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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tragédias

Tragédias - Mortes Coletivas
Acidentes Aquáticos, Aéreos e Automobilísticos
Desabamento de Prédios, Incêndios, Inundações, Vulcões, Terremotos, Tsunamis


Por que Deus permite  essas tragédias? Qual a explicação da Doutrina Espírita?

A grande maioria das pessoas somente enxerga a tragédia, a catástrofe, a desgraça. Muitos acreditam em má sorte, outros que é obra do acaso e, uma terceira parte, que é castigo.
O Espiritismo explica que somos regidos por leis divinas. Jesus já havia ensinado que “a cada um segundo as suas obras”, significando que todos os nossos atos são pesados na balança da Vida, em cada reencarnação. Portanto, não há sofrimento inocente ou desnecessário no contexto das Leis Divinas. Segundo “O Livro dos Espíritos”, “a fatalidade existe apenas pela escolha que, ao encarnar-se, tenha feito o Espírito para suportar esta ou aquela prova”.(Q. 851)
Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de consequência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel, pois, desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a Lei de Causa e Efeito. Ante tragédias como essas a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade.
O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741.

Em “Obras Póstumas”, Allan Kardec formula a questão relativa às Expiações Coletivas:

O Espiritismo explica perfeitamente a causa dos sofrimentos individuais, como consequências  imediatas das faltas cometidas na existência precedente, ou como expiação do passado; mas, uma vez que cada um só  é responsável pelas suas próprias faltas, não se explicam satisfatoriamente as desgraças coletivas que atingem as aglomerações de indivíduos, às vezes, uma família inteira, toda uma cidade, toda uma nação, toda uma raça, e que se abatem tanto sobre os bons, como sobre os maus, assim sobre os inocentes, como sobre os culpados. 
Eis a resposta, assinada pelo Espírito Clélia Duplantier:
Todas as leis que regem o Universo, sejam físicas ou morais, materiais ou intelectuais, foram descobertas, estudadas, compreendidas, partindo-se do estudo da individualidade e do da família para o de todo o conjunto, generalizando-as gradualmente e comprovando-se-lhes a universalidade dos resultados. Outro tanto se verifica hoje com relação às leis que o estudo do Espiritismo dá a conhecer. Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer indo a encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até à reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
Três caracteres há em todo homem: o do indivíduo, do ser em si mesmo; o de membro da família e, finalmente, o de cidadão. Sob cada uma dessas três faces pode ele ser criminoso e virtuoso, isto é, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão e reciprocamente. Daí as situações especiais que para si cria nas  suas sucessivas existências. Salvo alguma exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que numa existência vêm a estar reunidos por uma tarefa comum já viveram juntos para trabalhar com o mesmo objetivo e ainda reunidos se acharão no futuro, até que hajam atingido a meta, isto é, expiado o passado, ou desempenhado a missão que aceitaram.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provações que não decorrem dos atos da vida presente, porque reconheceis que elas são o resgate das dívidas do passado. Por que não haveria de ser assim com relação às provas coletivas? Dizeis que os infortúnios de ordem geral alcançam assim o inocente, como o culpado; mas, não sabeis que o inocente de hoje pode ser o culpado de ontem? Quer seja ele atingido individualmente quer coletivamente, é que o mereceu. Depois, como já dissemos, há as faltas do indivíduo e as do cidadão; a expiação de umas não isenta da expiação das outras, pois que toda a dívida tem que ser paga até à última moeda. As virtudes da vida privada diferem das da vida pública. Um, que é excelente cidadão, pode ser péssimo pai de família; outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. Essas faltas coletivas é que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se encontram de novo reunidos, para sofrerem juntos a pena de talião, ou para terem ensejo de reparar o mal que praticaram, demonstrando devotamento à causa pública, socorrendo e assistindo aqueles a quem outrora maltrataram. Assim, o que é incompreensível, inconciliável com a justiça de Deus, se torna claro e lógico mediante o conhecimento dessa lei.
A solidariedade, portanto, que é o verdadeiro laço social, não o é apenas para o presente; estende-se ao passado e ao futuro, pois que as mesmas individualidades se reuniram, reúnem e reunirão, para subir juntas a escala do progresso, auxiliando-se mutuamente. Eis aí o que o Espiritismo faz compreensível, por meio da equitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres.
