Páginas

quinta-feira, 3 de outubro de 2013


ALLAN KARDEC
Todos os Espíritas sabem que o expoente máximo do Espiritismo aqui na Terra nasceu no dia 3 de outubro de 1804, na cidade de Lyon, França. Infelizmente, a grande maioria deles, bem como das Casas Espíritas, ignoram esta data como se fosse pouco importante para todos nós.
Falta a muitos, na verdade, uma Consciência Espírita, como já asseverou o Espírito Humberto de Campos, inclusive no tocante ao Espírito que desempenhou a grandiosa missão de organizar a Doutrina dos Espíritos Superiores aqui na Terra.
Ao estudarmos as obras ditadas pelos Espíritos a vários médiuns, encontramos valiosas informações sobre muitos assuntos importantes para a Humanidade. Entre esses, alguns detalhes do Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Todos os Espíritas sabem que Allan Kardec estudou em Yverdun, na Suiça, na escola do grande pedagogo Pestalozzi, retornando à França aos 18 anos onde criou cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia Comparada, Astronomia, etc. Escreveu vários livros sobre gramática, aritmética e educação pública, além de falar fluentemente inglês, alemão, espanhol e italiano.
Todo o Espírita sabe que Kardec casou-se com Amélie-Gabrielle Boudet, escritora e professora e que aos cinquenta anos tomou conhecimento das mesas girantes por meio do sr. Fortier, que o levou à residência da sra. Plainemaison, onde Kardec constatou que os fenômenos provinham de uma causa inteligente independente do médium.
Sabemos inúmeros detalhes da vida do Professor Rivail, antes dele tornar-se Allan Kardec, quando finalizou os estudos sobre os fenômenos provocados pelos Espíritos e que o levaram a escrever "O Livro dos Espíritos", tomando conhecimento, neste período, da grande missão que a Espiritualidade Superior havia colocado em suas mãos. 
Contudo, a grande maioria ignora o alto nível desse Espírito que se chamou Allan Kardec e que contribuiu para a implantação da Nova Era aqui na Terra, sendo o porta-voz dos Espíritos Superiores, coordenados por Jesus.
Por não seguirem a orientação do Espírito de Verdade constante do cap. VI de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", exortando-nos a “amarmo-nos e a instruirmo-nos”, a grande maioria ignora o alto nível espiritual do fundador da Doutrina Espírita. 
Allan Kardec, portanto, é um Espírito de grande elevação, daqueles que estão bem próximos de Jesus e que renasceu na Terra como “simples” professor, tendo cumprido integralmente com a missão que lhe fora incumbida.

