Este é o momento da
Divulgação do Espiritismo
Assistimos, nestes últimos tempos, a terríveis eventos,
próximos e distantes, que nos deixam estarrecidos. Tragédias e catástrofes pululam
em todo o mundo. Quem assiste na TV aos noticiários sensacionalistas, fica
chocado e, por falta de conhecimento das
causas que lhes deram origem, assim como do que ocorre com as vítimas após esta
vida, pensa que estamos entregues simplesmente a tais fatos, fortuitamente,
como se fosse o fim de tudo, concluindo que a morte física é a maior desgraça
do mundo.
As reportagens, em geral, gostam muito de mostrar imagens de
corpos sendo recolhidos, de aparatos fúnebres, de parentes e amigos chorando, dando
depoimentos afirmando que não sabem como será a vida a partir daquele momento
sem aquele ou aqueles que partiram. Bradam por justiça, querem ver o causador da
tragédia atrás das grades, apodrecendo na prisão, a demonstrar sórdida
vingança.
Certos apresentadores de TV, influenciados por religiosos
ultrapassados que não cessam de negociar Deus em todas as mídias, só fazem
condenar aos “quintos dos infernos” os autores de tais crimes, chamados
hediondos, todos desconhecendo as causas que deram ensejo, bem como as
consequências que advirão para todos os
envolvidos em tais dramas. Sim, porque desconhecendo as leis divinas que regem
os seres, falta-lhes a noção fundamental de que Deus é amor e, portanto,
ninguém apodrece no tal “inferno”.
No que tange à violência, tanto doméstica como urbana,
perguntam-se as pessoas, de que maneira o ser humano destrói outro ser humano
por motivos que nunca, em geral, justificam tal atitude, gerando muita tristeza
nas famílias.
Em vão, psicólogos e psiquiatras, que se mantêm limitados aos
conhecimentos acadêmicos, conseguem auxiliar as pessoas diretamente atingidas,
dando-lhes consolo e uma visão mais ampla de tudo o que ocorre, neste e no
outro mundo. Ainda não se inteiraram da
valiosa contribuição da Doutrina Espírita no entendimento de causas que,
em muitos casos, estão em existências anteriores.
O mais patético também acontece. Assiste-se, também, a protestos de pessoas
contra tal tipo de violência, como se estivesse no controle das autoridades
policiais evitar crimes passionais ou tragédias deste tipo. Como os entes
estatais conseguiriam coibir os crimes
perpetrados na privacidade das famílias? Mas, a multidão desvairada não
raciocina. Não sabe como viver em paz.
Há mais de dois mil anos temos a melhor proteção contra a
violência, isto é, contra a nossa própria violência. Houve a maior de todas as
revoluções da história terrestre, o mundo foi dividido, inúmeros mártires
padeceram enfrentando a mentalidade destrutiva de homens violentos, até que
alguns chegassem a perceber que o aniquilamento dos corpos não atingiam o âmago
do ser.
Demoramos para compreender e assimilar que somos filhos do
Amor, que temos parte da Divindade dentro de nós e que devemos trabalhar para
lapidar este diamante dentro de nós. E o Grande Amigo ofereceu-nos apoio,
pedindo-nos para seguí-lo, dizendo que o seu fardo era leve e o seu jugo suave.
São dois milênios de sofrimentos desnecessários. Como Ele mesmo já comentou, em
obra do Espírito Humberto de Campos, preferimos sempre o pior. Tudo se funda na
ignorância das Leis Divinas, pela grande maioria desrespeitadas em suas
precipitações. Em conversa com os discípulos, Jesus comenta: Não se divide a
herança de um pai em partes iguais? As criaturas transviadas são as que não
souberam entrar na posse de seu quinhão divino, permutando-o pela satisfação de
seus caprichos no desregramento ou no abuso, na egolatria ou no crime, pagando
alto preço pelas suas decisões voluntárias. A Terra pode ser tida como um
grande hospital, onde o pecado é a doença de todos; o Evangelho, no entanto,
traz ao homem enfermo o remédio eficaz, para que todas as estradas se
transformem em suave caminho da redenção.(Boa Nova-HCampos)
Por que preferimos
coisas e mais coisas deste mundo? Sentimos enorme prazer em possuir qualquer
coisa, extrapolando para a posse do companheiro ou da companheira.
Até hoje, enorme percentual da Humanidade não consegue
assimilar que o mundo das formas é temporário, não permanece, altera-se
constantemente. Mas, o Mensageiro Divino já havia alertado para os verdadeiros
tesouros que deveriam ser cultivados, para que não nos iludíssemos com as
coisas da Terra. O Sábio Nazareno dava tais conselhos porque sabia que, devido
ao nosso nível evolutivo, fatalmente ficaríamos obsecados por bens, por dinheiros,
por sexo, por poder, bem como por qualquer destaque, haja vista que nossa
pequena visão do Universo, faz-nos egoístas, a demonstrar nossas ligações com o
passado irracional.
Assim, diante de fatos chocantes que chegam ao nosso
conhecimento, diariamente, envolvendo pessoas próximas e distantes, e, muitas
vezes, de nossas relações, o que o Espiritismo tem para oferecer a todos nós,
primeiro para evitá-los e, segundo, para consolar os que são atingidos?