O Espírito Humberto de Campos, relata no livro Cartas e Crônicas, com a psicografia de Chico Xavier, o motivo pelo qual que, no dia 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, com idades diversas, que reuniram-se para dolorosa expiação em comovedora tragédia num circo. Eles foram os responsáveis que, no ano de 177, queimaram cerca de mil crianças e mulheres numa arena de um circo romano na Gália, hoje região francesa.
No livro Ação e Reação, de André Luiz, há o caso de dois Espíritos que, em existência anterior, costumavam empurrar seus inimigos de cima de penhascos. Após muitos séculos, para eliminar de suas consciências tais delitos que os impediam de maiores progressos, planejaram, desse modo, participar dos primeiros testes de avião, sofrendo os efeitos de um desastre aéreo, espatifando-se no solo.
Pela mediunidade de Divaldo Franco, temos notícias sobre as vítimas do tsunami de 2004. Segundo Joanna de Ângelis, a mentora do médium, elas fizeram parte de antigas legiões de bárbaros que destruiram parte da Europa e de outros povos, quando Alarico I e seus exércitos dominaram vários países com crueldade, conquistaram Roma, saquearam-na e a queimaram durante seis dias, no ano 410 d.C.
Certa ocasião, há cerca de dois mil anos, em Jerusalém, nas proximidades do tanque de Siloé, uma torre desabou, matando 18 pessoas. Jesus foi procurado por inúmeras pessoas para que desse sua opinião a respeito, afirmando Ele:
- Acreditais que esses galileus fossem mais pecadores do que todos os outros, por sofrerem assim? Digo-vos que não. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos da mesma forma. Ou esses dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, pensais que foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, eu vos digo; mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
Isto significa que todos podemos passar por sofrimentos semelhantes. Jesus enfatiza a necessidade de arrependimento, isto é, é necessário que transformemos nossos pensamentos e maneiras de agir, que contribuem para atitudes desequilibrantes. Vivemos num mundo de provas e expiações. Temos todos os tipos de violências. Enquanto não adotarmos uma conduta cristã, ou seja, fazendo a vontade Deus, como Jesus claramente explicou, fazendo aos outros tudo o que gostaríamos que nos fosse feito, a Terra não será regenerada e nós estaremos sujeitos a tudo o que se passa por aqui. Deus, através dos Bons Espíritos, ampara, ajuda, inspira a todos os homens. Os que se submetem às Leis Divinas, obtêm proteção da Espiritualidade, enfrentando apenas o que está programado, distantes das experiências dolorosas.
Calamidades-Joanna de Angelis
Com freqüência regular a Terra se faz visitada por catástrofes diversas que deixam rastros de sangue, luto e dor, em veemente convite à meditação dos homens.
Conseqüência natural da lei de destruição que enseja a renovação das formas e faculta a evolução dos seres, sempre conseguem produzir impactos, graças à força devastadora de que se revestem. Cataclismos sísmicos e revoluções geológicas que irrompem voluptuosos em forma de terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, obedecem ao impositivo das adaptações, acomodações e estruturação das diversas camadas da Terra; no seu trânsito de "mundo expiatório" para "regenerador". Tais desesperadores eventos impõem ao homem invigilante a necessidade da meditação e da submissão à vontade divina, do que resultam transformações morais que o incitam à elevação. Olhados sob o ponto de vista espiritual esses flagelos destruidores têm objetivos saneadores que removem as pesadas cargas psíquicas existentes na atmosfera, que o homem elimina e aspira, em contínua intoxicação.
Indubitavelmente trazem muitas aflições pelos danos que se demoram após a extinção de vidas, arrebatadas coletivamente, deixando marcas de difícil remoção, que se insculpem no caráter, na mente e nos corpos das criaturas.
Algumas outras calamidades como as pestes, os incêndios, os desastres de alto porte são resultantes do atraso moral e intelectual dos habitantes do planeta, que, no entanto, lhes constituem desafios, que de futuro podem remover ou deles precatar-se. (À véspera havia irrompido, em São Paulo, o incêndio do Edificio Joelma, que arrebatou mais de 170 vidas e revelou alguns heróis. Descrito e analisado no livro Éramos seis)
As endemias e epidemias que varriam o planeta no passado, continuamente, com danos incalculáveis, em grande parte são, hoje, capítulo superado, graças às admiráveis conquistas decorrentes da "revolução tecnológica" e da abnegação de inúmeros cientistas que se sacrificaram para a salvação das coletividades. Muitas outras que ainda constituem verdadeiras catástofres, caminham para oportunas vitórias do engenho e da perseverança humana.
Há, também, aquelas resultantes da imprevidência, da invigilância, por meio das quais o homem irresponsável se autopune, mediante os rigores dos sofrimentos decorrentes das desencarnações precipitadas, através de violentos sinistros e funestas ocorrências ...