Conta-nos o Espírito Humberto de Campos que “na noite de 31 de dezembro de 1799, em Esferas Superiores, reuniu-se grande assembleia de Espíritos sábios e benevolentes, para marcarem a entrada significativa do novo século. No deslumbrante espetáculo da Espiritualidade Superior, com a refulgência das suas almas, achavam-se Sócrates, Platão, Aristóteles, Apolônio de Tiana, Orígenes, Hipócrates, Luís de França, Vicente de Paulo, Joana D’Arc, Teresa d’Ávila, Catarina de Siena, Bossuet, Spinoza, Erasmo, Mílton, Cristóvão Colombo, Gutemberg, Galileu, Pascal, Swedenborg e Dante Alighiere para mencionar apenas alguns heróis e paladinos da renovação terrestre e, em plano menos brilhante, encontravam-se, no recinto maravilhoso, trabalhadores de ordem inferior, incluindo muitos dos ilustres guilhotinados da Revolução, quais Luís XVI, Maria Antonieta, Robespierre, Danton, Madame Roland, André Chenier, Bailly, Camile Desmoulins, e grandes vultos como Voltaire e Rousseau. Depois da palavra rápida de alguns orientadores eminentes, invisíveis clarins soaram na direção do plano carnal e, em breves instantes, do seio da noite, que velava o corpo ciclópico do mundo europeu, emergiu, sob a custódia de esclarecidos mensageiros, reduzido cortejo de sombras, que pareciam estranhas e vacilantes, confrontadas com as feéricas irradiações do palácio festivo. Era um grupo de almas, ainda encarnadas, que, constrangidas pela Organização Celeste, remontavam à vida espiritual para a reafirmação de compromissos. À frente, vinha Napoleão, que centralizou o interesse de todos os circunstantes. Era bem o grande corso, com os seus trajes habituais e com o seu chapéu característico. Recebido por diversas figuras da Roma antiga, que se apressavam em oferecer-lhe apoio e auxílio, o vencedor de Rívoli ocupou radiosa poltrona que, de antemão, lhe fora preparada. Entre aqueles que o seguiam, na singular excursão, encontravam-se respeitáveis autoridades reencarnadas no Planeta, como Beethoven, Ampere, Fulton, Faraday, Goethe, João Dalton, Pestalozzi, Pio VII, além de muitos outros campeões da prosperidade e da independência do mundo. Acanhados no veículo espiritual que os prendia à carne terrestre, quase todos os recém-vindos banhavam-se em lágrimas de alegria e emoção. O primeiro Cônsul da França, porém, trazia os olhos enxutos, não obstante a extrema palidez que lhe cobria a face. Recebendo o louvor de várias legiões, limitava-se a responder com acenos discretos, quando os clarins ressoaram, de modo diverso, como se se pusessem a voar para os cimos, no rumo do imenso infinito... Imediatamente uma estrada de luz, à maneira de ponte levadiça, projetou-se do Céu, ligando-se ao castelo prodigioso, dando passagem a inúmeras estrelas resplendentes. Em alcançando o solo delicado, contudo, esses astros se transformavam em seres humanos, nimbados de claridade celestial. Dentre todos, no entanto, um deles avultava em superioridade e beleza. Tiara rutilante brilhava-lhe na cabeça, como que a aureolar-lhe de bênçãos o olhar magnânimo, cheio de atração e doçura. Na destra, guardava um cetro dourado, a recamar-se de sublimes cintilações... Musicistas invisíveis, através dos zéfiros que passavam apressados, prorromperam num cântico de hosanas, sem palavras articuladas. A multidão mostrou profunda reverência, ajoelhando-se muitos sábios e guerreiros, artistas e pensadores, enquanto todos os pendões dos vexilários arriavam, silenciosos, em sinal de respeito. Foi então que o grande corso se pôs em lágrimas e, levantando-se, avançou com dificuldade, na direção do mensageiro que trazia o báculo de ouro, postando-se, genuflexo, diante dele. O celeste emissário, sorrindo, com naturalidade, ergueu-o, de pronto, e procurava abraçá-lo, quando o Céu pareceu abrir-se diante de todos, e uma voz enérgica e doce, forte como a ventania e veludosa como a ignorada melodia da fonte, exclamou para Napoleão, que parecia eletrizado de pavor e júbilo, ao mesmo tempo: - Irmão e amigo, ouve a Verdade, que te fala em meu espírito! Eis-te à frente do apóstolo da fé, que, sob a égide do Cristo, descerrará para a Terra atormentada um novo ciclo de conhecimento... César ontem, e hoje orientador, rende o culto de tua veneração, ante o pontífice da luz! Renova, perante o Evangelho, o compromisso de auxiliar-lhe a obra renascente!... Aqui se congregam conosco lidadores de todas as épocas. Patriotas de Roma e das Gálias, generais e soldados que te acompanharam nos conflitos da Farsália, de Tapso e de Munda, remanescentes das batalhas de Gergóvia e de Alésia aqui te surpreendem com simpatia e expectação... Antigamente, no trono absoluto, pretendias-te descendente dos deuses para dominar a Terra e aniquilar os inimigos... Agora, porém, o Supremo Senhor concedeu-te por berço uma ilha perdida no mar, para que te não esqueças da pequenez humana e determinou voltasses ao coração do povo que outrora humilhaste e escarneceste, a fim de que lhe garantas a missão gigantesca, junto da Humanidade, no século que