Há Muitas
Moradas na Casa de Meu Pai
Cap. III, O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec
Questões 55 a 59; 172 a 188, O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec
Diz-nos Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o
Espiritismo, que “a casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os
mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles
encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem
referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade.
Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais,
variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as
sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem
afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os
mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados
gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito;
finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes
insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições,
pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles que
ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há
muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.
E, em O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta aos Seres
Superiores, na questão 55, se “todos os globos que circulam no espaço são
habitados”, tendo como resposta: Sim, e o homem da Terra está longe de ser,
como crê, o primeiro em inteligência, em bondade e perfeição. Todavia, há homens que se crêem
muito fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de
abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só
para eles.
Nestes
dois livros básicos do Espiritismo temos explicações muito claras sobre a
pluralidade das existências e a pluralidade dos mundos, bem como dos diferentes
níveis de Espíritos que habitam cada planeta, de acordo, com o grau de
adiantamento de cada um. A transformação da Terra de mundo de provas e
expiações para mundo de regeneração, que nestes últimos tempos várias correntes
filosóficas têm anunciado, ao se referirem à Nova Era, consta nestas obras
fundamentais da Doutrina Espírita, de modo claro, possibilitando-nos
compreender, com racionalidade, que o progresso faz parte da Natureza, sem
mágicas e sem fantasias, como anunciou o Espírito Agostinho em 1862.
O Sol
está a 150.000.000 de km da Terra. Com um diâmetro de 1.500.000 km, poderíamos
colocar 1.000.000 de planetas do tamanho da Terra dentro dele. Atualmente, com
os progressos realizados na área astronômica, com sondas viajando pelo espaço,
bem como com a construção de telescópios mais potentes, percebemos em cada
avanço da ciência quão magníficas são outras estrelas de nossa própria galáxia,
tornando nosso Sol uma estrelinha, se colocado ao lado delas. Sirius, Pollux,
Arcturus, Aldebaran, Riegel, Eta Carinae, Betelgeuse, Pistol, Antares, Mu
Cephei, Vy Canis Majoris, são estrelas que, se comparadas, deixam nosso astro
rei do tamanho de um pinhão, enquanto outras estrelas seriam do tamanho de uma
pinha e, outras, do tamanho do pinheiro, ou maiores ainda. A estrela Eta
Carinae é 5.000.000 de vezes maior do que o Sol. Já a estrela Betelgeuse é 300
vezes maior do que a estrela Eta Carinae. A maior estrela conhecida até o
momento, a Canis Majoris, é um bilhão de vezes maior do que o Sol. Nosso astro
tem 1.500.000 km de diâmetro, sendo que Canis Majoris tem 2.800.000.000 km de
diâmetro. Se tomássemos um avião e fôssemos fazer a volta nesta estrela, com
velocidade de 900 km/h, levaríamos 1.100
anos para completarmos apenas uma volta nela. E, segundo muitos cientistas,
existem estrelas ainda maiores do que a Canis Majoris em outras galáxias...
O Espírito Humberto de Campos relata a visita que
fez ao planeta Marte, que o deixou extasiado, não só pela beleza do local, como
também pela mansuetude e inteligência de seus habitantes, que não se alimentam
de animais. Conta ele que a paz já se estabeleceu neste planeta, que é
considerado belicoso por nós, mas, na verdade, somos nós, os terrícolas que
gostamos de guerras. Os marcianos têm
telescópios tão poderosos que chegam ao extremo de examinar as vibrações de
ordem psíquica na atmosfera da Terra. Os marcianos sentem-se incomodados pelas
influências nocivas da Terra, o único orbe de aura infeliz nas suas vizinhanças
mais próximas e, desde muitos anos, enviam mensagens ao nosso planeta, através
de ondas luminosas. (Novas Mensagens, Espírito Humberto
de Campos, médium Chico Xavier)
Outro
Espírito que visitou Marte e fez semelhantes descrições foi Maria João de Deus, confirmando os
relatos do Espírito Humberto de Campos a respeito da paisagem de Marte e do
nível evolutivo do povo marciano. (Cartas
de Uma Morta, Espírito Maria João de Deus, médium Chico Xavier)
Vejam
como o Espiritismo tem contribuído para o esclarecimento da Humanidade
terrestre. Quanto temos a ganhar ao nos voltarmos para a Espiritualidade que,
há mais de 155 anos, transmite-nos informações interessantíssimas a respeito
não só do mundo espiritual, mas também do nosso e de outros mundos do Universo.