Pareceriam desnecessárias as aflições coletivas que arrebatam justos e injustos, bons e maus, se olhados os saldos precipitadamente. Conveniente, todavia, refletir quanto à justeza das leis divinas que recorrem a métodos purificadores e liberativos, de que os infratores e defraudadores das Leis e da Ordem não se podem furtar ou evitar.
Comparsas de hediondas chacinas; grupos de vândalos que se aliciam na desordem e usurpação; maltas de inveterados agressores que se indentificam em matanças e destruições; corsários e marinhagens desvairados em acumpliciamentos para pilhagens criminosas; soldadesca mercenária, impiedosa e avassaladora, que se refestela, brutal, na inocência imolada selvagemente; incendiários contumazes de lares e celeiros, em hordas nefastas e contínuas; bandos bárbaros de exterminadores, que tudo assolam por onde passam; cúmplices e seviciadores de vítimas inermes que lhes padecem as constrições danosas; pesquisadores e cientistas impenitentes, empedernidos pelas incessantes experiências macabras de que se nutrem em agrupamentos frios; legisladores sádicos e injustos que se desforçam nas gerações débeis que esmagam; conquistadores arbitrários, carniceiros, que subjugam cidades nobres, tornando suas vítimas cadáveres insepultos, enquanto se banqueteiam em sangue e estupor; mentes vinculadas entre si por estranhas amarras de ódio, ciúme e inveja que incendeiam paixões, são reunidos novamente em vidas futuras, atravessando os portais da Imortalidade, através de resgates coletivos, como coletivamente espoliaram, destruíram, escarneceram, aniquilaram, venceram os que encontravam à frente e consideravam impedimentos à sua ferocidade e barbaria, vandalismo e estroinice, a fim de que se reajustem, no concerto Cósmico da Vida, servindo também de escarmento para os demais, que, não obstante se comovem ante as desgraças que os surpreendem, cobrando-lhes as graves dívidas, prosseguem, atônitos e desregrados, em atitudes infelizes sem que lhes hajam constituído lições valiosas, capazes de converter-se em motivo de transformação interior.
Construtores gananciosos que se fazem instrumento para cobranças negativas, maquinistas e condutores de veículos displicentes, que favorecem tragédias volumosas, homens que vendem a honradez e sabem que determinadas calamidades têm origem nas suas mentes e mãos, embora ignorados pela Justiça humana não se furtarão à Consciência Divina neles mesmos insculpida, que lhes exigirá retorno ao proscênio em que se fizeram criminosos ignorados para tornarem-se heróis, salvando outros e perecendo, como necessidade purificadora de que se alçarão, depois, à paz.
Não constituem castigos as catástrofes que chocam uns e arrebatam outros, antes significam justiça integral que se realiza.
Enquanto o egoísmo governe os grupos humanos e espalhe suas torpes sementes, em forma de presunção, de ódio, de orgulho, de indiferença à aflição do próximo, a Humanidade provará a ardência dos desesperos coletivos e das coletivas lágrimas, em chamamentos severos à identificação com o bem e o amor, à caridade e ao sacrifício.
Como há podido pela técnica superar e remover vários fatores de calamidades, pelas conquistas morais conseguirá, a pouco e pouco, suplantar as exigências transitórias de tais injunções redentoras.
Não bastassem as legítimas concessões do ajustamento espiritual, as calamidades fazem que os homens recordem o poder indômito de forças superiores que os levam a ajustar-se à sua pequenez e emular-se para o crescimento que lhes acena.
Tocados pelas dores gerais, partícipes das angústias que se abatem sobre os lares vitimados pela fúria da catástrofe, ajudemo-nos e oremos, formando a corrente da fraternidade santificante e, desde logo, estaremos construindo a coletividade harmônica que atravessará o túmulo em paz e esperança, com os júbilos do viajor retomando ditoso à Pátria da ventura.
O Espírito Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz ele:
“Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas. Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação”.
. Como explica Manoel Philomeno de Miranda no livro “Transição Planetária”: “Fenômenos sísmicos aterradores sacodem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações, em relação àquelas que foram vitimadas(...)
“As criaturas que persistirem na acomodação perversa da indiferença pela dor do seu irmão, que assinalarem a existência pela criminalidade conhecida ou ignorada, que firmarem pacto de adesão à extorsão, ao suborno, aos diversos comportamentos delituosos do denominado colarinho branco, mantendo conduta egoísta, tripudiando sobre as aflições do próximo, comprazendo-se na luxúria e na drogadição, na exploração indébita de outras vidas, por um largo período não disporão de meios de permanecer na Terra, sendo exiladas para mundos inferiores, onde irão ser úteis limando as arestas das imperfeições morais, a fim de retornarem, mais tarde, ao seio generoso da mãe-Terra que hoje não quiseram respeitar.”

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