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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

                                               Finados
Todos os anos, em muitos lugares neste planeta, assistimos, no dia 2 de novembro, ao culto dos mortos. Antes, porém, muitas pessoas reformam seus jazigos, enfeitando-os, tratando-os como se fossem moradas dos seus amados que já partiram da Terra. Percebe-se que as religiões até hoje nada fizeram para mudar tais procedimentos e, o que é pior, incentivaram-nos, num flagrante atestado de ignorância a respeito do Mundo Espiritual.
Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, pergunta: Há Espíritos? Muitas pessoas dizem que não acreditam em Espíritos, dando a entender que também não acreditam em si, que existem.
A Doutrina Espírita vai além das religiões, pois, comprova, cientificamente, a imortalidade. E isto não é uma questão de convicção religiosa, mas de estar bem ou mal informado, uma vez que o Espírito já foi pesado, medido e entrevistado, em vários laboratórios. Na questão 85 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos Superiores informaram a Kardec que o Mundo Espiritual é o principal, já existia antes e sobrevive a tudo.
Antes de sermos seres humanos, somos Espíritos, filhos de Deus. Por ocasião da morte do corpo físico ou desencarnação, este é restituído à Natureza. Já o Espírito, junto com o perispírito, vai para outras dimensões vibratórias.
Muitos Espíritos sofrem, após a morte física, por falta de preparo espiritual, por desconhecimento das Leis Divinas que regulam o interrelacionamento entre os dois mundos. É uma questão de atraso espiritual.
Quando nos apegamos aos bens terrenos, acabamos nos distanciando do Criador, não tendo noção do Mundo Espiritual, não o compreendendo.
Assim, o culto aos mortos, que no início tinha o significado de fertilidade, pois, acreditavam os povos antigos que eles deveriam ser enterrados como sementes para renascerem, com festas e orgias ao lado dos túmulos. A partir do século X, a Igreja Romana instituiu “finados”, destinado aos Espíritos que estariam no Purgatório.
Para o Espiritismo este é um dia como qualquer outro. Não precisamos ir a cemitérios para homenagear nossos entes queridos. O que sensibiliza os Espíritos não é a visita aos túmulos, mas a lembrança fraterna e a prece sincera dos que estão por aqui.
Para tanto, podemos pensar neles em qualquer dia e em qualquer lugar.
                                    Campanha Diferente
O Espírito Humberto de Campos, escreve-nos, a pedido de seu amigo Capistrano, contando que, este, quando encarnado, ficara viúvo e criara sua única filha Marília com todo o carinho. Ocorreu, porém, que, a moça apaixonara-se por um jogador de futebol, e que,  por não ter sido correspondida, suicidou-se ingerindo violento corrosivo. Desse modo, Capistrano despendeu metade do que possuia para erigir-lhe um túmulo, que passou a visitar e a enfeitar por cerca de 20 anos. Após sua morte, apegou-se ao sepulcro que venerava, ficando deitado sobre ele e clamando pela filha, não escutando muitos amigos que procuravam retirá-lo daquela situação. Após quatro anos, um orientador espiritual o conduziu à Rua General Polidoro, no Rio de Janeiro, e apontou-lhe um homem suarento e cansado, a carregar ternamente, nos próprios braços, triste menina muda, paralítica e pobre... "Ao fixar-lhe os olhos embaciados de criança-problema, a realidade espiritual clareou-me a razão. Surpreendera Marília reencarnada, em rudes padecimentos expiatórios, e, mais tarde, vim a saber que renascera por filha do mesmo homem que lhe fora motivo ao gesto tremendo de deserção... Desde essa hora, fugi das ilusões que me prendiam a pesadelo tão longo!... Acordei renovado, para novamente respirar e viver, trabalhar e servir..."
Assim, Capistrano pediu a Humberto de Campos: "- Escreva, meu amigo, escreva às criaturas humanas e informe, claramente, que os vivos da Espiritualidade agradecem o respeito e o carinho com que se lhes dignificam os restos, mas rogue para que se abstenham destes quadros fantásticos de vaidade ostentosa, com que se pretende honrar o nome dos que partiram... Peça para que socorram as crianças desajustadas e enfermas, enjeitadas e infelizes com o dinheiro mumificado nestes cofres de cinza... Diga-lhes para que se compadeçam dos meninos desamparados e que, provavelmente, muitos daqueles entes inolvidáveis que procuram nos carneiros de luxo, estão hoje em provações cruéis, nos institutos de correção ou no leito dos hospitais, na ociosidade das ruas ou em pardieiros esburacados que o progresso esqueceu... Fale da reencarnação e explique-lhes que muitos dos imaginados mortos que ainda amam, jazem sepultos em corpos vivos, quase sempre, desnutridos e atormentados, suplicando alimento e remédio, refúgio e consolação..." (Relatos da VIda-Espírito Humberto de Campos, médium C. Xavier) 

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