vamos iniciar. Colocado pela Sabedoria Celeste na condição de timoneiro da ordem, no mar de sangue da Revolução, não olvides o mandato para o qual foste escolhido... Não acredites que as vitórias das quais foste investido para o Consulado devam ser atribuídas exclusivamente ao teu gênio militar e político. A Vontade do Senhor expressa-se nas circunstâncias da vida. Unge-te de coragem para governar sem ambição e reger sem ódio. Recorre à oração e à humildade para que te não arrojes aos precipícios da tirania e da violência!... Indicado para consolidar a paz e a segurança, necessárias ao êxito do abnegado apóstolo que descortinará a era nova, serás visitado pelas monstruosas tentações do poder. Não te fascines pela vaidade que buscará coroar-te a fronte... Lembra-te de que o sofrimento do povo francês, perseguido pelos flagelos da guerra civil, é o preço da liberdade humana que deves defender, até o sacrifício. Não te macules com a escravidão dos povos fracos e oprimidos e nem enlameies os teus compromissos com o exclusivismo e com a vingança!... Recorda que, obedecendo a injunções do pretérito, renasceste para garantir o ministério espiritual do discípulo de Jesus que regressa à experiência terrestre, e vale-te da oportunidade para santificar os excelsos princípios da bondade e do perdão, do serviço e da fraternidade do Cordeiro de Deus, que nos ouve em seu glorificado sólio de sabedoria e de amor! Se honrares as tuas promessas, terminarás a missão com o reconhecimento da posteridade e escalarás horizontes mais altos da vida, mas, se as tuas responsabilidades forem menosprezadas, sombrias aflições amontoar-se-ão sobre as tuas horas, que passarão a ser gemidos escuros em extenso deserto... Dentro do novo século, começaremos a preparação do terceiro milênio do Cristianismo na Terra. Novas concepções de liberdade surgirão para os homens, a Ciência erguer-se-á a indefiníveis culminâncias, as nações cultas abandonarão para sempre o cativeiro e o tráfico de criaturas livres e a religião desatará os grilhões do pensamento que, até hoje, encarceram as melhores aspirações da alma no inferno sem perdão!... Confiamos, pois, ao teu espírito valoroso a governança política dos novos eventos e que o Senhor te abençoe!... Cânticos de alegria e esperança anunciaram nos céus a chegada do século XIX e, enquanto o Espírito da Verdade, seguido por várias coortes resplandescentes, voltava para o Alto, a inolvidável assembleia se dissolvia... O apóstolo que seria Allan Kardec, sustentando Napoleão nos braços, conchegou-o de encontro ao peito e acompanhou-o, bondosamente, até religá-lo ao corpo de carne, no próprio leito. Em 3 de outubro de 1804, o mensageiro da renovação renascia num abençoado lar de Lyon, mas o Primeiro Cônsul da República Francesa, assim que se viu desembaraçado da influência benéfica e protetora do Espírito de Allan Kardec e de seus cooperadores, que retomavam, pouco a pouco, a integração com a carne, confiantes e otimistas, engalanou-se com a púrpura do mundo e, embriagado de poder, proclamou-se Imperador, em 18 de maio de 1804, ordenando a Pio VII viesse coroá-lo em Paris. Napoleão, contudo, convertendo celestes concessões em aventuras sanguinolentas, foi apressadamente sitiado, por determinação do Alto, na solidão curativa de Santa Helena, onde esperou a morte, enquanto Allan Kardec, apagando a própria grandeza, na humildade de um mestre-escola, muita vez atormentado e desiludido, como simples homem do povo, deu integral cumprimento à divina missão que trazia à Terra, inaugurando a era espírita-cristã, que, gradativamente, será considerada em todos os quadrantes do orbe como a sublime renascença da luz para o mundo inteiro. (Cartas e Crônicas-Espírito Humberto de Campos, Médium Chico Xavier)
Allan Kardec, portanto, é um Espírito de grande elevação, daqueles que estão bem próximos de Jesus e que renasceu na Terra como “simples” professor, tendo cumprido integralmente com a missão que lhe fora incumbida.

Kardec, obrigado
O Espírito Humberto de Campos brinda-nos com um texto, que resumimos, de agradecimento e de reconhecimento ao Espírito Superior que adotou o pseudônimo de Allan Kardec:
“O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!... Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à LOUCURA e ao SUICÍDIO com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da OBSESSÃO com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver;  os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito , a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumento de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crimes, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas... Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!... E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e com os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: “KARDEC, OBRIGADO!... MUITO OBRIGADO!”... (Histórias e Anotações-Espírito Humberto de Campos, Médium Chico Xavier)

Nenhum comentário:

Postar um comentário