Primeiramente, a Doutrina Espírita tem resposta para todos os
problemas que afligem as pessoas que estão em busca de um sentido para a vida.
O conhecimento Espírita abre-nos uma visão ampla e racional da existência,
explicando-a convincentemente e orientando-nos para a imprescindível mudança
interior. Como ensinou Kardec, conhecendo-se
a si mesmo e tendo certeza de ser imortal, o homem trabalha, ama, espera,
perdoa e resigna-se; com a dúvida, impacienta-se, perde a perspectiva, porque
nada espera do futuro.
O Espírito Vianna de
Carvalho ensina que, “na
etiopatogenia das alienações de natureza psiquiátrica ou por obsessão, está viva e atuante a
ignorância, que aguarda a terapia do esclarecimento, como medida de socorro
imediato para posterior ou simultâneo atendimento que favoreça a libertação. O
conhecimento é luz acesa na noite da ignorância, clareando os rumos.
A Doutrina Espírita,
porque representa a mais completa expressão do divino pensamento, que pode ser
examinado e vivido pela razão, não deve enclausurar-se em chavões
ultrapassados, aprisionando-se em limites que atendam a paixões e “pontos de vista”, por mais respeitáveis se
apresentem.
Doutrina de livre exame,
também o é de livre ação, convidando cada consciência a assumir
responsabilidades, após iluminada pelo ensino Espírita, de cujos resultados
responderá, hoje ou depois, sem mecanismos de evasão, nem justificações urdidas
por meio do maquiavelismo de qualquer natureza.
Há muita angústia
aguardando a contribuição Espírita, e muita loucura
necessitando de socorro Espírita. Todos os nobres contributos lavrados na
Codificação Kardequiana, viga mestra, inconfundível e indispensável, do
edifício do Espiritismo, independentes da ação de grupos ou consensos humanos,
são de valiosa e urgente necessidade de aplicação.
Obviamente, a ação em
grupo, o trabalho em equipe, resultando da permuta de experiências como dos
estudos bem dirigidos, torna-se de alto significado.
Todavia, não somente
através de tal metodologia, senão, também, pela atividade individual, abnegada
e rica de devotamento de cada Espírita.
Não há, portanto, por
que malbaratar-se recursos nem desperdiçar tempo, enquanto os desafios
permanecem vitimando e destruindo vidas.
Todos os Espíritas
sinceros, estudiosos e afeiçoados ao bem, encontram-se convocados para o
ministério do auxílio, através da difusão dos postulados Espíritas, que,
propiciando perfeito entendimento das lições evangélicas, representam a
medicação oportuna e urgente para a massa desesperada, o homem aturdido...
Sem complexidades nem
estruturações estapafúrdias, trabalhemos na sã divulgação do Espiritismo.
Não basta apontar erros.
Indispensável saná-los.
Muito cômodo é
estabelecer e impor diretrizes para os outros. Urgente, no entanto, vivê-las.
Fácil é condenar e agredir. O desafio, porém, é mudar a situação.
O conhecimento Espírita
objetiva reformular as atuais conceituações e transformar as estruturas
vigentes, facultando felicidade às criaturas, sem o que perde a finalidade.
Esta é, por
consequência, hora de decisão Espírita.
Uma página Espírita
breve é carta de alento ao homem em depressão.
Uma palestra Espírita é
classe de otimismo e ensino para a ignorância em predomínio.
Um livro Espírita é
curso de profundidade para despertamento e conduta dos que se atêm no
desconhecimento dos valores e da oportunidade da vida.
Uma conferência Espírita
é fecundo veio aurífero de informação e roteiro, ao alcance de quem pensa.
Um debate Espírita é
intercâmbio de esclarecimentos com que se reformulam conceitos.
A ação Espírita, em
qualquer lugar, é vida nova, atraente, chamando a atenção para a liberdade e a
saúde.
Firmar-se no contexto da
Revelação Espírita para ensinar e informar é fundamental, nos momentos que
vivemos.
Na hora da informática
com os seus valiosos recursos, o Espírita não se pode marginalizar, sob
pretextos pueris, em que disfarça a timidez, o desamor à causa ou a indiferença
pela divulgação, porquanto o único antídoto à má imprensa, na sua vária
expressão, é a aplicação dos postulados Espíritas, hoje ainda ignorados e
confundidos com as superstições, crendices, sofrendo as velhas conotações
infelizes com que o caluniaram no passado, aguardando ser despojado das mazelas
que lhe atiraram os frívolos e os déspotas, os fanáticos e os de má-fé, quanto
os que se apoiavam nos interesses subalternos inconfessáveis...
Hora de mentalidades
abertas às informações de toda ordem, este é o nosso momento de programar
tarefas, fomentar a divulgação por todos os meios, tornando-se cada companheiro
honesto e dedicado, nova carta-viva, para a estruturação de um homem melhor,
portanto, de uma sociedade mais justa, uma humanidade mais feliz.
Caridade para com o
Espiritismo é dever de todos que nele haurem paz e vigor, sendo nossa maneira
de exercê-la, divulgá-lo, levá-lo à ignorância e àqueles que sofrem a férrea pressão, sem
desânimo nem tergiversação de nossa parte.” (Reflexões Espíritas-Espíritos Vianna
de Carvalho e Hugo Reis, médium Divaldo Franco)
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