o que somos,
sobre as nossas mazelas e o modo de modificarmos as causas dos nossos
sofrimentos. Falou da importância da caridade, ou seja, o que tem real valor
para Deus. Ensinou que a vida continua fora da Terra e que existem outras
moradas. Mostrou que o Ser Supremo é um Pai Amoroso, que só quer a nossa
felicidade.
Tendo em vista que todo o ano é a mesma coisa, com
enfoque negativo sobre a figura do Cristo e de Judas, repetindo dramatizações e
posturas religiosas contraditórias, sem levar em consideração os ensinos do
próprio Embaixador Celeste, trazemos aos leitores a visão Espírita sobre tal
acontecimento, de modo a termos uma panorâmica bem mais ampla, sob a orientação
dos Espíritos Superiores, que realizam a vontade de Deus em todo o Universo.
Assim, nossa preocupação, neste mês de março, em que
novamente estamos voltados para a comemoração denominada de ‘Páscoa’, que os
judeus comemoravam por outro motivo, mas que hoje, infelizmente, muitas pessoas
continuam preocupadas em comer peixe e muito chocolate, esquecendo a essência dos
ensinos do Enviado Celeste, numa flagrante distorção do seu significado
original.
Pois, naquela comemoração judaica, há dois mil
anos, Jesus vinha sendo investigado por judeus e romanos em virtude de que suas
ideias, bem diferentes, estarem sendo disseminadas por toda a Palestina e
países vizinhos, chegando até Roma, sede do império romano.
Tudo estava armado para aquele período. O próprio
Cristo, que é um Espírito Superior, avisava para seus seguidores, mas eles não
queriam acreditar. Dizia que seria morto, mas que voltaria no terceiro dia.
Assim, tudo ocorreu como ele avisara. Jesus foi
preso e rapidamente condenado, pois os sacerdotes judeus queriam se livrar dele
o quanto antes, pois, ele era uma ameaça às suas posições cheias de regalias,
vivendo às custas do povo. Mataram o homem, mas não mataram suas ideias, que
permaneceram pelos milênios a fora.
Contudo, o mais importante já estava feito: Ele
deixara um ensino que se perpetuaria pelos milênios a frente.
Após consumada sua morte, Jesus demonstrou,
cabalmente, à Humanidade, que ninguém morre e que a vida continua plena em
outras dimensões. Reapareceu no domingo, no terceiro dia, e materializou-se por
cerca de 40 dias em várias oportunidades, junto aos apóstolos.
Mas nem tudo fluiu com naturalidade aqui na Terra após
seu retorno ao Mundo Espiritual. Os homens, por estarem num nível evolutivo
ainda baixo, juntamente com Espíritos inferiores que pululam ao redor do
planeta, fizeram o possível para apagar, distorcer e obnubilar a mensagem do
Cristo. Para tanto, fundaram uma religião aos moldes de um império, dizendo-se
representantes do Cristo na Terra, com muita riqueza e poder, e passaram a
dominar os povos onde puderam penetrar os seus tentáculos, destruindo quem não
se dobrasse aos seus dogmas.
Desse modo, foram dezoito séculos de total ignorância
do real motivo da estada do Cristo aqui na Terra. Embora fosse necessário que o
homem evoluísse um pouco mais, para então poder assimilar com profundidade os
ensinos que foram ministrados pelo Enviado Celeste, a Humanidade terrestre
passou por um longo período de obscurantismo, com perseguições e com as chamadas
‘guerras religiosas’, num verdadeiro período de trevas.
Mas, graças a Deus, evoluímos. Não fomos criados
para ficarmos estagnados. Aos poucos, fomos nos conscientizando de quem
realmente é Jesus, e quem somos. A
partir do século 19, passamos a ter a maravilhosa contribuição dos Espíritos
mais elevados, com uma visão bem diferente das ideias distorcidas e
ultrapassadas que perduraram por cerca de dezoito séculos, e, totalmente contrárias as que o próprio Cristo legou-nos
nos Seus ensinos relatados por várias pessoas, nos vários evangelhos, alguns ditos
oficiais (escolhidos e adulterados pela Igreja), além de muitos outros
denominados de apócrifos, com informações preciosas, mas que foram descartadas
por esta mesma igreja.
Acreditamos que, nos dias atuais, muitas pessoas
afastaram-se da Igreja dominadora e de outras, haja vista que estas perderam o
seu poder de vida e de morte sobre a Humanidade, graças à evolução do
pensamento humano, deixando, para muitos, a herança dos seus dogmas
introjetados, gerando, portanto, muitos desequilíbrios e traumas que perduram há
séculos.
Luiz Alberto Cunha da Silva
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