São conhecimentos trazidos por Espíritos com vários serviços prestados,
consagrados, como também, por médiuns idôneos, sem interesses materialistas,
com o único objetivo de colaborar com a raça humana.
Ao referir-se às
muitas moradas da casa do Pai, o Espírito
Públio ensina que, “considerada a mãe Terra como o ponto de passagem da
infância bisonha para a adolescência, podemos afirmar que nós, que estamos
estagiando no orbe, somos Espíritos infantilizados pelo pouco conhecimento e
pelo pouco domínio de nossas próprias forças. Como Espíritos infantis ou
rebeldes, acomodados ou cheios de caprichos, a Terra é a etapa generosa da vida
que nos permite a evolução dos comportamentos geniosos, mimados, dengosos, para
uma realidade mais universal e positiva, fazendo com que os Espíritos ali sejam
despertados para responsabilidades que julgavam nunca ter que assumir. Por
enquanto, a Terra é a classe da balbúrdia e das rebeldes crianças bagunceiras.
No entanto, nela aprenderemos lições importantes, tais como: Termos que cuidar
do nosso uniforme, que é o nosso corpo físico. Termos que nos levantar da
inércia, para atender às necessidades materiais e alimentares. Termos que nos
virar sozinhos, deixando no mundo invisível os amigos que nos apóiam e nos
estimulam. Termos que dividir a carteira com os outros, que são os irmãos da
jornada humana. Termos que chegar no horário da aula, aprendendo a regular
nossas rotinas de Espirito, disciplinando nosso voluntarismo. Todavia, acima e além disso tudo que
aprendemos, desenvolvemos na classe primária da Terra a noção de
responsabilidade pessoal e de autoridade moral, quando identificamos que, acima
do professor bom e generoso, que nós não acatamos nem obedecemos como
deveríamos, na escola existe... a Diretoria. Na Terra, temos o pré-primário no qual
desenvolvemos as noções importantes para a alma a fim de que, nos mundos
melhores, depois de termos assimilado as importantes lições que nos orientam os
passos iniciais, passemos a colaborar mais e melhor com os professores, a
respeitá-los e admirá-los, ao mesmo tempo em que paremos de ter medo do
Diretor, nos esforçando para sermos seus fiéis e devotados servidores, a
benefício do bem-estar e do equilíbrio de toda a escola do Universo que Ele
criou e dirige.
Celso Martins conta-nos que, Jerônimo de Praga, sacerdote, físico e grande
sábio, teve a audácia, a petulância, o atrevimento de afirmar, em uma de suas
obras, a pluralidade da vida, bem como a dos mundos habitados. Por esse ato
impensado, por essa abusada ousadia, foi condenado pelo Concílio de Constança,
iniciado em 1414 e encerrado quatro anos mais tarde, porque à época, havia três
papas (Gregório XII, Benedito XIII e João XIII), cada qual excomungando os
outros dois, tidos e havidos como
heréticos, daí a demora da condenação de Jerônimo de Praga, discípulo de Jan
Huss, o mesmo Espírito que foi Elias e, mais tarde, Allan Kardec. (E o Mundo Não Acabou, Celso Martins)
Para Antonio Fernandes Rodrigues, “quanto
mais se aperfeiçoa e se aumenta a potencialidade dos telescópios, mais nos
aprofundamos no incomensurável da criação Divina. Hoje já se conhecem bilhões de galáxias no infinito. Já se sabe
que elas são constituídas em grupos de
galáxias, como se fossem agrupamentos de pessoas ou famílias, sendo que alguns
desses aglomerados são formados de dez mil galáxias. Quanto mais avançamos no
infinito, mais nos admiramos da criação do Universo, mais nos maravilhamos com
a grandiosidade da criação Divina. Temos que lembrar, entretanto, que os sábios
da Terra ainda se igualam às crianças, comparando-os com os dos mundos felizes,
sem considerar os Espíritos Superiores que vivem nas esferas mais elevadas. Camille Flammarion num de seus livros
diz-nos que, dialogando com sábios de um mundo superior ao nosso, eles
comentavam as descobertas dos seus grandes cientistas, quando ele aparteou os
anfitriões, dizendo que na Terra também havia grandes mestres, citando alguns.
Mas, ao invés de ouvir elogios aos nossos grandes cientistas, filósofos, etc,
ouviu a seguinte frase: Todos eles reunidos não saberiam o mesmo que
sabe qualquer criança de nosso mundo. (Reflexões Doutrinárias, Antonio F. Rodrigues)